Muitas vezes converso com meu travesseiro e nem sempre tais conversas são amenas.
TRAVESSEIRO
Somente a ti
confesso todo o medo
Diante da
completa ausência de respostas
Onde qualquer vida, dura apenas um instante.
Onde qualquer vida, dura apenas um instante.
E
cada tempo, mesmo que transborde em plenitude
Cai no fosso oco do vazio e do vago esquecimento
Cai no fosso oco do vazio e do vago esquecimento
Caminhando
para a inevitável indiferença
E para o desfecho previsível na região de sombras
Onde corpo e vida juntos se anulam em terra
E para o desfecho previsível na região de sombras
Onde corpo e vida juntos se anulam em terra
Ou
fogo e pó a depender dessa opção vâ.
Tento acreditar que possuo o silêncio da noite
Poço
fundo onde lanço inúteis murmúrios
Invocando céus, que se existem, não consolam.
Invocando céus, que se existem, não consolam.
Passo
as horas esperando por improvável socorro
Ansiando
por um amor que seja capaz de erguer
Meu corpo, a partir de olhares e cumplicidades
E possa oferecer alívio apenas imaginável.
Meu corpo, a partir de olhares e cumplicidades
E possa oferecer alívio apenas imaginável.
Que farei com o
amanhã que não sei se virá
Sendo esse ainda
hoje tão inútil?
Mesmo vendo pela janela estrelas e brilho
Mesmo vendo pela janela estrelas e brilho
Pela
transparência das cortinas.
Que vale esse
lamento sem voz?
Estou sozinho a
errar mais uma vez.
Supondo poder mudar, estando atado
Supondo poder mudar, estando atado
Nesse curto instante
de ilusória existência
A enganar-me preso no
espaço incontrolávelSem voz nem vontade. Imerso em ruídos
Que zumbem frenéticos em meus ouvidos.
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