terça-feira, 29 de outubro de 2013

Périplo pelo Centro do Rio

Como disse anteriormente, começamos nosso passeio ao Rio pelo Centro, indo direto à  Igreja da Candelária. 
Mineiro, como se sabe,  é bairrista, então elogiar a beleza de igrejas, que não sejam as nossas, é quase pecado. Uma visita a algumas igrejas do Rio, dá para concluir que é verdade: as nossas  são as mais lindas, todavia as do Rio não ficam muito atrás. A começar pela da Candelária, cuja construção teve início no século XVII. Encanta com  altares belíssimos, repletos de esculturas, entalhes, pinturas e murais em paredes, teto e cúpulas, tendo a principal 66 m de altura. Muito bom o estado de conservação dos bancos entalhados em madeira com assentos e encostos em couro trabalhado, originais,  uma boniteza. Pisos portugueses, com predomínio de azul e vinho compõem magnificamente com o restante do conjunto. Vale a pena visitar.
A Igreja Nossa Senhora do Carmo da antiga Sé é linda e repleta de história. Possui museu e sítio arqueológico anexos. A  capela lateral, do Senhor dos Passos, alternando dois tons de ouro, polido e fosco, com fundo branco, iniciada em 1619 e inaugurada em 1761 é a sua principal atração. Mas o que mais encantou nessa visita não foi  a suntuosidade dos altares, dos móveis, ou o imenso órgão, mas sim o atendimento. O  porteiro  é muito amável e a capelã Sônia, não somente nos aspergiu com água benta, mas despediu-se com um abraço carinhoso. Um mimo encantador.
Obra de Kusama - Foto catálogo
Prosseguimos visitando o Centro Cultural Banco do Brasil, também com uma arquitetura muito bonita, e onde estava acontecendo a exposição "Obsessão Infinita" da artista japonesa Yayoi  Kusama. Suas magníficas obras vão de pinturas a escultura e instalações, como a inenarrável sala de espelhos infinitos. Desconsertante, de perder a fala.
O Centro Cultural dos Correios fica pertinho e também vale a pena ser visitado. Havia uma exposição  do arquiteto e artista plástico suíço John Graz que viveu muitos anos no Brasil e chegou a participar da semana de Arte Moderna em 1922. A mostra compunha-se de desenhos, pinturas, escultura e vídeo do artista, que era encantado com as paisagens brasileiras. A qualidade do atendimento dos funcionários merece destaque. Sabendo que a Instituição direciona parte dos seus resultados para manter um Centro como esse, dá até para entender por que se cobra tão caro por um  SEDEX e fica-se mais conformado com as tarifas postais, no geral. Em resumo: visita super bacana.
Infelizmente não podemos dizer o mesmo da visita à Biblioteca Nacional que eu já conhecia, mas que vale a pena ser revisitada, se não fosse pela má vontade generalizada no atendimento. Com sua linda arquitetura, acervo magnífico e frequentemente exibindo boas exposições  - as da vez eram do escritor mineiro Fernando Sabino e do afro português Mia Couto – a BBN é, por assim dizer,  o exemplo típico de disfunções da burocracia: excesso de formalismo e desprezo ao cliente.  Para se ter uma ideia,  precisa-se retornar ao atendimento por várias vezes, necessitando-se, para completar a visita, obter quatro tipos de crachás diferentes. Desanimador.
Não menos decepcionante foi a tentativa de visitar o Teatro Municipal. Apesar de aberto, o guarda não nos deixou entrar, em plena segunda feira, porque, visitas somente guiadas e, naquele dia não se agendavam as tais. Lamentável.
Mesmo com esses e outros aborrecimentos, o Centro do Rio vale a pena. Tem uma infinidade de atrações e merece ser visitado, com muito mais tempo do que o que contamos nessa pequena viagem.

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