quarta-feira, 28 de outubro de 2015

SÃO JUDAS TADEU

Ele foi um dos doze apóstolos, grande amigo e companheiro de Jesus em Sua jornada de pregação do bem. Filho de um irmão de São José e de uma irmã de Nossa Senhora era, portanto,  primo-irmão do Salvador. Além de Judas Tadeu, seus irmãos Tiago e Simão foram ambos discípulos de Cristo.
São Judas Tadeu, por ter o mesmo nome do traidor, chegou a ser confundido com esse, o Judas Iscariotes.
Na tradição católica, São Judas é o protetor das causas impossíveis, tendo sido assim eleito, em razão de sua grande proximidade, parentesco e amizade com .Jesus.
Quando componho um estandarte, busco, antes de tudo, relatar a história do santo homenageado e tento retratar sua trajetória por intermédio de elementos simbólicos que deem algum significado  à peça.
Embora os registros que pesquisei não tragam referência a isso, elegi meu querido São Judas Tadeu, obviamente em função da sua história, também como o protetor dos irmãos, primos e amigos.
Meu pai teve mais de dez irmãos; minha mãe, oito. Praticamente todos os tios, tiveram muitos filhos, então, além da felicidade de ter tido sete irmãos, possuo uma profusão de primos espalhados por esse Brasil.
O estandarte que mostro aqui foi iniciado em 2013, num período em que minha filha se preparava para ir para a Inglaterra. É impressionante como arte é, além de um exercício planejado, uma obra do nosso inconsciente. Somente depois que estava com a peça praticamente pronta, percebi que o arranjo que utilizei para ornar a parte inferior do estandarte, era uma forte referência à bandeira daquele país.
Corações, flores e pedras preciosas para
representar a beleza da amizade
Agora ao acabá-lo, ocorre-me que o Santo pode ser eleito o protetor dos primos e das belas relações de amizade e camaradagem existente entre eles. Costumo dizer que irmãos são poderosas bênçãos de Deus com as quais somos agraciados. E que primos são brindes extras, ou seja, mais uma grande demonstração de amor que o Criador tem por nós. Além dos irmãos e primos, ao nos permitir possuir e cultivar boas e sólidas amizades, Deus nos premia ainda mais e pontua nosso difícil caminhar com alentos impagáveis.
Ao concluir meu estandarte de São Judas Tadeu tive em mente a importância e a grandeza dessas relações: lembrei-me muito dos meus queridos irmãos, das boas e duradouras relações que mantenho com primos tão estimados e do quanto sou privilegiada por contar amigos especiais. Assim, espalhei corações, pedras preciosas e flores pela minha composição, esperando, com esses elementos, retratar um pouco do simbolismo presente nessa incomparável graça de possuir irmãos, primos e amigos. E com eles manter relações de afeto tão preciosas.

sábado, 24 de outubro de 2015

INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO

Durante doze anos ensinei, na faculdade onde trabalho, a disciplina Teoria Geral da Administração (TGA). Não foi sem receio que a assumi logo nos primeiros anos de funcionamento da instituição.
Essa disciplina – e os que estudaram administração sabem bem disso – costuma assustar  estudantes e também desanimar os professores responsáveis por ela, em função da elevada carga teórica que compõe o seu programa analítico. Os objetivos que a disciplina pretende alcançar não são modestos e, introduzir os iniciantes nesse árido mundo da gestão não é tarefa simples.
Ainda assim, durante o tempo em que fui responsável pela disciplina, que é oferecida aos alunos de Administração, de Sistemas de Informação e de Engenharia, estabeleci um convívio harmonioso e divertido com meus estudantes, cuidando, na maior parte das vezes de estabelecer uma “ponte” entre os temas abordados e a minha experiência profissional. Foi um período rico de aprendizagem e de formação de uma vasta e preciosa rede de contatos.
Há pouco mais de um ano fui abordada pela coordenação, sobre a possibilidade de assumir outra disciplina. Como ensinar Administração de Recursos Humanos era o meu desejo maior, tendo em vista a minha experiência e paixão por essa área, assumi o novo desafio e me despedi da TGA, não sem uma pontinha de pena.
Naquela oportunidade, a nova professora da disciplina consultou-me sobre a possibilidade de utilizar as minhas “Notas de Aulas”, já que conhecia o material e considerava-o de boa qualidade. 
Pouco tempo mais tarde, ela sugeriu a ideia de editar o material e disponibilizá-lo na biblioteca da Faculdade, para democratizar o seu uso e facilitar a consulta. Concordei e o material foi submetido a uma formatação mais profissional e à apreciação da bibliotecária.
Disso resultou o lançamento do projeto de edição de uma série intitulada "Cadernos Didáticos de Administração". O seu primeiro produto é a apostila que mostro com todo orgulho, agradecendo  à minha chefe Camila Vitarelli, pela grande confiança que sempre deposita no meu trabalho. Agradeço também ao colega Deocleciano Santa Rosa Martins, nosso querido Deo e à não menos estimada Bibliotecária Denise Maria Nery Euclydes, que ao colocarem suas mãos e seus talentos no meu singelo trabalho, conferiram-lhe um caráter profissional e digno de ser publicado.
O primeiro número dos
Cadernos Didáticos de Administração


Ficha catalográfica
Finalmente, não posso deixar de mencionar meus queridos alunos que são  a razão de todo o meu esforço e dedicação a essa espinhosa, porém tão estimulante causa de ensinar. A eles dedico o trabalho, agradecendo-lhes pela valiosa oportunidade de atuar nesse grande palco de aprendizagem que é a sala de aula.

terça-feira, 20 de outubro de 2015

A DIFÍCIL ARTE DA ESCOLHA DA PALAVRA

Escrever, como se sabe, é uma arte. Falam até que a literatura é a maior de todas as artes. Quem escreve e se preocupa em produzir um texto que além de inteligível, seja agradável, fluente, fácil  e leve, sabe o quanto, para muitos, essa não é uma tarefa simples.
Quando encontramos textos preciosos, costumamos pensar que são frutos apenas da genialidade de seus criadores. Ledo engano. Boa literatura é fruto sim do talento, mas também é resultado de um minucioso “trabalho de carpintaria”. O autor, geralmente depois de colocar sua ideia no papel, debruça-se sobre seu escrito fazendo retoques, num trabalho que pode não ter fim.
Dizem que grandes escritores como Guimarães Rosa e Carlos Drummond de Andrade, por exemplo, eram pressionados por seus editores para entregar seus livros, porque costumavam fazer infinitas revisões e nunca consideravam que seus trabalhos estivessem prontos e dignos de serem publicados.
Essa é uma grande angústia de quem escreve e se encoraja a publicar. Toda vez que digo a alguém que gosto muito de escrever, fico com receio de que a pessoa  me pergunte:
- Então por que não aprende?
Caso isso me ocorra, ou mesmo já respondendo aos que assim pensam e não tiveram  coragem de expressar, digo que tento; faço isso todos os dias. Persisto porque penso que não há melhor forma  de aprender algo, do que praticá-lo à exaustão.
 A profusão de palavras disponíveis na língua que utilizamos e as infinitas combinações a que podem ser submetidas na construção de um raciocínio e de sua expressão escrita nos deixam atordoados. E pode acontecer pior: diante dessa fartura de possibilidades,  somos emudecidos justamente pela falta da palavra adequada. Aquela que estamos procurando e que talvez até exista, mas não a conhecemos, ou dela não nos lembramos, e que serviria justamente para expressar a ideia que  queremos transmitir. Palavras costumam se esconder no recôndito da nossa frágil e incompleta memória ou podem pertencer ao universo amplo de nossa ignorância.
Estava justamente refletindo sobre isso, quando me deparei com um vídeo muito interessante, onde o grande escritor  Ariano Suassuna faz uma análise muito bem humorada de uma matéria de jornal sobre a banda Calipso. Em minha percepção, a proposta do autor não foi exatamente a de fazer comentários sobre a qualidade desse  grupo musical, ou sobre a importância do John Lennon como artista, mas sim a de relatar sua constatação de como as palavras têm sido tomadas em vão. Vivemos em um tempo em que vocábulos de grande expressividade e  significado vão sendo esvaziados pelo uso vulgar e inadequado.
Nessa curta fala de apenas oito minutos, o criador do Auto da Compadecida nos presenteia com uma singular análise sobre arte e cultura e expressa penalizado o seu desgosto pelo que andava presenciando nos últimos tempos. Nas palavras dele (ditas em outro vídeo), incomodava-o “ a vulgarização e a descaracterização da cultura  brasileira” . Suponho que ele não tenha expressado esse pensamento sem algum receio, pois toda vez que esse assunto é tratado, corre-se o risco de ser chamado de preconceituoso e elitista. Mas, o próprio escritor nos salva dessa armadilha quando diz: “o povo brasileiro não é brega”, “o povo aprendeu a gostar de osso, porque quase nunca lhe ofereceram bife”.
Genial. Não encontro outra palavra, embora ele tenha alertado sobre o seu uso em vão. Quando me deparo com textos magníficos fico tentada a não escrever mais. Ou pelo menos a não mostrar  meus pobres escritos. Mas logo o bichinho faniquito que mora em mim, começa a importunar-me de maneira tão contundente que chega a atrapalhar o sono; então corajosa e pretensiosamente volto a expor meus rabiscos. Faço isso mais animadamente quando tenho algo bacana a mostrar, como é o caso do vídeo do Suassuna, que está anexado em www.youtube.com/watch?v=APeIWKVCLek
 Verdadeira preciosidade.  Ainda maior para os que  gostam de escrever.

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

CONVERSAS DE JARDINEIROS – Jardins e Plantas dentro de Casa

Tenho sido abordada por pessoas que me dizem: Você fala sobre jardins e plantas em seu blog, mas nunca menciona como devemos fazer para manter bonitas as plantas que temos dentro de casa. Ou então: acabei de comprar/ganhar uma planta e quero saber como fazer para mantê-la linda e sempre florida.
Primeiramente gostaria de repetir que não sou uma especialista em plantas ornamentais, mas apenas uma grande amante, cuidadora e curiosa por essas lindezas. E, como já me declarei pitaqueira aqui no blog, e incentivada por essa primavera seca e linda que estamos vivenciando, vou mais uma vez, meter minha colher.
Sabemos que, naturalmente,  plantas, não foram feitas para viverem confinadas, embora muitas resistam em grutas, cavernas e ambientes até mais inóspitos. Nos últimos anos, avanços tecnológicos têm permitido intervenções significativas na  reprodução, fertilização e principalmente na floração das espécies  mais cobiçadas. 
Um jardim maior e com espécies variadas
pode ser mantido dentro de casa
Isso faz com que plantas adquiridas nas exposições, feiras, floriculturas e até em supermercados, muitas vezes não se adaptem em nossa casa. Pudera! Para serem produzidas de forma a ficarem lindas, exuberantes e comercialmente atrativas, elas são submetidas a rigoroso controle de temperatura, umidade e ventilação e recebem fertilizantes altamente eficazes. Em estufas, são poupadas até de um simples pousar de inseto, o que poderia provocar mancha nas folhas, ou outros pequenos sinais. Sem contar a grande carga de hormônios que incentivam a floração e diversas outras intervenções que direcionam o crescimento, o formato e outros aspectos da planta.
O efeito que um vaso de orquídea faz dentro
de casa é espetacular
Mas esse papo não é para desanimar ninguém. Ao contrário,  apesar de todas essas tentativas para que passemos a ser consumidores e descartadores permanentes de plantas, como fazem muitos nos países desenvolvidos, é possível manter uma conduta mais próxima da natureza e mais ecológica, se soubermos cuidar de nossas plantas. Podemos praticar o gostoso hábito de trocar mudas e oferecer a elas cuidados naturais como água na dose adequada e um solo bem nutrido, sem exageros de produtos químicos, mantendo-as em locais onde possam viver bem.
Uma casa bonita e agradável pode ser ainda mais charmosa com a presença de plantas, que não precisam ser muitas, nem grandes. Há opções para todos os gostos, todos os bolsos e até para a falta de tempo para cuidar. Desde os cactos e suculentas, que praticamente não dão trabalho, além de uma ou algumas colheres de água por semana, até um belo canteiro formado por espécies variadas e que pode ser instalado dentro de casa. Há fartura de espécies que se adaptam dentro de casa, algumas simples folhagens, outras de floradas exuberantes. 
Simples e pequenos vasinhos de cactos e suculentas
já fazem a diferença na decoração
Há tempos, as folhagens mais usadas dentro de casa eram as samambaias. Hoje estão meio “fora de moda”, sendo substituídas por variadas espécies de palmeiras, dracenas, suculentas e as sempre muito admiradas orquídeas e bromélias. Todas essas se adaptam bem na sombra e permanecem bonitas durante muito tempo em ambientes fechados, especialmente se forem mantidas em local claro e bem ventilado.
Palmeira chamedória: boa opção
para dentro de casa
Por experiência, aprendi que, mesmo plantas que não morrem se ficarem  nessas condições, precisam eventualmente saírem para respirar um pouco lá fora. E que ataques de pragas e fungos são muito mais frequentes em plantas dentro de casa do que fora. Assim, uma boa prática é levar os vasos para fora de casa de vez em quando, deixando-os  lá, por uns  tempos. Nesse  período, aproveita-se para repor o substrato, adubar, fazer pequenas podas e, claro, regar com fartura, lavando bem as folhas e caules, o que evita principalmente o ataque das cochonilhas. Há vasos e cachepots que possuem rodízios, o que facilita essa operação.
Dá um pouquinho de trabalho, é claro, mas o que se obtém em troca não tem preço. E, por favor,  não venha alguém me dizer que prefere ter flores e plantas artificiais, porque não morrem nunca nem dão trabalho e que atualmente há exemplares tão parecidos com os naturais que fica difícil não confundi-los.  Com todo o respeito que as escolhas de cada um merecem, nesse aspecto sou irredutível: planta artificial pra mim chega a ser uma ofensa.
Assim como a dracena malaia
Crássula: bonita e resistente