sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

Na Dúvida sobre Presentes, com Livros é Difícil Errar



O que não encontrei na vida, descobri nos livros. A leitura me levou a margens desconhecidas, onde a gente tem necessidade de indagar e pensar sobre coisas essenciais do mundo e dos seres. Neste tempo sombrio, que anuncia o colapso do humanismo, o livro é uma das nossas poucas esperanças. Só um sistema totalitário conceberia um mundo sem livros. No grande silêncio da leitura habitam os sonhos, a vertigem, o êxtase, os sentimentos e o conhecimento humanos. O livro é um objeto mais duradouro e mais belo do que o mais puro diamante." Milton Hatoum

Alguém já disse que dar livros de presente, além de uma gentileza, é um elogio. Mesmo que se prometa não deixar as compras de Natal para a última hora, é comum que isso aconteça. Principalmente nesse caso, livros são boas alternativas como lembranças nessa época do ano, havendo poucos riscos de não agradar a quem se presenteia. Há leitura adequada para todas as idades e gostos.
É vasta a oferta de títulos e autores que costumam agradar e muito.  Comecemos pela poesia, esse verdadeiro alento, capaz de estimular a imaginação e alimentar almas sedentas de sonhos. Se se quiser presentear com um poeta nativo, pode-se pensar em Bandeira, Cecília Meirelles, Drummond, ou Adélia Prado, por exemplo. Pouco se engana com tais escolhas. Todavia, incluindo-se Fernando Pessoa, Florbela Espanca, ou Pablo Neruda, ampliam-se as opções, mantendo pequenas as chances de errar.
A pessoa para quem vai o presente não gosta de poesia (vá lá, tem gente assim, até entre os amigos), experimente dar um livro de contos.  Guimarães Rosa, em minha opinião, é o mestre brasileiro dos contos. Pode-se incluir Júlio Cortázar, um argentino imperdível nessa categoria. E opções  mais leves, porém não menos deliciosas como os contos e crônicas de Luiz Fernando Veríssimo, ou Fernando Sabino, que definitivamente não fazem feio também na categoria dos romances.
Livro biografia de Belchior
Não sabe se a pessoa que vai receber o presente gosta de contos, dê uma biografia. De Gandhi a Nélson Mandela, passando pelo físico Stephen Hawking, pelo político Pepe Mujica, ou pelo grande escritor português José Saramago e pela mais jovem prêmio Nobel da Paz, Malala Yousafzai, há opções para gostos variados. Entre brasileiros com trajetórias interessantes e que foram biografados recentemente estão Ayrton Senna, Belchior, Elza Soares e Rita Lee.  Repetindo: são apenas alguns exemplos, há uma vasta gama de possibilidades de biografias que podem agradar a diferentes pessoas.
Entre os livros de ficção que incluem outras modalidades, como o suspense e a aventura, parece que nenhuma outra categoria é tão vasta quanto a dos romances. Acredito que poucas, muito poucas pessoas não apreciariam, por exemplo, ganhar um livro de Clarice Lispector, José Saramago, Chico Buarque ou Raduan Nassar. Da mesma forma, Garcia Marques, Mario Benedetti e Mia Couto costumam ser opções certeiras, sendo autores que possuem público leitor cativo.
Há obviamente diversas outras categorias interessantes de obras literárias, como por exemplo, aquelas com temas filosóficos, políticos e religiosos,  que podem ampliar a já extensa gama de possibilidades de se presentear com livros.
Como se não bastassem todas as conveniências mencionadas, há mais: livrarias geralmente são as lojas menos cheias nesses últimos dias que antecedem o Natal. Além disso, encontram-se livros com boas opções de preços. Sem gastar muito, oferece-se um presente inteligente, durável e de bom gosto.
Feliz Natal, queridos leitores do meu bloguinho!

sábado, 15 de dezembro de 2018

CRÔNICA DE UM NATAL SINGELO


Para nós cristãos, o Natal quase sempre é uma grande festa. Aqui em casa tem sido assim. Uma tradição herdada dos pais e avós que celebravam com rezas, presépios, bacalhaus e pudins.
Presépio sempre. O deste ano foi composto com mini bromélias e pedrinhas
 Os tempos atuais, por razões diversas, não são propícios a exageros. Assim, este ano a proposta é minimizar. Mesmo porque, ainda estando em processo de recuperação de um acidente bastante grave, (faz hoje três meses), não poderia cometer excessos. Também porque gosto de fazer tudo pessoalmente, e ainda com alguma limitação de determinados movimentos,  da decoração às comidas, vamos simplificar bastante.

O arranjo de porta também levou bromélias
Queremos comemorar com parcimônia, mas sem perder de vista a importância da celebração. Estar juntos em família já é razão suficiente para muita alegria. Ainda mais quando sabemos que alguns se deslocarão de longas distâncias, outros precisarão montar esquemas complicados para transporte de pessoa doente, crianças sairão de suas rotinas... A gratidão a todos os familiares que se esforçam para estarmos juntos é imensa. Enorme é a alegria do encontro, principalmente porque essas oportunidades são cada vez menos frequentes, nesses tempos repletos de obrigações.

Árvore com bolas feitas por mim
 Enquanto o povo não chega, vamos atuando dos preparativos, sem perder de vista o foco nos cuidados com a recuperação do acidente, que tem sido muito boa, felizmente. Mais motivos para comemorar.

Com  crianças e a professora Fabiana da E.E. Effie Rolfs 
Com crianças do Centro Social Santa Rita
Além disso, ando celebrando o fim do ano de um jeito que aprecio muito: no meio de crianças contando histórias. Falar de sonhos, exaltando a importância da leitura e da imaginação, é algo que me proporciona uma grande alegria.
Decorar a casa com mais simplicidade, reduzir a comilança, as compras e as ocupações em torno do Natal, são ações que se inserem dentro do que venho me propondo nos últimos tempos: menos consumo, menos trabalho, mais fantasia, mais encontros importantes, mais dança, música. Em busca de leveza, desprendimento, amor.