quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

PLANTAS E SUPERSTIÇÕES

Sou uma apaixonada por plantas. Cultivo meu jardim há anos e, quando me pedem, dou pitaco no  dos outros. Toda a minha família, de alguma forma, relaciona-se com plantas, seja profissionalmente ou por hobby. Tenho  irmã que é paisagista, cunhada que é proprietária de floricultura e outra que era produtora de plantas ornamentais. Essa paixão começou com a minha mãe que nos legou esse gosto. Como somos uma família de pessoas bastante estudiosas, todos acabam se interessando pelo assunto, lemos frequentemente sobre o tema, cultivamos uma curiosidade permanente e observamos bastante.  Acabamos aprendendo algumas coisas.  
Um aspecto interessante que observamos é a superstição com as plantas. Algumas crenças costumam ser tão fortes, que se transformam numa verdadeira profissão de fé. Assim alguns fazem questão de cultivar uma ou outra espécie, acreditando que pode fazer bem tê-la em casa. 
No comércio, por exemplo, nas cidades do interior, é comum encontrarmos na porta, um vaso com sete ervas, entre elas,  quase sempre um pé de arruda, um de guiné, um lança de São Jorge, um comigo ninguém pode  e outras de que não me lembro. Acredita-se que elas sejam capazes de proteger contra a inveja e o mau olhado.  
Algumas plantas por sua vez, são amaldiçoadas. Certa vez uma vizinha interpelou a minha mãe dizendo: - Não é bom ter avencas em casa, pois elas trazem  má sorte e desgraça. Mas minha mãe que era uma louca pelas avencas e, além de tudo muito religiosa, deu de ombros e tentou argumentar com a vizinha que isso era uma bobagem. Não sei se a convenceu.
Particularmente sei que não há comprovação alguma a respeito dessas crendices, que aliás variam de uma região para outra. No entanto, desde que soube da crença que cultivar um pé de romã é bom pra trazer fartura e dinheiro, cuidei logo de plantar um bem na entrada de minha casa. Minha filha que é estudante de biologia (e uma debochada) logo disse: - Mas mãe como pode um pé de romã trazer riqueza se a gente só vê isso em casa de pobre? Tem razão a danadinha. Não me lembro de ter visto casa de milionário com uma romãzeira no jardim. 
Meu pé de romã está especialmente bonito nesse início de 2013.

Por via das dúvidas, mantenho a minha romãzeira com todo o cuidado. Além do mais é um arbusto lindo com florada alaranjada e frutos vermelhos quase todo o tempo. Esse ano, meu pé de romã está especialmente bonito. Se valer a crença vai ser um ano de muita fartura e dinheiro. Bom que seja mesmo, mas que seja  principalmente de muita saúde, amor, paz e amigos, essas sim, as melhores coisas da vida. 


segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

TREINAMENTO, CAPACITAÇÃO E PLENO EMPREGO



Estimativas da FIPE (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) indicam que a taxa de desemprego no Brasil, em dezembro último,  caiu mais uma vez, atingindo o percentual de 4,4%, contra 5,2% do mês anterior.  
Desemprego em torno de quatro por cento é quase pleno emprego. Não era sem tempo! Desde que me entendo por gente, jamais havia convivido com índices tão elevados de ocupação da mão de obra em nosso país. É muito bom saber que há trabalho disponível para todos que o queiram.Como já disse por aqui, o trabalho é uma dimensão importante na vida das pessoas.
Nesse contexto, as organizações estão sendo compelidas a repensar suas políticas de recursos humanos, visando atrair pessoal qualificado e mantê-los em seus quadros. Treinamento e desenvolvimento passam a fazer parte da rotina das instituições, pois trabalhador qualificado está virando artigo raro.
Houve um tempo em que se dizia que as organizações precisavam treinar, porque as escolas não preparavam os profissionais para o trabalho. Ou que havia uma defasagem entre o profissional que as empresas procuravam e os que as escolas formavam. Trata-se de uma afirmativa no mínimo discutível. Em primeiro lugar porque as escolas não têm o compromisso de formar profissionais ou trabalhadores para atuarem nessa ou naquela organização. Escola tem que formar para a vida, priorizando o desenvolvimento de competências essenciais: leitura e interpretação de textos e raciocínio lógico matemático. Considero também  salutar, que as escolas estimulem a criatividade, a inventividade e desenvolvam o senso crítico. Tudo o mais são habilidades complementares.
Mesmo para as escolas técnicas fica difícil adaptar seus programas a exigências do mercado de trabalho. O papel da escola é muito mais abrangente, envolvendo formação no inteiro sentido da palavra e não apenas capacitação para o trabalho. O papel de treinar cabe melhor às organizações que, com sua política de desenvolvimento de recursos humanos, orientam suas ações para adaptação das pessoas às suas tarefas e atividades específicas, com programas de capacitação e treinamento.
Esse momento é muito oportuno para refletir sobre esse tema. Se antes, quando havia mão de obra farta e disponível tal necessidade já existia, agora muito mais.
Constato com bastante alegria esse movimento favorável aos empregados. Antes era comum ouvir de patrões e “chefes”: “quer sair? A porta da rua é a serventia da casa. Logo teremos uma fila tentando ocupar a sua vaga”. Felizmente já não é mais assim. Várias organizações estão tendo dificuldades para repor e ampliar o quadro de pessoal. Diante dessa nova realidade, capacitar é praticamente uma exigência, já que inexistem profissionais prontos disponíveis para o trabalho.
 Além disso, tem havido uma grande movimento entre profissões. Recentemente soube que, aqui em nossa região, hospitais estão perdendo técnicos em enfermagem, para a construção civil. Remunerações oferecidas a eletricistas e bombeiros estão bastante mais atraentes, além da vantagem de horários regulares e fins de semana garantidos.
Em situação de pleno emprego, não basta treinar. É preciso instituir uma política de desenvolvimento e capacitação de recursos humanos que deve estar atrelada, ou melhor, que deve fazer parte do planejamento estratégico da organização.
Nunca é demais repetir que o primeiro passo é a elaboração do diagnóstico organizacional. Somente após serem identificadas as necessidades é que se deve dar inicio ao planejamento dos programas de treinamento e capacitação. As fases ou etapas são as seguintes:
- Diagnóstico, ou levantamento de necessidades de treinamento e capacitação;
- Elaboração de programas e projetos de capacitação;
- Implementação e, ou execução dos programas;
- Avaliação da eficácia dos programas.
Seguindo as etapas, fica muito mais fácil assegurar-se de que as ações estejam sendo direcionadas à resolução dos problemas de inadequação de mão de obra, identificados no diagnóstico. O desenho e a concepção dos programas devem, logicamente, privilegiar o desenvolvimento de capacidades e habilidades necessárias ao exercício das atribuições dos cargos. Se os programas forem bem executados é bastante provável que a avaliação aponte melhorias de desempenho e adequação.
Estudos indicam que, quando planejados adequadamente, investimentos em treinamento e capacitação costumam proporcionar retornos rápidos e elevados. Mas não adianta, somente para ficar “na onda”, sair treinando sem planejamento. Nesses casos, quando as ações são isoladas e pontuais, fica difícil avaliar se os investimentos tiveram retorno, pois se não se estabelecem padrões de desempenho, não há como medir e mensurar a eficácia de programas e projetos de capacitação.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Somos Todos Indios


Praticamente todo ano é a mesma coisa. Enfrentamos uma viagem longa, estradas cheias e tempo chuvoso, para curtirmos uns dias de praia. Nós mineiros somos até gozados por isso, mas o fato é que adoramos ir à praia. Pelo menos uma vez ao ano.
Somos adeptos da crença que as montanhas nos oprimem. E  que no litoral ficamos mais livres, descontraídos e alegres. Por lá costumamos, como se diz, “soltar a franga”. E não é difícil imaginar por que. (ou será porque?).
Somos todos índios, especialmente na praia. Ou melhor, retornamos às nossas origens.
Lá, andamos descalços e quase pelados. Comemos com as mãos, no meio da areia. Ficamos debaixo de barracas e brincamos na água feito crianças. Andamos bastante, comemos muito peixe, milho verde e mandioca. Bebemos  água de coco praticamente todos os dias. Ficamos com a pela queimada, atravessamos  trilhas de pedras, andamos de barco.  Amarramos uma canga na cintura e   nos enfeitamos com bijuterias coloridas, verdadeiras quinquilharias, nas orelhas, nos braços, nos tornozelos...
Muitas vezes enfrentamos estradas ruins e trilhas difíceis para ter acesso a praias paradisíacas. Aliás, andar é o que mais fazemos na praia. Ficamos todos exauridos, mas contentes.
No geral escolhemos ir à praia com a família ou com amigos. Nos expomos literalmente, deixando de saber se estamos plenamente em forma. Aliás, não há lugar mais democrático. Na praia tem sempre alguém mais gordo ou mais magro do que a gente, mais rico ou mais pobre, mais feio e mais bonito. Não importa se pagamos micos um atrás do outro. Quase tudo acaba sendo divertido Quer coisa melhor?