sábado, 20 de dezembro de 2014

Ouro preto inspirador
Mês de Dezembro é sempre um corre-corre danado. Especialmente este ano foi bastante atípico. Dei aulas  nos dois primeiros sábados, fato incomum para o meu caso. Nesse mesmo período, ou seja, na primeira quinzena do mês, minha filha mais velha esteve em férias passando uns dias comigo.
Havíamos decidido dar uma ida a Ouro Preto, pois ela acabara de chegar de uma viagem mais longa e não queria se deslocar novamente para grande distância e eu precisaria conciliar com o compromisso do sábado.
Voltar a Ouro Preto é sempre muito bom. Visitar a cidade nesse período natalino é ainda mais inspirador. As tradições de Natal, tão fortes em Minas são especialmente ricas na cidade, que por sinal já parece um  presépio.
Por falar em presépio, fiquei sabendo recentemente que foi São Francisco a primeira pessoa que encenou o Nascimento e acabou instituindo a tradição. Depois disso estava cogitando trocar os personagens do meu presépio por peças de cerâmica. Cismei que elas representam melhor a singeleza dessa linda história milenar que vem comovendo as pessoas há tanto tempo.
Felizmente, encontrei em Ouro Preto  as peças do material que desejava. Voltando da viagem refiz o meu presépio, que já havia mostrado aqui, porque agora ele abrigaria as novas peças e precisava pelo menos de umas mexidinhas. Acabei fazendo praticamente tudo do novo e o resultado tá aí para ser conferido.
Com os olhos muito voltados para a arte em tecido, apreciei com  gosto diversos panôs bordados, especialmente um conjunto muito lindo que decora um restaurante  cuja comida faz jus à beleza do lugar.

Carinhas de sapeca em um porta retrato idem
Ciganas pouco coloridas mereciam
uma casa bem divertida



Orquídeas e outras plantas contextualizam o cenário do presépio

Figuras de barro, como eu desejava
Como preciso de bastante tempo para bordar e as colagens são mais rápidas, acabei me inspirando a intervir em porta-retratos, pois estava querendo expor duas fotos muito especiais e não havia encontrado peças adequadas a elas.
Uma das fotos mostra três jovens foliãs em um carnaval de clube, da década de 1970,  fantasiadas de ciganas. Elas têm 22, 20 e 18 anos e, o retrato em preto e branco diz muito sobre a minha história. No entanto, ilustra pouco um baile de carnaval, pela ausência de cores, pelo comedimento da pose e contenção dos sorrisos. Essa foto precisava de um porta-retratos colorido, alegre, cigano e descomprometido. Foi o que tentei expressar e creio ter conseguido.
A outra fotografia mostra duas crianças sapequinhas brincando no jardim da casa da avó. Ambas tão sorridentes e expressivas, pediam  um porta-retratos que tivesse o tom da brincadeira e a cara da felicidade e da infância. Mais uma vez, deixei a imaginação correr bem solta, não permiti que a minha permanente censura intervisse na escolha das cores e dos materiais utilizados e obtive uma peça que “casou” direitinho com a foto que ia abrigar.   
Em estado de graça, como sempre me acontece quando  retorno de Ouro Preto, tudo flui com mais leveza e acabo até mais corajosa para mostrar minhas criações, como estou fazendo agora.  Beijo a todos e nos falaremos ainda antes das festas, se Deus quiser, porque quero compartilhar uma experiência bacana que vivenciei ontem, que é a cara do Natal.

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