quarta-feira, 28 de junho de 2017

BUENOS AIRES


Casa Rosada, sede do governo argentino
Chegamos a Buenos Aires de bukebus, após uma confortável viagem de pouco mais de uma hora,  pelo Rio da Prata, a partir de Colônia do Sacramento, no Uruguai.
Aporta-se no bairro de Puerto Madero, uma região que, após ser revitalizada, adquiriu ares contemporâneos, abrigando os edifícios mais modernos da cidade.
Catedral de Buenos Aires
Como diz o tango de Gardel, não é difícil esquecer tristezas em Buenos Aires. Além de colorida, ensolarada e alegre, a cidade tem ruas limpas, largas e bem arborizadas; possui a arquitetura original bem preservada,  boa comida, bons vinhos, vida cultural flamejante e muitas outras atrações.
Arquitetura elegante
Mesmo sendo a segunda maior  da América do Sul, e uma das vinte maiores  do mundo, a cidade não é caótica, nem violenta. É uma das metrópoles mais seguras do continente e possui uma das menores taxas de homicídios das Américas. É pouco poluída em comparação com cidades do seu porte e abriga mais de 250 parques e espaços verdes, para desfrute de sua população e dos milhões de turistas que a procuram diariamente.
Buenos Aires é bem servida de hotéis e restaurantes, sendo famosa por seus bares e cafés. Do ponto de vista cultural, é uma capital muito atraente, abrigando mais de 250 teatros e casas de espetáculos, como o teatro Colón, considerado uma das melhores salas de concerto do mundo. A cidade é um polo cultural importante, contendo um número significativo de bibliotecas, teatros, cinemas e associações culturais, além de centenas de livrarias, o que a faz conhecida como “a cidade dos livros”. Além disso, é bem servida de museus, como o Museu Nacional de Belas Artes, que abriga quadros de artistas renomados como Renoir, Cézanne, Monet etc. Possui ainda, alem de outros,  o MALBA – Museu de Artes latino-americana  de Buenos Aires, localizado no bairro Palermo, onde fui ver aquele que é talvez o quadro mais famoso do Brasil – O Abaporu de Tarsila do Amaral. Lá também podemos encontrar obras de Frida Kalo, Botero e do brasileiro Cândido Portinari.
Buenos Aires é uma cidade moderna.  Uma lei, aprovada em 2012, permite que pessoas mudem suas identidades de gênero sem enfrentar barreiras como diagnóstico e acompanhamento psiquiátrico, ou cirurgias, tornando a Argentina um dos países mais avançados nessa questão.
Casas antigas no Camiito
Fazer um tour pela cidade é um programa muito bacana que geralmente se inicia pela Praça de Maio, onde se situam a Casa Rosada (sede do governo federal) e a Catedral Metropolitana de Buenos Aires. Ali ocorrem frequentemente manifestações políticas e os históricos encontros das Mães da Praça de Maio. Passear por Palermo, o bairro mais elegante da cidade, com seus extenso e floridos bosques é extremamente prazeroso; conhecer a Ricoleta, com seus bares charmosos e dar uma passada pelo Caminito, o tradicional bairro que é berço do tango argentino, também são bons programas.
Além de ser muito prazeroso, andar a pé por Buenos Aires não é difícil. A cidade possui um traçado bastante regular, com ruas perpendiculares e avenidas e calçadas largas, além de belas praças.
Um passeio praticamente imperdível é bater pernas na Rua Florida. Ali, há um comércio intenso e variado; os estabelecimentos comerciais no geral situam-se em edifícios de arquitetura europeia, onde se destaca a beleza das fachadas e dos portões. Pode-se ver arte na rua, casais dançando tangos, estátuas vivas, músicos e todo o burburinho da cidade.
À noite, cafés, bares e restaurantes, muitos com música ao vivo são programas quase obrigatórios. A culinária local, com forte influência italiana é um dos pontos de destaque. Os pães da Argentina, assim como os do Uruguai são inesquecíveis. Especialmente o  croissant (que eles chamam de medialuna), um pãozinho de massa folhada, com muita manteiga, é uma tentação para qualquer dieta. É possível saborear, em ambientes bonitos e aconchegantes, carnes e massas, bons vinhos, assim como  cafés e sobremesas com preços bem razoáveis, o que é também um atrativo da cidade.

Amigas e Amigos em Buenos Aires (Nós, em café que tem
estátuas de Borges, Gardel e Alfonsina Storni), ícones
da cultura argentina
Foi minha segunda viagem a Buenos Aires e, a impressão que fica é que, de lá sempre se vem com vontade de retornar um dia. Não é por acaso que a capital da Argentina é um dos mais importantes destinos turísticos do mundo. 

quarta-feira, 14 de junho de 2017

RUMO AO SUL 2

De Gramado seguimos para a fronteira, com destino ao Uruguai. Passamos por Porto Alegre, Pelotas, Novo Hamburgo, Canoas, contornamos em alguns trechos, o lindo lago Guaíba. Na região, predomina a vegetação baixa com extensas áreas de pastagens, rebanhos de gado bovino e esparsos campos de cultivo de arroz. Avistam-se muitas  torres com imensas hélices para geração de energia eólica. Uma travessia bonita.
Diferenças regionais são perceptíveis no linguajar. Quando dizemos, no posto de gasolina ou no pedágio,  -  obrigada, nosso interlocutor responde:  Merece! No restaurante, para espanto da mineirada, serviam tutu de feijão com cobertura de queijo!
Pernoitamos na cidade de Santa Vitória do Palmar, bem pertinho de  Chui, cidade da fronteira, para onde rumamos no dia seguinte bem cedo. Ali fizemos os procedimentos para dar entrada no Uruguai, passando pela imigração, e cuidamos de obter a ‘Carta verde’, documento necessário para transitar com automóvel brasileiro naquele país. Tal documento consiste basicamente em uma autorização para circular no país por período de tempo determinado e inclui um seguro do automóvel e contra acidentes com terceiros. A cidade de Chuí é cortada por uma avenida: de um lado, território brasileiro, do outro uruguaio.
Dai seguimos para Punta del Este, que fica a cerca de 200 km da fronteira. Passamos por Castilhos, Rocha e Maldonado. A estrada é boa, plana com sinalização perfeitamente compreensível, pouco trânsito e, melhor, sem pedágios.
Praia em Punta del Este
Não havíamos decidido se ficaríamos por uns dias em Punta del Este. Chegando cedo, circulamos de carro pela cidade. No período em que por lá passamos havia pouco trânsito, o comércio estava, em sua maioria, fechado e a cidade não nos pereceu muito atraente. O tempo estava frio e caia uma leve neblina.
As praias do lugar possuem águas com aspecto barrento e a areia é amarelada. Conhecida como um balneário de luxo e por possuir o maior hotel cassino da América do Sul, parece que, fora do verão, quando costuma receber em torno de um milhão de pessoas,  Punta del Este é quase uma cidade fantasma. Em um dia frio e com um pouco de neblina, praticamente não havia pessoas nas ruas, exceto um ou outro caminhando ou correndo na orla. 
Demoramos a encontrar um restaurante aberto, mas quando achamos, a impressão da cidade melhorou bastante. Pudemos constatar que a cidade, também conhecida por sua gastronomia, faz jus à sua fama.  Pedimos uma parrillada, um churrasco típico do Uruguai, com carnes e legumes grelhados num braseiro, à vista dos clientes. Mas antes que pudéssemos experimentar o prato principal, a entrada já nos impressionou bastante, principalmente pela qualidade dos pães. E a carne... bem a carne era de comer rezando.
Sem muita disposição para arriscarmos a sorte nos famosos cassinos da cidade e como estávamos a apenas 130 km de Montevidéu, resolvemos seguir viagem.
Montevideu é uma cidade limpa e arborizada
Portal em Montevideu
                Chegar em Montevideu no início da noite, com o tempo nublado, foi meio tenso. Afinal é uma cidade grande. Encontrar o hotel reservado, mesmo com o auxílio de mapas e gps não foi tão simples. Diz-se nas informações disponíveis, que é uma cidade pacata. Nem tanto. Nessa noite, cansados da viagem, saímos por perto, apenas para jantar. Embora estranhando a maioria dos pratos que não fossem carne ou massa, aprovamos mais uma vez. Conhecemos o chivitos, prato comum no Uruguai e que consta de um grande sanduiche aberto, com carne (não hambúrguer), ovos, salada e muita batata frita.
Praça da Independência
No dia seguinte escolhemos fazer um tour pela cidade. Começamos pela Praça da Independência, onde há um conjunto arquitetônico interessante e pontos turísticos charmosos como o Portal da Cidadela (portal que restou da fortaleza que protegia a cidade de invasões, na época da colonização), o monumento a  Artigas, o libertador do Uruguai, o teatro Solis e a Casa Legislativa. Ali também está o Palácio Salvo, construído por inspiração da Divina Comédia de Dante, um edifício de arquitetura majestosa e grande beleza, que é um dos principais cartões postais de Montivideu. A praça Independência  separa a cidade velha da parte mais moderna de Montevidéu.
Monumento ao Carro de bois
Visitamos o parque Batle, uma extensa área verde no meio da cidade, onde fica o Monumento ao Carro de bois (Carreta), obra do escultor José Belloni, uma bonita homenagem ao primitivo meio de transporte utilizado durante séculos, principalmente no meio rural. Perto dali fica o estádio Centenário, a mais importante arena de futebol uruguaio, que diga-se de passagem, é uma das grandes paixões do país.
Passeamos à beira mar, pela Avenida Rambla que se estende por mais de 20 km ao longo da costa, com um belo calçadão arborizado com a bonita palmeira fênix canariense,  muito presente no paisagismo local. Por ali pessoas praticam exercícios e caminham com seus animais. Em toda a extensão da orla há bonitos edifícios de moradia, bem como hotéis charmosos e os onipresentes cassinos.
Passamos uma tarde no Mercado do Porto, um dos símbolos da cidade e que  possui mais de 130 anos.  É um lugar para demorar mais tempo e almoçar. Há, além de várias lojas de artes, artesanato e antiguidades, diversos restaurantes onde se come a melhor carne uruguaia, a verdadeira parrilla. Não é à toa que os uruguaios, ou melhor os orientales (porque Montevideu fica do lado oriental do rio da Prata, que ali se encontra com o Oceano Atlântico), orgulham-se tanto de, apesar de seu pequeno território, serem um dos  maiores exportadores de carne do mundo. Essa atividade foi a responsável pelo destacado desenvolvimento do país na segunda metade do século XX, fazendo com que o Uruguai fosse chamado  “a Suíça das Américas”.
Mirante em Colônia
Chegada a Colônia do Sacramento arborizada com
a fenix canariense. Foto: Fátima Castro
 Colônia do Sacramento
O próximo destino foi Colônia do Sacramento, uma charmosa cidadezinha histórica situada às margens do Rio da Prata. Fundada em 1680, por portugueses, a cidade foi palco de disputas ferrenhas entre esses e os espanhóis, que acabaram dominando a região. É considerada um dos pontos turísticos mais bacanas do país, sendo reconhecida pela UNESCO, como patrimônio da humanidade. Passear por suas ruas com calçamento de pedra original, admirar a beleza da arquitetura colonial e dar uma esticadinha pela areia da praia, antes de parar em um dos charmosos restaurantes para o almoço é um programa divertido.
Ao contrário de Punta del Este, a cidade fervilhava. O comércio, além da enorme variedade de restaurantes e hotéis,  é farto em boas lojas de roupas de frio e de artesanato. A oferta de bons vinhos é variada, não é à toa que o povo apregoa que o país, apesar de pequeno possui mais de 190 vinícolas.
Em Colônia já estávamos às margens do Rio da Prata que separa o país da Argentina. Aliás, o rio deu nome ao Uruguai, que na linguagem indígena, significa “Rio dos pássaros pintados”.  
No dia seguinte  atravessamos de bukebus, o Rio da Prata, que mais parece um mar, com destino a Buenos Aires. Para evitar o risco de fazer aqui um textão, deixarei para um próximo post o relato de nossa memorável permanência na capital da Argentina.
Amigos em Colônia do Sacramento

terça-feira, 13 de junho de 2017

Viva Santo Antônio!

Hoje é dia de Santo Antônio, um dos três santos que são celebrados durante as festas juninas em praticamente todo o Brasil. Levantam-se mastros, armam-se fogueiras, dança-se a quadrilha e fazem-se diversas outras brincadeiras como o correio do amor e a subida no pau de sebo. Isso, claro,  nas festas tradicionais.
Santo Antonio é o protetor dos namorados, o santo casamenteiro, para ele se fazem promessas e "simpatias".
É o padroeiro de diversas cidades brasileiras, entre elas minha querida Tiradentes e Teixeiras, cidade com a qual tenho fortes laços de afeto, onde morei por alguns anos e onde tenho familiares.

Daqui a pouco tem mais relato sobre a viagem ao sul. Chui, Punta del Este, Montevideu, Colonia do Sacramento, Buenos Aires. Estivemos nestes lugares, em nossa viagem ao Sul e vou contar nossa impressão para vocês.