terça-feira, 31 de julho de 2012

Política na Net


Tenho sido uma cidadã pouco ativa politicamente.  Mas, nos últimos anos ando descobrindo o quanto é importante a nossa participação, enfim consciente de que as decisões políticas nos afetam a todo momento. Como nos lembra Rousseau: “Nascido cidadão de um Estado Livre e membro do soberano, por frágil que seja a influência de minha voz nos negócios públicos, basta-me o direito de votar para me impor o dever de me instruir...”  (Jean Jacques Rousseau em o Contrato Social, disponível em: http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/contratosocial.html)
Agora que se aproximam as eleições municipais os usuários da Net estão divididos: de um lado os que gostam do debate, informam-se e participam expondo suas posições e defendendo seus pontos de vista; do outro aqueles que se omitem, evitam falar no assunto e até pedem que as redes sociais não sejam usadas para fins políticos. Andei pensando sobre isso e cheguei a algumas conclusões. Veja em http://www.mariaidasaudade.blogspot.com.br/p/cronicas-do-dia-dia.html .


domingo, 22 de julho de 2012

MAIS UMA VEZ, O TEMPO....


Ando, cada vez mais meditando (ou seria matutando?) sobre o tempo, esse senhor maluco a nos atormentar.  A tarde de  domingo se  esvaia preguiçosa, duplamente feriada. Nessa moleza,  recebo mensagem do meu grande mestre me dando notícia de  carta escrita por Caymmi a Jorge Amado,  em  exposição que  homenageia o centenário do  escritor,  no  Museu da Língua Portuguesa, na capital paulista. É uma preciosidade que vale a pena compartilhar:

“Jorge meu irmão, são onze e trinta da manhã e terminei de compor uma linda canção para Yemanjá pois o reflexo do sol desenha seu manto em nosso mar, aqui na Pedra da Sereia. Quantas canções compus para Janaína, nem eu mesmo sei, é minha mãe, dela nasci. Talvez Stela saiba, ela  sabe tudo, que mulher, duas iguais não existem, que foi que eu fiz de bom para merecê-la? Ela te manda um beijo, outro para Zélia e eu morro de saudade de vocês.  Quando vierem, me tragam um pano africano para eu fazer uma túnica e ficar irresistível. 
Ontem saí com Carybé, fomos buscar Camafeu na Rampa do Mercado, andamos  por aí trocando pernas, sentindo os cheiros, tantos, um perfume de vida ao sol, vendo as cores, só de azuis contamos mais de quinze e havia um ocre na parede de  uma casa, nem te digo. Então ao voltar, pintei um quadro, tão bonito, irmão, de causar inveja a Graciano. De inveja, Carybé quase morreu e Jenner, imagine!, se fartou de elogiar, te juro. Um quadro simples: uma baiana, o tabuleiro com abarás e acarajés e gente em volta. Se eu tivesse tempo, ia ser pintor, ganhava uma fortuna.  O que me falta é tempo para pintar, compor vou compondo devagar e sempre, tu sabes como é, música com pressa é aquela droga que tem às pampas sobrando por aí. O tempo que tenho mal chega para viver: visitar Dona Menininha, saudar Xangô, conversar com Mirabeau, me aconselhar com Celestino sobre como investir o dinheiro que não tenho e nunca terei, graças a Deus, ouvir Carybé mentir, andar nas ruas, olhar o mar, não fazer nada e tantas outras obrigações que me ocupam o dia inteiro.  Cadê tempo pra pintar? 
Quero te dizer uma coisa que já te disse uma vez, há mais de vinte anos quando te deu de viver na Europa e nunca mais voltavas: a Bahia está viva, ainda lá, cada dia mais bonita, o firmamento azul, esse mar tão verde e o povaréu. Por falar nisso, Stela de Oxóssi é a nova iyalorixá do Axé e, na festa da consagração, ikedes e iaôs, todos na roça perguntavam onde anda Obá Arolu que não veio ver sua irmã subir ao trono de rainha? Pois ontem, às quatro da tarde, um  pouco mais ou menos, saí com Carybé e Camafeu a te procurar e não te encontrando, indagamos: que faz ele que não está aqui se aqui é seu lugar? A lua de Londres,  já dizia um poeta lusitano que li numa antologia de meu tempo de menino, é merencória. A daqui é aquela lua. Por que foi ele para a Inglaterra? Não é inglês, nem  nada, que faz em Londres? Um bom filho-da-puta é o que ele é, nosso irmãozinho. 
Sabes que vendi a casa da Pedra da Sereia? Pois vendi. Fizeram um edifício medonho bem em cima dela e anunciaram nos jornais: venha ser vizinho de Dorival Caymmi. Então fiquei retado e vendi a casa, comprei um apartamento na Pituba, vou ser vizinho de James  e de João Ubaldo, daquelas duas ‘línguas viperinas, veja que irresponsabilidade a minha.
Mas hoje, antes de me mudar, fiz essa canção para Yemanjá que fala em peixe  e em vento, em saveiro e no mestre do saveiro, no mar da Bahia. Nunca soube falar de outras coisas. Dessas e de mulher. Dora, Marina, Adalgisa, Anália, Rosa morena,  como vais morena Rosa, quantas outras e todas, como sabes, são a minha Stela com quem um dia me casei te tendo de padrinho A bênção, meu padrinho, Oxóssi te proteja nessas inglaterras, um beijo para Zélia, não esqueçam de trazer meu pano africano, volte logo, tua casa é aqui e eu sou teu irmão Caymmi”.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

CALDO NO INVERNO É TUDO DE BOM




O inverno por aqui esse ano está bastante rigoroso. Como ficamos mais tempo em casa, há motivos de sobra para fazer uma comidinha caprichada. Os caldos são boas opções para essa época do ano, até porque caem muito bem com um vinhozinho, especialmente se houver amigos em volta da mesa. A canjiquinha com costelinha é de longe o mais mineiro dos caldos. Veja em http://mariaidasaudade.blogspot.com.br/p/tudo-de-bom.html, uma receita fácil, embora não tão rápida, para fazer uma legítima canjiquinha caipira.


terça-feira, 3 de julho de 2012

A Coragem de Ter Medo

Confesso sem receio: sou medrosa e das grandes. Tenho medo de muita coisa, inclusive de expor o que escrevo. Pois quando mostramos nossos textos é como se nos despíssemos diante de quem nos lê. Aliás não somente o que escrevemos diz sobre quem somos, mas tudo aquilo que fazemos. Desejos íntimos, paixões escondidas, olhares secretos saltam nas entrelinhas do que dizemos, não somente por meio de palavras, mas também em  outras  formas de expressão. Veja em http://www.mariaidasaudade.blogspot.com.br/p/cronicas-do-dia-dia.html uma crônica que acabei de escrever sobre o culto ao destemor.