quarta-feira, 29 de junho de 2016

BRINCANDO COM ELAS

 Palavra     PALAVRAS  
Ditas, contida  PROIBIDA,

CENSURADA

SIGNIFICADO    Noção
Emoção  IDEIAS      SATISFAÇÃO
                              PALAVRA  fonema    contexto      termo   EXPRESSÃO
FALO   Penso  Digo, perigo
 PALAVRA: OPINIÃO, RESOLUÇÃO

CUIDADO      PECADO    aMOR       FONTE

ARTICULAÇÃO        EU PRECISO DESTAS

PALAVRAS    ESCRITAS :      CLÓVES
Arthur                                     DESCUIDADA
                  BISPO DO ROSÁRIO                    

DEFINITIVA  CALADA! Bem mal falada  mal   dita   SUGERIDA  Escrita           Cuidada! Pensada


sexta-feira, 17 de junho de 2016

DELÍCIAS DE MINAS - CANJIQUINHA SECA

Neste Mês de junho, nossas origens rurais costumam manifestar-se com mais entusiasmo. O Brasil caipira aflora e comidinhas da roça são lembradas  frequentemente. Acho ótimo que seja assim, e que não deixemos perder nossas raízes, nem nos seduzir pelo massacre cultural ditado pelas terras do tio San.
Uma das marcas culturais mais expressivas do Brasil é, certamente a nossa saborosa e diversificada culinária.
Da roça de onde vim, zona rural de Guaraciaba, Mg, especialmente nos córregos da Saudade, Bom destino, Vargem Grande e seus entornos, há um prato que era bastante comum nos meus tempos de criança e que é desconhecido na maioria das outras partes do estado. Estou falando da canjiquinha seca, uma delícia à base de milho, incrementada pela saborosa carne de porco. Ela é preparada com a mesma canjica de milho quebrado, utilizada para fazer a canjiquinha comum em caldo.
Em pesquisa na net, somente encontrei uma menção ao prato, registrada na região de Itaboraí-RJ. Não me consta que essa delícia seja conhecida em outras partes do Brasil.
Lá pelos meus lados, o mais comum era preparar a canjiquinha seca com carne de porco, principalmente suã ou costela. Por serem partes com ossos, o sabor que conferem ao prato, é especial.
Nesta semana, preparei a canjiquinha, com o propósito também de torná-la conhecida. Nem mesmo minhas filhas o conheciam. Na oportunidade, quis caprichar também na apresentação. Optei por desossar as carnes e cozinhar os ossos da suã, apenas para preparar o caldo. Tive ainda o cuidado de coá-lo, ao incorporar ao prato, para que não trouxesse fiapos de carne, o que poderia deixar o prato, digamos assim, meio “encardido”. Mas reconheço que isso foi uma frescurinha de minha parte e que esse trabalho poderia ser dispensado. Optei também por acrescentar rodelas de paio, com o propósito de caprichar no sabor. A seguir a receita, tal como a preparei.
Canjiquinha Seca: linda e deliciosa

CANJIQUINHA SECA
Ingredientes
- 250 gr de canjiquinha de milho
- 8 pedaços de suã com carne
- 200 gr de paio
- Uma xícara das de chá de óleo
- Meia xícara das de chá de azeite
- Duas cabeças de alho das grandes
- Sal a gosto
- Caldo de um limão
- 10 unidades de pimenta biquinho em conserva
- Uma xícara das de chá de Cheiro verde (salsinha e cebolinha)
Modo de Preparo
Lave a canjica, como se lava o arroz. Despreze as duas primeiras águas e deixe-a de molho, por duas horas, pelo menos.
Prepare a suã, primeiramente lavando os pedaços da carne, escorrendo-os e temperando com uma cabeça de alho amassado, sal e o caldo de limão. Deixe marinando por duas horas e leve ao forno para assar. Vá virando os pedaços e pingando água para corar por igual. Duas horas de forno em temperatura moderada são suficientes para corar e amaciar a carne. Desosse a suã, reservando as carnes. Leve os ossos a cozinhar por meia hora em um litro de água. Ao final, devem-se obter três xicaras das de chá do caldo da carne.
Doure no óleo, a outra cabeça de alho, descascado e amassado. Nele refogue a canjiquinha, mexendo bem, por cerca de cinco minutos, ou até que ela fique bem soltinha. Acrescente o caldo de carne, que pode ser coado ou não. Apure o sal, tampe e deixe secar. Ao final de quinze minutos verifique se está bem sequinha. Se não, destampe a panela e mexa levemente. Ao final, acrescente a meia xícara de azeite e misture bem.
À parte, frite as rodelas do paio.
Junte à canjiquinha pronta os pedaços da carne da suã que foi desossada, as rodelas de paio e o cheiro verde. Enfeite com rodelas de paio, um galho de salsa e pimenta biquinho.


Este é um prato típico que pode ser saboreado puro, ou com couve picadinha e feijão inteiro, cozido na hora e refogado com bastante alho. 

terça-feira, 7 de junho de 2016

ABERTA A TEMPORADA DAS FESTAS JUNINAS

Essa é, geralmente uma época muito alegre e colorida aqui por Minas Gerais. Ou melhor, praticamente pelo Brasil inteiro, especialmente no Nordeste, que mantém o costume das festas juninas.
Manda a tradição que sejam bastante comemorados os três santos do mês: Santo Antônio, o casamenteiro, São João, o das noites mais longas e frias e São Pedro, o dono das chaves do céu.
Tais festas, aqui no interior de Minas são associadas às comemorações da colheita, especialmente a do café, tradicionalmente um dos produtos mais valorizados da nossa agricultura. Geralmente era nessa época do ano que, graças à receita da venda do grão, as famílias de pequenos fazendeiros e agricultores melhoravam suas propriedades, renovavam suas moradias e até recompunham o estoque de roupas de frio e calçados.
As festas por aqui são cercadas de tradições e símbolos consagrados. A fogueira, por exemplo, é um dos mais fortes. Provavelmente tem a ver com o fato de o mês de junho ser, geralmente, o mais frio do ano. Antigamente havia o costume de “passar na fogueira”. Fazia-se isso, descalço e não se queimavam os pés. Já vi pessoas fazendo isso, inclusive o meu pai. As crianças não podiam. As comidas típicas são maravilhosas, geralmente feitas com milho e seus derivados: canjiquinha, canjica doce, pipoca, broa de fubá etc. Outro costume consolidado e perpetuado é a dança da quadrilha, ao som da sanfona. Esta, em muitos casos,  é precedida do casamento do Jeca, uma sátira em minha opinião de extremo mau gosto, aos hábitos simples do povo da roça.
Estandartes  na orla da
praia em Aracaju-SE

Penso, sinceramente, que casamentos da cidade são muito mais jecas e cafonas que as cerimônias do meio rural. Geralmente, nesses eventos urbanos vemos mulheres  desconfortáveis sofrendo com calos provocados por  saltos altos, engalanadas por vestidos cafonas alugados em lojas do mesmo naipe e com penteados horríveis, endurecidos de laquê. Os homens, por sua vez, quase sempre apertados em ternos que não têm hábito de vestir, costumam sofrer tentando afrouxar os nós das gravatas que lhes provocam incômodos em nosso clima tropical. Até as crianças são apertadas em vestimentas desconfortáveis, os que as impede de brincar e se divertir nas festas. Quer coisa mais jeca do que isso?
Melhor  deixar o assunto, porque tem gosto pra tudo e é uma bobagem criar polêmica com miudezas.
O que quero reafirmar são as belezas e alegrias das festas juninas, seu colorido, suas comidas típicas maravilhosas, a boa música genuinamente brasileira, como Luiz Gonzaga, Renato Teixeira, Sivuca, Banda de Pau e Corda e tantos outros. E o melhor: a oportunidade do encontro. Esse não tem preço. Famílias, parentes e amigos reunidos em volta da fogueira, matando saudades, confraternizando, rindo e se divertindo; as crianças brincando à vontade, pessoas namorando (o frio é tempo muito bom pra isso), noites claras de céu muito estrelado, uma belezura.
Tudo isso, em minha opinião só é bacana de verdade quando feito sem o propósito comercial, como tem ocorrido na maioria das festas juninas da atualidade. Em alguns casos, a coisa anda tão corrompida que a comida típica passa a ser cachorro-quente (argh). Quanto à qualidade da música que se toca, melhor nem comentar, sob pena de ser taxado de intransigente. Bom mesmo é deixar de implicância, afinal cada  um se diverte do seu jeito. Mas que manter as tradições é uma delícia, não resta dúvida. 

Fotos de Dayze Magalhães
Gonçalves