sábado, 1 de outubro de 2016

Sobre Esperanças e Utopias

“Continuar acreditando nas pessoas e alimentar utopias é tarefa para a vida toda”. Estas lindas palavras da teóloga e escritora Solange do Carmo foram escritas a propósito das eleições municipais de amanhã. Creio que, ao proferi-las, ela pensava e se referia às pessoas que, se dizendo desiludidas com a s questões políticas, declaram que não comparecerão às urnas ou vão votar em branco ou nulo. É muito pesaroso ver cidadãos ativos, alguns até jovens com esse tipo de pensamento construído pelos detentores do poder há anos, com o objetivo de desanimar as pessoas e difundir a cultura do “não tem jeito”.  
Ledo engano comete quem assume esse tipo de postura. Sabe-se que os resultados obtidos pelas instituições são altamente influenciados pela capacidade, pela determinação e pelo caráter daqueles que se encontram à frente do comando delas. Se nos omitimos, no momento em que nos é permitido participar da escolha dos que irão decidir os destinos do município, estado ou país, estamos sendo coniventes com aqueles de caráter duvidoso que se apropriam de cargos e os exercem de maneira desonesta e prejudicial ao povo.
No caso dos municípios, como se trata da eleição de amanhã, a nossa participação é ainda mais importante, porque é aí que residimos, onde os serviços públicos estão mais próximos de nós e podemos perceber a sua eficácia ou não. É também mais fácil, porque raramente não conheceremos os candidatos, o que pode não ocorrer no caso das eleições estaduais e nacionais. Sabe-se também que, muitos projetos e programas, embora sejam do estado ou do governo federal, são gerenciados pelo município, como é o caso do Sistema Único de Saúde, o SUS e do transporte escolar, por exemplo. Essas são fortes razões para se compreender a importância da participação de todos na escolha dos gestores, legisladores e fiscalizadores da administração municipal.
Entre os candidatos ao poder executivo, geralmente em número reduzido, a escolha pode ser mais difícil, todavia sempre haverá um menos pior, no caso de, segundo a opinião do eleitor, nenhum deles ser bom.
É bastante diferente  com as eleições para as Câmaras Municipais. Quase sempre o número de candidatos é grande, sendo praticamente impossível que entre eles não se consiga escolher pessoas de bem e preparadas para o cargo.

Não se omitir neste momento é uma demonstração de esperança, uma lição de maturidade e uma renovação de nossa crença nas pessoas. Sempre vale lembrar que constitui um privilégio poder participar da escolha dos dirigentes,  sendo essa, uma conquista recente em nosso país e que, muitas vezes, vem sendo ameaçada.

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