domingo, 30 de julho de 2017

VIAGENS: Pirenópolis e Corumbá de Goiás

Distante mais de 1.000 km de onde moro, Pirenópolis, no estado de Goiás, andou na minha lista de lugares a conhecer por um bom tempo. Muitas vezes mencionada como destino obrigatório para os que gostam de cidades históricas e que apreciam trilhas, há uma semana ´pude ir comprovar se a fama era merecida.
Em boa parte sim, digo, com pouco receio de estar sendo injusta. Falo que valeu a pena parcialmente, porque fomos surpreendidas com algumas "brincadeiras sem graça", durante a viagem.
De positivo, ressalto a beleza da cidade e da região, que não apenas conserva seu casario histórico colonial de mais de três séculos, como mantém fortes tradições culturais, como a festa do Espírito Santo que inclui Congadas e Cavalhadas.
Igreja do Rosário
Museu do Divino
Casario Colonial
 Um dos primeiros municípios do estado de Goiás, emancipado há mais de 300 anos, Pirenópolis é hoje uma cidade sossegada (exceto nos finais de semana) e charmosa; um encanto passear por suas ruas de pedras, visitar suas igrejas e museus, e perambular por lojas e galerias de arte. Tudo com direito a paradas em restaurantes, lanchonetes, sorveterias, cafés e outros estabelecimentos que oferecem, além da tradicional culinária goiana,  comida vegana de boa qualidade. Conhecer e apreciar a castanha  e o licor de baru fazem parte das boas descobertas de Pirenópolis. O artesanato local é rico e parecido com o de Minas Gerais. Assim como boa parte das cidades históricas do meu estado, o garimpo de ouro e pedras preciosas foi atividade econômica importante na região, existindo ainda hoje. A produção de quartzito, a pedra de Goiás, sustenta, juntamente com o turismo, a economia local.
Além de peças em tear e bordados de beleza singular, encontram-se também doces,licores e produtos da região, como castanhas, pimentas, flores secas e chás.  
As igrejas do Rosário e do Senhor do Bonfim, ambas do século XVIII, são bonitas e merecem ser visitadas, assim como o Museu do Divino e o Museu das Cavalhadas. O primeiro guarda rico acervo da maior festa da cidade, sendo mantido pelo município. O outro é sustentado pelo esforço de uma família que, motivada a manter a tradição local, formou um estoque considerável de peças alusivas à cavalhada, uma representação   da guerra entre mouros e cristãos e que ocorre durante a festa do Divino.
Encantadora vegetação do cerrado.
Acrescenta-se ainda a beleza da topografia e da vegetação de Pirenópolis, que abriga belas cachoeiras e trilhas que cortam o cerrado, sempre encantador e rico em biodiversidade.
O município de Pirenópolis é tombado, desde 1989, como conjunto arquitetônico, paisagístico e histórico, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN.

Parque Estadual dos Pirineus -  A região delimitada pelo Parque situa-se, em sua quase totalidade, em altitudes superiores a 1.200 m, abrangendo a Serra dos Pirineus, um dos pontos mais altos do estado de Goiás. É abrigo de diversas espécies endêmicas do Cerrado e possui formações rochosas do período pré-cambriano*. Ali encontram-se nascentes importantes como a do rio das Almas, sendo o parque considerado um divisor de águas continentais, por delimitar as bacias do Rio Amazonas e do Rio da Prata. Apesar disso tudo, encontra-se praticamente abandonado. Essa é, assim, aquela parte não muito boa que mencionei no início.
O local não possui portaria, centro de visitantes e qualquer outra estrutura de apoio ao turista. Sente-se a ausência de monitores, ou outras pessoas para oferecer orientações e recomendações aos visitantes. Sabe-se, segundo informações de guias locais, contratados na cidade, que casas de propriedade do parque, servem de residência a funcionários. Apesar de estar dentro da área de preservação e proteção ambiental, com estranheza avistamos diversas cabeças de gado em uma dessas propriedades. Outra edificação, também dentro do parque, uma linda casa de madeira, encontra-se abandonada, suja e caindo aos pedaços. A presença de latas vazias de cerveja pelos cômodos é visível sinal de que foi utilizada indevidamente.
O acesso ao pico mais elevado do parque, o Mirante da Capela, pode ser feito de carro, por estrada de terra até bem próximo ao elevado, que pode ser alcançado por trilha entre pedras com inclinação significativa. As partes mais difíceis possuem corrimões de madeira, assim como o mirante.

Corumbá de Goiás – Estando em Pirenópolis, vale a pena visitar a bonitinha cidade de Corumbá de Goiás. Fundada por volta de 1730, a cidade conserva parte de seus traços coloniais e resquícios da passagem dos bandeirantes em busca do ouro.
Ali é possível em um só dia, perfazer as trilhas que dão acesso a lindas cachoeiras, como a do Salto e a do Rasgão, além da cachoeira da Gruta e do Ouro. O município é separado de Pirenópolis pela Serra dos Pirineus. As águas que correm por Corumbá de Goiás desaguam inteiramente na bacia do Rio da Prata.
Cachoeira do Ouro
O salto do rio Corumbá, que forma a linda cachoeira do salto é uma das atrações mais convidativas da região. Apesar disso, não faz parte da área delimitada pelo Parque. Sendo propriedade particular, o acesso somente é possível mediante pagamento de taxa de entrada.
As trilhas que levam às cachoeiras são acidentadas e repletas de pedras, mas possuem em algumas partes, corrimões e pontes elevadas, alguns em estado precário.
Cachoeira do salto do Corumbá
Difícil compreender por que essa parte não foi incluída dentro da região tombada, pois é área contígua à do parque, faz parte do mesmo ecossistema e abriga rios, cachoeiras e grutas belíssimos.
Sendo assim, esse aspecto também pode ser incluído como parte da “brincadeira sem graça” que, infelizmente, também esteve presente em nosso passeio à região.

Apesar disso, o saldo é altamente positivo. Recomendo fortemente aos que têm atração por belas trilhas e cachoeiras, cidades históricas com fortes tradições culturais, além de artesanato de qualidade apreciável.  


 responsável por cerca de 80% do tempo geológico, iniciado há aproximadamente 4,5 bilhões de anos e terminado com o surgimento dos fósseis.

quarta-feira, 26 de julho de 2017

COMIDINHAS – Sagu ao Creme

Como contei recentemente, estive no mês de maio viajando pelo sul do Brasil, com uma esticadinha ao Uruguai e à Argentina.
Como bom garfo que sou, uma das coisas que aprecio nas viagens é explorar a culinária da região. No geral, nas cidades por onde andei, come-se bem. No entanto, não demos muita sorte, dessa vez, com uma das sobremesas mais tradicionais do Rio Grande do Sul: o doce de sagu com creme.
Como é comum hoje em dia, com praticamente todas as comidas, ao pesquisarmos na net, encontramos várias receitas do doce de sagu.  A receita que vou passar, aprendi a fazer com um amigo gaúcho, há bastante tempo e é deliciosa.

DOCE DE SAGU AO CREME
Ingredientes
200 gramas de sagu
400 ml de vinho tinto seco
400 ml de água
Uma lata de leite condensado 
400 ml de leite
5 colheres das de chá, de leite em pó desnatado
3 gemas
Modo de Preparo do Sagu
Deixe as bolinhas de sagu de molho em água fria por 15 minutos. Escorra e leve a ferver em uma panela de inox, com o vinho. Mexa sem parar com uma colher de pau, mantendo o fogo baixo. Sempre que perceber que a mistura está ficando muito grossa, acrescente meio copo de água fervente e vá repetindo a operação até que as bolinhas do sagu fiquem totalmente transparentes. Esse processo demora cerca de uma hora. Vai ficar como uma papa mole, de aspecto bem gelatinoso. Distribua o sagu em taças baixas e deixe esfriar.
Modo de Preparo do Creme
Junte o leite condensado, o leite comum, o leite em pó e  as gemas, batendo no liquidificador por cerca de três minutos. Leve a mistura ao fogo baixo, em uma panela de inox, mexendo sem parar. Assim que abrir fervura, desligue e deixe descansar, até ficar morno, mexendo de vez em quando. Em seguida, distribua o creme em cima das taças com o sagu, já frio e leve para gelar por cerca de duas horas.


Esta receita, típica do Sul, geralmente é feita com o vinho rústico que eles chamam vinho da colônia. Consta que a sobremesa pode ser servida quente. Nunca experimentei dessa forma.