terça-feira, 30 de outubro de 2012

CLÁSSICOS PARA JARDINS TROPICAIS



 ESPÉCIES FLORIDAS

Como prometi há cerca de duas semanas, trago hoje uma relação de plantas que, em minha opinião são clássicas floridas em jardins tropicais. Certamente essa é uma opinião pessoal, sendo as escolhas bastante subjetivas. Considerando que uma das marcas das plantas tropicais é o colorido e as formas exóticas, elegi três, todas fáceis de cultivar e  adaptadas a praticamente todo o território brasileiro.

Strelitzia – Essa planta,  cujo nome popular é, aqui pelos nossos lados, ave do paraíso, é, entre as espécies floridas, provavelmente a mais utilizada em jardins tropicais. Seu belo e exótico formato de pássaro, em conjunto com suas cores alaranjado e roxo, são um espetáculo para os olhos. As touceiras de strelitzia costumam atingir a altura de um metro e a manutenção dessa planta, como das demais que sugiro é relativamente simples. Envolve apenas o cuidado de retirar as folhas velhas e hastes depois da floração, que ocorre praticamente o ano todo, com maior intensidade entre setembro e março. Tolera sol pleno, mas se adapta a meia sombra. Nessa condição costuma atingir altura um pouco mais elevada e a floração é menos farta. Essa planta sobrevive com pouca água e necessita  ser regada uma vez por semana, apenas em época de seca intensa.

Alpínia – Canteiros de Alpíneas costumam permanecer floridos o ano todo, enchendo de cor o jardim que lhes acolhe. É mais comum na cor vermelha bastante intensa, mas as cor de rosa também são bastante apreciadas. Existe também a espécie de folhas variegadas, com manchas brancas sobre o verde intenso, o que lhe confere uma beleza  ainda mais exuberante. Essa planta tem uma curiosidade interessante que é o fato de soltar mudas nas flores mais amadurecidas. As alpineas têm pouca tolerância a ficarem exposta permanentemente ao sol, preferindo a meia sombra. Costumam atingir a altura entre um e dois metros.

Helicôneas – Encerrando, por hoje, esse conjunto dos clássicos floridos dos jardins tropicais, escolhi uma espécie brasileiríssima.  Refiro-me à helicônea, espécie comum de ser encontrada em nossas matas tropicais e especialmente nas faixas remanescentes  da mata atlântica. Na região de Parati, no estado do Rio de Janeiro ela ocorre com bastante abundância e em diversas variedades. Na faixa litorânea do sul da Bahia é  comum visualizá-las na natureza. É também resistente e possui florada farta. Há  um amplo conjunto de variedades de tamanhos, formatos e cores diferentes. No entanto o vermelho, o alaranjado e o amarelo costumam prevalecer nas flores dessa espécie. Hoje, algumas variedades já foram melhoradas, sendo possível encontrar  plantas híbridas resultado de cruzamentos feitos em viveiros. Suas cores são sempre vibrantes e a altura pode variar de plantas com cerca de 80 cm a 2 m ou mais de altura. Sua folhagem também é bonita, mas a planta precisa ser preservada à meia sombra, pois quando expostas ao sol o dia inteiro, costuma queimar.

Ficamos assim, por hoje. Querendo dar alguma sugestão, ou  fazer uma  crítica, deixe um comentário, que responderei com prazer. Até a próxima.



terça-feira, 23 de outubro de 2012

SORVETE DE JABUTICABA


          Sorvete no verão é tudo de bom. E esse  ano  o calor  chegou  rachando.  Felizmente  as jabuticabeiras carregaram nessa primeira florada temporã. Não há fruta mais mineira do que ela. E os mineiros têm sido,  ao longo dos tempos,  mestres na arte de aproveitar  frutas        e prolongar a sua durabilidade.  As compotas, os doces de barra e  as geleias    fazem  parte  de nossas mesas, há gerações.  Desde o tempo em que não era comum a presença de   geladeiras em casa e, até por isso. Assim, muitos de nós guardamos, à moda de Proust, memórias  repletas de imagens e cheiros dos armários da  nossa        infância.   Alguns   com   paninhos   bordados incitavam ainda  mais  a fantasia,  olhando de baixo,   naquele   tempo em   que  a    nossa estatura ainda não alcançava um metro.
Isso tudo é para contar que, há algum tempo, em visita à minha querida amiga Laene Teixeira Mucci fui agraciada com um sorvete caseiro de jabuticaba, daquele dos deuses. O calor de Ponte Nova incita essas descobertas refrescantes.  Foi só eu começar a fazer a receita e ela passou a fazer o maior sucesso na família. Em especial, o meu irmão, cunhada e sobrinhos que moram no noroeste da Bahia e não contam lá, com  essa maravilha que é uma jabuticabeira carregadinha. Então, todos os anos, seguindo uma tradição iniciada pela minha mãe,  colho os frutos, preparo a polpa e aguardo a chegada deles no Natal, com esse brinde de carinho e outras gostosuras que tanto apreciam e que, pouco a pouco vou compartilhando por aqui. Desde que criei o blog, tenho sido convocada a postar essa receita que faz o maior sucesso  na família e entre amigos e é  pouco divulgada. Mas faltavam-me as fotos, que agora consegui. Achei interessante colocá-las, para quem não conhece, ter uma ideia da cor luxuriante da polpa e suave do sorvete, depois de pronto. Então vamos lá, com a receita que batizei de Sorvete da Poeta, em homenagem à D. Laene.
Sorvete da Poeta
Ingredientes
- Um quilo de jabuticabas
- Uma xícara das de chá de açúcar  
- Uma xícara das de  chá de água
- Uma lata de leite condensado
- Uma lata de creme de leite

Modo de Preparo
Lave as jabuticabas e escorra. Coloque em uma panela com a água e o açúcar. Deixe cozinhar por aproximadamente 30 minutos.  Faça isso numa panela mais funda, pois o caldo que se forma sobe como leite quando ferve.  Não é preciso macerar, pois as frutas vão se arrebentando e os caroços vão se soltando das cascas à medida que cozinham.  Depois coe para obter a polpa da fruta. Depois de coado, obtém-se aproximadamente ½ litro da polpa. Reserve meio copo dela para fazer a calda e leve o restante ao congelador por 2 horas. Em seguida coloque no liquidificador a polpa congelada com o leite condensado e o creme de leite. Bata por cinco minutos e coloque novamente para congelar, por uma hora. Para fazer a calda leve o meio copo de polpa ao fogo numa frigideira e deixe apurar até ser reduzido à metade. Depois monte as taças com as bolas do sorvete e salpique a calda por cima. Enfeite com uma folha de hortelã e aproveite essa delícia que é muito refrescante.  

Obs.: Se você não tem jabuticabas com fartura, pode aproveitar inclusive as cascas e os caroços, batendo tudo no liquidificador para obter a polpa. Mas como por aqui temos as frutas à vontade, prefiro coar para obter um sorvete mais fino.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

ÍDOLOS DE BARRO



A propósito do julgamento do processo do mensalão, penso que, até agora, quem melhor se expressou foi o Juca Kfouri, no caderno de esportes da FSP, no último domingo e também no seu blog (http://blogdojuca.uol.com.br/) . Ao fazer uma analogia entre a condenação de José Dirceu e a do ciclista Lance Armstrong, por uso de doping, Kfouri relata que anda macambúzio e se “sentindo uma verdadeira besta”.
Não é prá menos. É brabo e doloroso constatar que nossos ídolos são de barro. Mais triste ainda, é quando percebemos, que, por mais contraditório que possa parecer, isso é confortante, pois, de certa forma, nos redime pela nossa insignificância. Ao mesmo tempo que nos condena a sermos eternos sorumbáticos. Não me restou outro sentimento que não o de Fernando Pessoa:
“........................................
Não me venham com conclusões!
A única conclusão é morrer.
Não me tragam estéticas!
Não me falem em moral!
..........................................”
(Fernando Pessoa como Álvaro de Campos, em Lisbon Revisited)

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

CLÁSSICOS DOS JARDINS TROPICAIS



CLÁSSICOS DOS  J A R D S  TROPICAIS  (FOLHAGENS)
  
Além das palmeiras, orquídeas e bromélias que não classifiquei como clássicos, mas como indispensáveis, agora apresento algumas espécies que são das que nunca saem de moda. Ou seja, são os “pretinhos básicos”  dos jardins tropicais. Separei-as em dois grupos: clássicos de folhagens e clássicos floridos. Seguem primeiramente, os que considero clássicos, no grupo das folhagens. Depois mostrarei os clássicos floridos.

Cica (sagu) -  Penso que a espécie mais clássica de todas, em jardins tropicais, é o sagu, ou cica. Essa é uma planta pré-histórica  de crescimento lento e que não apresenta floração. Porém tem uma folhagem tão exuberante que não precisa florir pra ser tão almejada. Tanto a cica macho quanto a fêmea são muito bonitas. Não é necessário possuir as duas no mesmo jardim, já que suas sementes não são fertilizadas. Essa espécie reproduz-se apenas por mudas. É, por isso e também por ter um crescimento lento, uma planta cara. Mas vale a pena investir em um ou mais exemplares, pois o sagu compõe jardins desde sempre e não sai de moda nunca. É de fácil manutenção, exigindo, às vezes, apenas a retirada das folhas velhas quando  amarelam. Precisa de sol pleno e de espaço, pois seu diâmetro, quando a planta atinge a idade adulta,  costuma atingir um metro e meio de largura.

Pleomele – Essa planta é relativamente nova no universo dos clássicos em jardins tropicais. Apareceu primeiramente, nos jardins projetados por Burle Max, que revolucionou o paisagismo no Brasil. Antes dele, praticamente todos os jardins elegantes se inspiravam nos jardins do Palácio de Versalhes na França. Depois de Burle Max, as espécies tropicais foram valorizadas e os jardins ganharam novas cores e formatos.  A pleomele é linda e surpreende pelo seu formato tortuoso, que vai se embelezando quanto mais o exemplar cresce. É uma espécie que praticamente não exige manutenção. Pode ser cultivada tanto a sol pleno como a meia sombra e não exige mais do que duas regas semanais. Fica também muito bonita quando plantada em vasos, mas para se adaptar em ambientes internos, precisa de bastante luz. A pleomele “variegata”, com folhagem listrada de verde e branco é mais vistosa. Mas a verde também é muito elegante.

Dracena Tricolor – Entre a imensa variedade de dracenas, considero a do tipo tricolor a mais clássica. Essa espécie é tão variada que depois pretendo fazer outro post, dedicado exclusivamente a mostrar algumas de suas variedades. A Dracena tricolor vem compondo jardins há várias décadas e continua tão utilizada ou até mais. É também uma espécie bastante resistente, tolera sol pleno, mas se adapta igualmente à meia sombra. Não apresenta floração, mas, como seu próprio nome indica, colore bastante o jardim com suas folhagens. Seu aspecto é escultural e dependendo da poda e da condução dos galhos, pode adquirir formatos muito interessantes. Para ficar bem vigorosa e colorida, precisa de sol pleno.
Nolina (Pata de elefante) – A Nolina é, além de tudo, uma planta nobre e rara, pois sua reprodução se dá apenas por sementes e essas são difíceis de encontrar. É, assim como o sagu, uma planta de crescimento demorado e que costuma custar caro. Toda a sua beleza está relacionada com o seu porte escultural.  As folhas são lanceoladas e pendentes e se dispõem  num tronco vigoroso que  se alarga na base, tal como uma pata de elefante, dando origem ao seu nome popular. Depois de alguns anos costuma alcançar um porte bastante elevado (chegando a atingir mais de 3 metros de altura) e produzir cachos esbranquiçados. Também é planta de sol. Tolera ser plantada em vasos e ficar dentro de casa, desde que com bastante luminosidade. Nesse caso, suas folhas costumam ficar ainda mais alongadas.
Esse lindo exemplar de Nolina (Pata de elefante)  está no jardim de minha vizinha Cida e foi plantado pela jardineira mãos de fada, Ana Maria do Carmo.
Aqui em Minas Gerais temos um famoso  e muito visitado conjunto de nolinas   que está no museu do Inhotim em Brumadinho, próximo a Belo Horizonte. 


quarta-feira, 10 de outubro de 2012

SUMIDA

Aos amigos e escassos leitores um  aviso: não desisti do meu Blog. Não se desiste de uma paixão assim tão fácil. Então..., andei sumida porque o meu notebook deu defeito e, não sei por qual razão no outro computador de casa, não conseguia acesso ao login do blog. Saber a razão disso tudo, só para os experts.  E sabem o que me respondeu o técnico que veio trazer meu note, quando lhe perguntei por que não conseguia o acesso? Isso não posso lhe responder, porque só cuido da parte física das máquinas, do hardware. Depois de muitas idas e vindas à manutenção, foi decretado que havia um dano no HD e que ele precisava ser trocado. Fazer o que? Os técnicos em informática e as lojas que nos prestam tais serviços têm a palavra final nessas questões. Principalmente no meu caso que sou praticamente analfabeta  em tecnologia da informação.  
Mas enfim, essa papo rápido é apenas para informar que continuo na área e logo, logo trarei novos posts, principalmente no tema Conversa de Jardineiro. Até breve!