Situada na Serra da Mantiqueira, no Sudoeste de Minas
Gerais, bem na divisa com São Paulo, Monte Verde é uma vila, distrito do município de Camanducaia.
Sua arquitetura mostra claramente os traços da colonização
por imigrantes europeus, que se dirigiam ao lugar em busca de madeira para
construção. As araucárias (pinheiros do Paraná) e os podocarpos, nativos da
região, foram a base da economia local durante muito tempo.
Os dois pilares do turismo... |
Em Monte Verde |
Altarzinho de meditação no Platô com vista deslumbrante Foto: Paulo Ferretti |
Bromélias nas árvores |
Vegetação exuberante |
Platô a caminho do Pico do Selado |
Hoje o distrito vive do turismo que se baseia em dois
pilares: gastronomia e aventura. A primeira é uma mistura interessante do sabor
mineiro com resquícios da comida alemã. As geleias e tortas, os licores, bem
como os chocolates e os queijos são bastante apreciados. Todavia, em minha
opinião, são as trutas, o maior atrativo culinário de Monte Verde.
Considerada uma estância climática, a vila de Monte
Verde registra temperaturas amenas em todo o ano, podendo alcançar marcas
negativas no inverno.
Sua vegetação é típica de clima subtropical. Apesar
do desmatamento e da invasão da cultura
do eucalipto, parte da área foi transformada em APA (Área de Preservação Ambiental),
estando em processo de recuperação e mantendo parcela da bonita vegetação
original. Ainda observam-se conjuntos com presença marcante de araucárias (pinheiro
do Paraná) e Cedros, conjugados com espécies
típicas da Mata Atlântica, como Ipês e Carvalhos. Nessas áreas há uma grande
variedade de trepadeiras, bromélias e herbáceas, além de samambaias e uma
profusão de líquens, fungos e musgos, que compõem um verdadeiro jardim a céu
aberto.
Fungos coloridos nos troncos |
mata fechada em alguns trechos |
bromélia em floração Foto: Paulo Ferretti |
Maciços de bromélias |
Pico do Selado, o mais alto e difícil |
Trilhas e mirantes com altitude em torno de 2000 m
são as atrações mais sedutoras para os que apreciam a prática de caminhadas. Com grandes trechos situados dentro de mata
fechada, a beleza da vegetação nativa transforma os passeios em uma atividade
extremamente prazerosa, atenuando o cansaço e instigando uma infinidade de novas
descobertas. Os percursos mais interessantes, e que chegam aos dois picos de maior altura, são do da
Pedra Partida e o do Selado. O primeiro permite vislumbrar a cadeia de montanhas da região e parte do Estado de São Paulo. Já
a trilha para o pico do Selado, sendo a mais rústica e inexplorada, além de
mais longa e difícil, acaba sendo a maior atração do local. Em seu trajeto,
escutam-se barulhos de pequenas quedas d’água e cantos variados de passarinhos;
passa-se pelo Platô, um grande patamar
de pedra, que além de permitir uma vista deslumbrante, tem uma vegetação
rasteira surpreendente e uma profusão de abelhas e borboletas.
Além dessas, há outras trilhas como a do Bispo e a da
Pedra Redonda, esta bastante facilitada por escadas e corrimões nas partes mais
difíceis do percurso.
Há também a possibilidade de fazer esportes mais
radicais como tirolesa, boiacross e escaladas, geralmente explorados por
fazendas da região, que incluem a possibilidade do visitante conhecer os
processos de produção de doces caseiros e da ordenha de vacas. O acesso às
fazendas pode ser feito tanto em carro próprio, como por intermédio de
quadriciclos e jeeps, cedidos por empresas de aluguel, que ficam ao longo da
avenida principal da vila.
Enfim, há opções para pessoas de gostos variados.
Especialmente para os que apreciam lugares com mais sossego. Em minha opinião, o maior atrativo de Mote
Verde é a exuberante beleza da vegetação das trilhas, que será objeto da
próxima postagem.
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