quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Vamos a la Playa


Em nosso segundo dia de viagem ao Rio, o sol apareceu, fazendo uma manhã linda e quente. Então, como boas mineiras, apaixonadas por praia e prevenidas,( --- sabemos lá se amanhã vai dar sol?), nem cogitamos outro programa.
Estando hospedadas em Copacabana, saímos pelo calçadão. Há muitos anos não passeava por ali e, caminhando pelo lado do Arpoador, deparei-me com a primeira surpresa boa do dia: a estátua de Drummond. Não sabia que ela ficava por ali. Como ia resistir a tirar uma foto ao lado do mineiro apaixonado pelo Rio, como todos nós?  Recito em voz alta: “Nesta cidade do Rio de dois milhões de habitantes, estou sozinho no quarto, estou sozinho na América...De dois milhões da habitantes, E nem precisava tanto” ¹. Escuto um, "que isso mãe?" – Já sei, estou pagando um mico. Caminhemos.
Boba ao lado da estátua do
aniversariante de hoje
Lindos castelos de areia a enfeitar o calçadão de Copacabana
Passamos por quiosques decorados com folhas de palmeira e flores tropicais. Apesar de haver obras, como em grande parte da cidade, nada atrapalha o fluxo alegre e colorido das pessoas. A orla está ficando cada vez mais linda. Imagino como estará no ano que vem, na época da Copa do Mundo. A ideia da construção dos banheiros no subsolo foi perfeita. Artesãos expondo seus produtos na calçada, castelos de areia imensos, uma profusão de línguas sendo faladas, muitos dos que lá estão são estrangeiros, como sempre.
A praia do Arpoador que, como se diz mineiramente, fica logo ali é a melhor do pedaço. Pequena, limpa, com águas não muito frias, lindamente azuis, o morro dos dois irmãos bem pertinho, que gostosura.
É só alugar uma barraca com cadeiras e a vida parece toda mais leve. Vem o vendedor de cangas, cada uma mais linda, mais coloridamente carioca. Peço uma água de coco,  mas logo esquecemos que dez da  manhã  é cedo para uma cervejinha, afinal estamos numa praia do Rio. Empada de camarão, espetinho também, açaí, salada de frutas, sanduíche natural, passa gente vendendo de tudo e a gringaiada fica doida, cai de boca, literalmente.
Uma pequena caminhada  e estamos no Leblon. O clima é praticamente o mesmo: pessoas relaxadas e se divertindo. Nesse mundo de tanta pressa, pode ter coisa melhor? Para o outro lado chegamos até a pedra do arpoador. Como nós, praticamente toda a gente  que anda por ali, está admirada com a beleza do lugar.
É preciso dizer que nem vimos o dia passar? De volta ao hotel percebemos que, mesmo com todo o cuidado nos besuntando de protetor solar e ficando grande parte do tempo debaixo da barraca, estamos vermelhas como camarão. Mineirissimamente.

¹ Drummond, em A Bruxa.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Périplo pelo Centro do Rio

Como disse anteriormente, começamos nosso passeio ao Rio pelo Centro, indo direto à  Igreja da Candelária. 
Mineiro, como se sabe,  é bairrista, então elogiar a beleza de igrejas, que não sejam as nossas, é quase pecado. Uma visita a algumas igrejas do Rio, dá para concluir que é verdade: as nossas  são as mais lindas, todavia as do Rio não ficam muito atrás. A começar pela da Candelária, cuja construção teve início no século XVII. Encanta com  altares belíssimos, repletos de esculturas, entalhes, pinturas e murais em paredes, teto e cúpulas, tendo a principal 66 m de altura. Muito bom o estado de conservação dos bancos entalhados em madeira com assentos e encostos em couro trabalhado, originais,  uma boniteza. Pisos portugueses, com predomínio de azul e vinho compõem magnificamente com o restante do conjunto. Vale a pena visitar.
A Igreja Nossa Senhora do Carmo da antiga Sé é linda e repleta de história. Possui museu e sítio arqueológico anexos. A  capela lateral, do Senhor dos Passos, alternando dois tons de ouro, polido e fosco, com fundo branco, iniciada em 1619 e inaugurada em 1761 é a sua principal atração. Mas o que mais encantou nessa visita não foi  a suntuosidade dos altares, dos móveis, ou o imenso órgão, mas sim o atendimento. O  porteiro  é muito amável e a capelã Sônia, não somente nos aspergiu com água benta, mas despediu-se com um abraço carinhoso. Um mimo encantador.
Obra de Kusama - Foto catálogo
Prosseguimos visitando o Centro Cultural Banco do Brasil, também com uma arquitetura muito bonita, e onde estava acontecendo a exposição "Obsessão Infinita" da artista japonesa Yayoi  Kusama. Suas magníficas obras vão de pinturas a escultura e instalações, como a inenarrável sala de espelhos infinitos. Desconsertante, de perder a fala.
O Centro Cultural dos Correios fica pertinho e também vale a pena ser visitado. Havia uma exposição  do arquiteto e artista plástico suíço John Graz que viveu muitos anos no Brasil e chegou a participar da semana de Arte Moderna em 1922. A mostra compunha-se de desenhos, pinturas, escultura e vídeo do artista, que era encantado com as paisagens brasileiras. A qualidade do atendimento dos funcionários merece destaque. Sabendo que a Instituição direciona parte dos seus resultados para manter um Centro como esse, dá até para entender por que se cobra tão caro por um  SEDEX e fica-se mais conformado com as tarifas postais, no geral. Em resumo: visita super bacana.
Infelizmente não podemos dizer o mesmo da visita à Biblioteca Nacional que eu já conhecia, mas que vale a pena ser revisitada, se não fosse pela má vontade generalizada no atendimento. Com sua linda arquitetura, acervo magnífico e frequentemente exibindo boas exposições  - as da vez eram do escritor mineiro Fernando Sabino e do afro português Mia Couto – a BBN é, por assim dizer,  o exemplo típico de disfunções da burocracia: excesso de formalismo e desprezo ao cliente.  Para se ter uma ideia,  precisa-se retornar ao atendimento por várias vezes, necessitando-se, para completar a visita, obter quatro tipos de crachás diferentes. Desanimador.
Não menos decepcionante foi a tentativa de visitar o Teatro Municipal. Apesar de aberto, o guarda não nos deixou entrar, em plena segunda feira, porque, visitas somente guiadas e, naquele dia não se agendavam as tais. Lamentável.
Mesmo com esses e outros aborrecimentos, o Centro do Rio vale a pena. Tem uma infinidade de atrações e merece ser visitado, com muito mais tempo do que o que contamos nessa pequena viagem.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

O Rio de Janeiro Continua Lindo

Na semana passada, aproveitando que a minha filha mais velha encontra-se de férias e queria uma companhia para passar uns dias no Rio, lá fomos nós.
É velha a frase e nem é minha, mas é a que ocorre: " O Rio de janeiro continua lindo", não há como negar. Apesar de suas mazelas, algumas já tão comentadas e outras nem tanto, o saldo de um passeio à cidade maravilhosa é sempre muito positivo. 
Lindo!
Tudo bem, foram apenas quatro dias e, como estou cada vez mais com vontade de andar sem pressa, não deu para fazer tanta coisa. Ainda assim, creio ter assunto para comentar aqui em outras postagens. Longe de mim a pretensão de sugerir lugares ou roteiros. Vou apenas relatar a  experiência e passar um pouco de nossas impressões. 
Há muito tempo não ia ao Rio a passeio. Minhas últimas viagens tinham sido a trabalho e quase todas se resumiam a descer no Centro, geralmente na Avenida Rio Branco e passar um dia inteiro em reunião, regressando à noite ou no dia seguinte. Graças a Deus, isso "não me pertence mais". 
Abençoado.
O fato é que apesar de já ter ido tantas vezes ao centro da cidade, nunca o havia visitado como turista. Então dessa vez, por sugestão de minha filha que já o conhecia melhor, resolvemos começar por lá. No próximo blog, que já batizei de Périplo pelo Centro, vou relatar um pouco das maravilhas e dissabores do nosso primeiro dia de passeio visitando museus, igrejas, biblioteca e teatro. Deu uma boa canseira, mas valeu a pena. Até lá.

sábado, 12 de outubro de 2013

NOSSA SENHORA APARECIDA


Reverenciada como a mais milagrosa das santas em terras brasileiras, Nossa Senhora Aparecida é praticamente uma unanimidade nacional. Das diversas lendas e histórias que giram em torno do seu nome, conta-se que o escritor mineiro Fernando Sabino ao ser perguntado se acreditava em Deus teria respondido que quanto a Deus possuia algumas dúvidas, mas que tinha certeza absoluta de sua crença em Nossa Senhora Aparecida.
Alçada à condição de padroeira do Brasil, a Santa possui, em Aparecida do Norte, no Estado de São Paulo, um dos maiores centros de romaria, para onde dirigem milhões de brasileiros, especialmente nesta época do ano. Aqui em Minas Gerais são comuns  capelinhas na beira das estradas, geralmente construídas por algum devoto em agradecimento a milagres da Santa, especialmente relacionados com acidentes no trânsito. É costume que  diversos grupos de devotos se dirijam a pé na noite anterior e no dia da Santa, até esses pequenos santuários. Também faz parte do costume aqui da região, soltar foguetes durante o dia, especialmente até o meio dia.
O conjunto com o estandarte e as orquídeas
Em relação à lenda da Santa, a mais comum relata que em 1717, três pescadores, que moravam às margens do rio Paraíba no Estado de São Paulo, “cansados e desanimados por não terem apanhado peixe algum, depois de várias horas de trabalho, estavam prestes a desistir, quando, lançando mais uma vez a rede, retiraram das águas o corpo de uma imagem sem cabeça e, num segundo arremesso, encontraram também a cabeça da imagem de terra cozida. Impressionados pelo evento, experimentaram mais um lance da rede; e naquele momento foi tão abundante a pescaria que encheram as canoas”. A pesca, quase milagrosa, despertou neles curiosidade em relação à imagem que limparam com cuidado e verificaram que se tratava de uma imagem de Nossa Senhora da Conceição, de cor escura. Colocaram-na no oratório de sua pobre morada e diante dela começaram a fazer suas orações diárias”. (Fonte: http://contoselendas.blogspot.com.br).

O estandamdarte

 O Estandarte

Aproveitando o ensejo do mês da Santa Padroeira, bordei um estandarte em comemoração. Ele está em minha porta de entrada desde o início do mês e, ao lado das orquídeas em flores da temporada, está fazendo um conjunto muito bonito.
Sua composição foi logicamente baseada na história da Santa. Assim comecei escolhendo um tecido em formato de tela que remetesse à ideia de rede. Decidi trabalhar prioritariamente com as três cores da bandeira brasileira. Centralizei a imagem da Santa e contornei-a com aplicações de renda na cor nude. Bordei três peixinhos e barras laterias geométricas, em ponto cruz. Esse tipo de bordado é também quase um símbolo nacional. Fiz contornos com galões, vieses e sinhaninhas. Inclui uma barra vermelha ao alto, para inserir uma cor mais viva ao conjunto e fazer uma reverência ao trabalho. Afinal toda a lenda se baseia na luta de homens simples em ação junto à natureza, labutando pela sobrevivência. Finalizei com fitas nas cores verde, amarelo e azul em tons variados e com o cordão na cor verde escura. 
Dendróbio do mês de outubro




quarta-feira, 9 de outubro de 2013

CONVERSA DE JARDINEIROS - BRASSAVOLA - ORQUÍDEA DO MÊS

A partir do mê de agosto e até o final do verão as orquídeas no geral florescem mais por aqui. Os dendróbios, em sua grande variedade,  as phaius que costumam permanecer por um período longo floridas e agora, no mês de outubro é a época em que as brassávolas reinam soberanas em nossa região. Nativa das Américas, é encontrada principalmente nas beiras dos rios, presas em troncos de árvores. Às margens do rio Piranga nos municípios de Guaraciaba e Ponte Nova, costumamos vê-las nessa época do ano, em profusão de flores. É uma orquídea clara, em alguns casos não chega a ser totalmente branca, mas creme, ou levemente esverdeadas. Tem as pétalas bem finas e o efeito que causa nos cachos é muito bonito, lembrando, com um pouco de imaginação, o explodir de uma estrela. A vantagem de ser nativa é que estando bem adaptada ao clima, mesmo com poucos cuidados, costuma oferecer uma floração farta e duradoura.
O cacho branco de Brassávola florescendo ao lado do dendróbrio amarelo fez uma bela composição
.

domingo, 6 de outubro de 2013

GELEIA DE DAMASCO COM CALDA DE CHOCOLATE BRANCO

Esta receita é o resultado de uma ousadia minha. Na verdade, culinária é experimentação. Algumas dão certo, outras nem tanto. E assim vamos aprendendo e como diz uma amiga: ampliando nosso repertório.
Trata-se de um doce delicioso que experimentei em um casamento de uma sobrinha que é dona de uma chocolataria e buffet de doces. Ela fez questão de fazer os doces de seu próprio casamento. Decisão acertada em minha opinião, porque raramente ela encontraria quem fizesse igual ou melhor. 
Dentre todas as maravilhas de sobremesas que experimentei  na ocasião, essa geleia de damasco com cobertura de chocolate branco foi a minha preferida. Então como não tive coragem de pedir a receita, porque esse é o trabalho dela, arrisquei a testar e creio ter acertado.  
Andei dando uma olhada na net e não encontrei nada de geleia de damasco com chocolate branco que merecesse credibilidade. Então resolvi compartilhar.
GELEIA DE DAMASCO
400  g de Damasco seco
Uma e meia  xícara das de chá de açúcar
Pena que a qualidade da foto não
esteja à altura da deliciosa geleia de damasco
Caldo de duas laranjas
Um copo de água

COBERTURA
Duas barras de 120 g de chocolate branco ao leite
Uma caixa de 200 g de creme de leite 

MODO DE PREPARO
A geleia
Corte em tiras finas o damasco e leve-o a ferver juntamente com o açúcar, a água e o caldo de laranja. Deixe cozinhar até obter a textura de geleia sem desmanchar totalmente as frutas, mas até que incorpore bem o açúcar, o caldo fique bem encorpado  e as tiras de damasco  bem macias. Cerca de 30 m em fogo baixo. Retire da panela e distribua a geleia em taças baixas, até a sua metade.
A calda
Leve uma das barras de chocolate a derreter em banho Maria, junte o creme de leite e mexa bem para ficar homogêneo. Distribua a calda de chocolate por cima da geleia nas taças. Por fim, rale a outra barra de chocolate e coloque as raspas em cima da calda. Depois de frio, leve a gelar por pelo menos duas horas.

É um pecado contra a boa forma, mas vale a pena. Como se recomenda em outros casos não menos tentadores: aprecie com moderação (se resistir).