quinta-feira, 4 de junho de 2015

PRETENSA POESIA

Muitas vezes converso com meu travesseiro e nem sempre tais conversas são amenas.

TRAVESSEIRO

Somente a ti confesso todo o medo
Diante da completa ausência de respostas
Onde qualquer vida, dura apenas um instante.
E cada tempo, mesmo que transborde em plenitude
Cai no fosso oco do vazio e do vago esquecimento
Caminhando para a inevitável indiferença
E para o desfecho previsível na região de sombras
Onde corpo e vida juntos se anulam em terra
Ou fogo e pó a depender dessa opção vâ.

Tento acreditar que possuo o silêncio da noite
Poço fundo onde lanço inúteis murmúrios
Invocando céus, que se existem, não consolam.
Passo as horas esperando por improvável socorro
Ansiando por um amor que seja capaz de erguer
Meu corpo, a partir de olhares e cumplicidades
E possa oferecer alívio apenas imaginável.

Que farei com o amanhã que não sei se virá
Sendo esse ainda hoje tão inútil?
Mesmo vendo pela janela estrelas e brilho
Pela transparência das cortinas.
Que vale esse lamento sem voz?
Estou sozinho a errar mais uma vez.
Supondo poder mudar, estando atado
Nesse curto instante de ilusória existência
A enganar-me preso no espaço incontrolável
Sem voz nem vontade. Imerso em ruídos
Que zumbem frenéticos em meus ouvidos.

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