terça-feira, 13 de janeiro de 2015

RESENHA DE LIVRO - Final do Jogo: Julio Cortázar

Esse Janeiro tão calorento tem provocado uma preguiça!. Não tem dado ânimo para quase nada. Tá desanimador até mesmo pensar em uma viagem à praia, programa tão mineiro e para onde  vamos quase sempre nessa época do ano.
Com esse clima, ler numa boa sombra, de preferência deitada numa rede macia de algodão, tem sido meu programa preferido. 
Há pouco tempo conheci Julio Cortázar por intermédio de seu livro de contos, As Armas Secretas. Foi uma paixão fulminante. Pensei que nenhum outro conto que eu pudesse ler superaria o encanto que me provocou “Os Bons Serviços” e sua magnífica personagem Madame Francinete. Enganei-me. Agora com Final do Jogo,  descobri um Cortázar ainda melhor.
Os dezoito contos do livro são todos praticamente muito bons. “A porta interditada” e “Axolotle” me fisgaram definitivamente. Este último é um primor de narrativa, instigante e surreal. O autor é mestre em contar  histórias sem revelar tudo, ao contrário escondendo partes importantes das informações, deixando-nos intrigados e curiosos, como faz nesse livro, em “Depois do Almoço”. Afinal quem o narrador levou para passear por ordem dos pais? Um cachorro, um irmão menor? Ou algo diferente? Ao não revelar, deixa que o leitor crie sua própria versão da história, ou seja, permite que ele também se torne sujeito da narrativa.
Cortázar é argentino, embora tenha nascido na Bélgica e passado boa parte da sua vida na França. É muito bom confirmar, cada vez mais, como é rica a literatura latino americana.

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