Dizem os que estudam a cultura mineira e a sua culinária, que a nossa mania de fazer compotas de frutas tem origens nas dificuldades de conservá-las nos tempos em que não havia geladeiras. E que tal hábito foi fortalecido porque o nosso estado além de muitas frutas, é também um bom produtor de açúcar. Ainda bem que herdamos essa tradição de nossas avós, porque isso é uma gostosura.
A carambola é linda no pé |
E na fruteira |
Minha filha, depois de quatorze meses morando fora, está retornando ao Brasil na próxima semana, se Deus quiser. Quando lhe disse que o pé de carambola havia carregado, ela pediu que guardasse algumas para ela. Sendo a fruta bastante perecível, ocorreu-me fazer uma compota para ela.
A receita que reproduzo a seguir tem uma história
interessante. Minha mãe sempre cultivou o pomar com muito gosto; possuía, entre
diversas outras espécies, dois belos pés de carambola. Certa vez recebeu a
visita de Rejane Machado, escritora residente
no Rio de janeiro, com parentes em nossa região, que impressionada com a
fartura de carambolas e penalizada por vê-las perdendo, ensinou-a a fazer a
compota.
O processo é muito simples, como se pode ver na receita a
seguir. A compota dura meses na geladeira, se for guardada em potes de vidro esterilizados
e submetida à fervura em intervalos de aproximadamente dez dias.
A compota, além de gostosa, fica muito bonita |
Ingredientes
- Dez carambolas de tamanho médio, maduras ou “de vez”;
- Duas xícaras das de chá de açúcar cristal;
- Um litro de água;
- quatro paus de canela e dez cravos da Índia.
Modo de Preparo
Lave as carambolas e parta-as ao meio, retirando as sementes
e o “pavio” central com cuidado para não danificar a polpa da fruta. Coloque
para cozinhar junto com a água, em panela de inox, por vinte minutos. A seguir, acrescente o
açúcar, a canela e o cravo. Deixe ferver por mais dez minutos e está pronto. Depois
de frio, despejar em uma vasilha de vidro.
Servir geladinho, acompanhado de queijo Minas frescal, ou
requeijão cremoso.
Saudades da minha infância. Boa parte dela, eu passei em cima de um pé de carambola. Meu pai costumava "ensacá-las" já crescidas, com as antigas sacolas de papel de 1/2kg para não ficarem 'bichadas'. E minha mãe era uma hábil 'compoteira', apesar de não ser muito chegada à cozinha.
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