quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

CRÕNICAS DO DIA A DIA - Esse Difícil Desafio de Continuar Acreditando

Retornamos a ioga nesta semana. É sempre muito bom continuar na tentativa. Concentrar, respirar melhor, corrigir a postura, meditar, desejar o bem à humanidade, relaxar, ainda requerem esforço, apesar dos muitos anos de prática.
E hoje andava sendo um dia não muito animador. Tudo o que está acontecendo no país tem deixado a gente assim meio mais ou menos, mesmo com todo o esforço para se manter animado.
Temos o costume deixar os calçados na porta da sala onde fazemos a nossa prática. E hoje ao sairmos dessa nossa segunda aula do semestre, meu novo colega, que começou agora, não encontrou seu par de tênis. Segundo a professora, nunca havia acontecido um roubo no local. Ficamos tristes. Ele, o dono dos tênis ficou triste. Ofereci para levá-lo em casa de carro, seria uma boa caminhada descalço até onde mora.  Fomos conversando e sua conduta de quem acabou de ser roubado salvou o meu dia. É um estudante de doutorado da UFV (Universidade Federal de Viçosa), um jovem que está tendo a oportunidade de ser a elite pensante dessa terra Brasil. E salvou meu dia, o menino. Salvou a minha crença na humanidade. Diante do ocorrido, nem uma palavra de ódio. Garanto. Não ouvi. Nenhuma praga, nenhum desejo de que morram todos, esses marginais. Nenhum desejo de que sejam pegos e que mofem na cadeia ou sejam chacinados por um motim, uma briga de gangues, uma batida policial. Meu novo colega que mal conheço salvou meu dia e minha crença na humanidade. Renovou minha alma e me deu motivo pra vir aqui compartilhar essa maravilha que é ter esperanças renovadas, mesmo em tempos obscuros como os que estamos vivendo. Diante de algo tão indesejado, como um roubo, mesmo saindo de uma aula de ioga, é muito reconfortante observar e conviver com alguém que não anda com o coração carregado de ódio.  E realimenta o nosso desejo de continuar acreditando. Nas pessoas e na humanidade.


2 comentários:

  1. São estes detalhes que nos dão força para continuar lutando por um mundo mais solidário, menos desigual.

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  2. Eu sigo acreditando. Principalmente quando olhamos para nosso entorno. Aí devemos agir e recarregar nossas energias e crenças.

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