sábado, 21 de janeiro de 2017

PARA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DAS FLORES

Nesse momento tão desconsertante, cheio de dúvidas e angústias diante do que anda acontecendo em nosso país, vou parafrasear Geraldo Vandré e falar de assunto ameno.
FLORES DE MONTE VERDE
Canteiros na vila: petúnias, impatiens...
Chegando-se em Monte Verde, é difícil não se encantar com os bonitos e bem cuidados canteiros de flores que se alinham ao longo de sua avenida principal. São petúnias, papoulas, impatiens (beijos de moça) e muitas  outras, de variado colorido, compondo  belos cenários com o casario de estilo europeu.

Hortênsias no entorno

Ao se caminhar pelo entorno do lugar a boa impressão se consolida, pois encontramos uma profusão de hortênsias que crescem exuberantes não apenas nos muros e quintais, mas  até mesmo nas margens dos riachos que banham a vila. E não são somente elas. Visualizam-se margaridas,  madressilvas, sabugueiros, iris etc.
Iris alaranjadas, um espetáculo

margaridas

madressilvas




maciço de bromélias na mata
Floradas exuberantes nas pedras
Bromélia pticairnea, rara de se ver
Todavia somente quando adentramos pela mata que o deslumbramento se completa. Praticamente a cada passo somos surpreendidos por uma profusão de espécies que transformam as trilhas da região em um verdadeiro “passeio pelo jardim”.  Composta por espécies nativas do Brasil, a vegetação  nas trilhas é das mais bonitas que tenho visto. Considerando que a região não é um parque ecológico, mas uma simples APA (Área de Preservação Ambiental), parece até um milagre que espécies tão delicadas e de extrema beleza ainda não tenham sido dizimadas.  Deparei com maciços enormes de bromélias, extensos como nunca vi nessas minhas andanças por trilhas e parques em diversos estados brasileiros. 
Composições magníficas mata a fora

Além da beleza das flores, as folhagens, as trepadeiras, os musgos, líquens e fungos, que crescem agarrados aos troncos de árvores e às pedras, formam conjuntos que nem o mais talentoso paisagista conseguiria reproduzir, com tamanha harmonia  e graciosidade.

Em Monte Verde, mais do que em qualquer  outro lugar  para onde fui com o principal objetivo de fazer trilhas, valeu o meu propósito de caminhar sem pressa, não apenas pensando em chegar ao ponto final, ou fazer o percurso em menor tempo possível.

A luz do sol penetra pelas árvores
Vistas deslumbrantes
O que conta, nessas ocasiões e que, ao invés de  cansar,  revigora, é a alegria das descobertas do percurso. Essas naturalmente não resumem a observar a vegetação. Incluem um emaranhado de sensações como descobrir uma pequena nascente jorrando água pura entre pedras, ou perceber a luminosidade dos raios de sol que atravessam a copa das árvores, por exemplo. E que quase sempre são enriquecidas pela escuta de cantos variados de passarinhos e do zumbido de diversos insetos. Nesse contexto, vale a pena curtir a engenhosidade de uma teia de aranha, ou enlevar-se sentindo o ar limpo entrando pelos pulmões e o vento fresco soprando os cabelos. Isso para  citar apenas parte do indescritível bem estar proporcionado por uma imersão  no seio da natureza,  que  conosco partilha graciosa e generosamente toda a sua riqueza e diversidade. 

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