quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

LUGARES E VIAGENS - MONTE VERDE

Situada na Serra da Mantiqueira, no Sudoeste de Minas Gerais, bem na divisa com São Paulo, Monte Verde é uma vila,  distrito do município de Camanducaia.
Sua arquitetura mostra claramente os traços da colonização por imigrantes europeus, que se dirigiam ao lugar em busca de madeira para construção. As araucárias (pinheiros do Paraná) e os podocarpos, nativos da região, foram a base da economia local durante muito tempo. 


Os dois pilares do turismo...
Em Monte Verde


Altarzinho de meditação no Platô com vista deslumbrante
Foto: Paulo Ferretti

Bromélias nas árvores

Vegetação exuberante

Platô a caminho do Pico do Selado



Hoje o distrito vive do turismo que se baseia em dois pilares: gastronomia e aventura. A primeira é uma mistura interessante do sabor mineiro com resquícios da comida alemã. As geleias e tortas, os licores, bem como os chocolates e os queijos são bastante apreciados. Todavia, em minha opinião, são as trutas, o maior atrativo culinário de Monte Verde.
Considerada uma estância climática, a vila de Monte Verde registra temperaturas amenas em todo o ano, podendo alcançar marcas negativas no inverno.
Sua vegetação é típica de clima subtropical. Apesar do desmatamento  e da invasão da cultura do eucalipto, parte da área foi transformada em APA (Área de Preservação Ambiental), estando em processo de recuperação e mantendo parcela da bonita vegetação original. Ainda observam-se conjuntos   com presença marcante de araucárias (pinheiro do Paraná) e Cedros,  conjugados com espécies típicas da Mata Atlântica, como Ipês e Carvalhos. Nessas áreas há uma grande variedade de trepadeiras, bromélias e herbáceas, além de samambaias e uma profusão de líquens, fungos e musgos, que compõem um verdadeiro jardim a céu aberto.
Fungos coloridos nos troncos

mata fechada em alguns trechos

bromélia em floração
Foto: Paulo Ferretti

Maciços de bromélias



Pico do Selado, o mais alto e difícil
Trilhas e mirantes com altitude em torno de 2000 m são as atrações mais sedutoras para os que apreciam a prática de caminhadas.  Com grandes trechos situados dentro de mata fechada, a beleza da vegetação nativa transforma os passeios em uma atividade extremamente prazerosa, atenuando o cansaço e instigando uma infinidade de novas descobertas. Os percursos mais interessantes, e que chegam  aos dois picos de maior altura, são do da Pedra Partida e o do Selado. O primeiro permite vislumbrar a cadeia de montanhas  da região e parte do Estado de São Paulo. Já a trilha para o pico do Selado, sendo a mais rústica e inexplorada, além de mais longa e difícil, acaba sendo a maior atração do local. Em seu trajeto, escutam-se barulhos de pequenas quedas d’água e cantos variados de passarinhos;  passa-se pelo Platô, um grande patamar de pedra, que além de permitir uma vista deslumbrante, tem uma vegetação rasteira surpreendente e uma profusão de abelhas e borboletas.  
Além dessas, há outras trilhas como a do Bispo e a da Pedra Redonda, esta bastante facilitada por escadas e corrimões nas partes mais difíceis do percurso.
Há também a possibilidade de fazer esportes mais radicais como tirolesa, boiacross e escaladas, geralmente explorados por fazendas da região, que incluem a possibilidade do visitante conhecer os processos de produção de doces caseiros e da ordenha de vacas. O acesso às fazendas pode ser feito tanto em carro próprio, como por intermédio de quadriciclos e jeeps, cedidos por empresas de aluguel, que ficam ao longo da avenida principal da vila.

Enfim, há opções para pessoas de gostos variados. Especialmente para os que apreciam lugares com mais sossego.  Em minha opinião, o maior atrativo de Mote Verde é a exuberante beleza da vegetação das trilhas, que será objeto da próxima postagem. 

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