Em nosso
segundo dia de viagem ao Rio, o sol apareceu, fazendo uma manhã linda e quente. Então, como boas
mineiras, apaixonadas por praia e prevenidas,( --- sabemos lá se amanhã vai dar sol?), nem
cogitamos outro programa.
Estando hospedadas em
Copacabana, saímos pelo calçadão. Há muitos anos não passeava por ali e,
caminhando pelo lado do Arpoador, deparei-me com a primeira surpresa boa do
dia: a estátua de Drummond. Não sabia que ela ficava por ali. Como ia resistir
a tirar uma foto ao lado do mineiro apaixonado pelo Rio, como todos nós? Recito em voz alta: “Nesta cidade do Rio de
dois milhões de habitantes, estou sozinho no quarto, estou sozinho na América...De
dois milhões da habitantes, E nem precisava tanto” ¹. Escuto um, "que isso mãe?" –
Já sei, estou pagando um mico. Caminhemos.
Boba ao lado da estátua do aniversariante de hoje |
Lindos castelos de areia a enfeitar o calçadão de Copacabana |
Passamos por quiosques
decorados com folhas de palmeira e flores tropicais. Apesar de haver obras,
como em grande parte da cidade, nada atrapalha o fluxo alegre e colorido
das pessoas. A orla está ficando cada vez mais linda. Imagino como estará no
ano que vem, na época da Copa do Mundo. A ideia da construção dos banheiros no
subsolo foi perfeita. Artesãos expondo seus produtos na calçada, castelos de
areia imensos, uma profusão de línguas sendo faladas, muitos dos que lá estão
são estrangeiros, como sempre.
A praia do
Arpoador que, como se diz mineiramente, fica logo ali é a melhor do pedaço.
Pequena, limpa, com águas não muito frias, lindamente azuis, o morro dos dois irmãos bem pertinho, que gostosura.
É só alugar
uma barraca com cadeiras e a vida parece toda mais leve. Vem o vendedor de
cangas, cada uma mais linda, mais coloridamente carioca. Peço uma água de coco,
mas logo esquecemos que dez da manhã é cedo para uma cervejinha, afinal estamos
numa praia do Rio. Empada de camarão, espetinho também, açaí, salada de frutas, sanduíche natural, passa gente vendendo de tudo e a gringaiada fica doida, cai
de boca, literalmente.
Uma pequena caminhada e estamos no Leblon. O clima é praticamente o mesmo: pessoas
relaxadas e se divertindo. Nesse mundo de tanta pressa, pode ter coisa melhor? Para
o outro lado chegamos até a pedra do arpoador. Como nós, praticamente toda a
gente que anda por ali, está admirada
com a beleza do lugar.
É preciso dizer que nem
vimos o dia passar? De volta ao hotel percebemos que, mesmo com todo o cuidado
nos besuntando de protetor solar e ficando grande parte do tempo debaixo da barraca,
estamos vermelhas como camarão. Mineirissimamente.
¹ Drummond, em A Bruxa.
¹ Drummond, em A Bruxa.