Esse Janeiro tão calorento tem provocado uma
preguiça!. Não tem dado ânimo para quase nada. Tá desanimador até mesmo
pensar em uma viagem à praia, programa tão mineiro e para onde vamos quase sempre nessa época do ano.
Com esse clima, ler numa boa sombra, de preferência
deitada numa rede macia de algodão, tem sido meu programa preferido.
Há pouco tempo conheci Julio Cortázar por
intermédio de seu livro de contos, As Armas Secretas. Foi uma paixão
fulminante. Pensei que nenhum outro conto que eu pudesse ler superaria o
encanto que me provocou “Os Bons Serviços” e sua magnífica personagem Madame
Francinete. Enganei-me. Agora com Final do Jogo,
descobri um Cortázar ainda melhor.
Os dezoito contos do livro são todos praticamente muito
bons. “A porta interditada” e “Axolotle” me fisgaram definitivamente. Este
último é um primor de narrativa, instigante e surreal. O autor é mestre em
contar histórias sem revelar tudo, ao
contrário escondendo partes importantes das informações, deixando-nos intrigados
e curiosos, como faz nesse livro, em “Depois do Almoço”. Afinal quem o narrador
levou para passear por ordem dos pais? Um cachorro, um irmão menor? Ou algo
diferente? Ao não revelar, deixa que o leitor crie sua própria versão da
história, ou seja, permite que ele também se torne sujeito da narrativa.
Cortázar é argentino, embora tenha nascido na
Bélgica e passado boa parte da sua vida na França. É muito bom confirmar, cada
vez mais, como é rica a literatura latino americana.
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