segunda-feira, 14 de julho de 2014

DELÍCIAS DE UMA VIAGEM DE CARRO

Posso ser suspeita por fazer uma exaltação às maravilhas e belezas de uma viagem de carro, já que o meu medo de avião acaba levando-me a preferir o automóvel como meio de transporte, sempre que  a distância e o tempo permitem.
O trajeto é, em minha opinião, dependendo das estradas, parte significativa da viagem, principalmente quando temos o privilégio de fazê-lo em bons carros e com motoristas habilidosos e prudentes.
Na semana passada, como já disse aqui no Blog, fomos parar em Barreiras, na Bahia, para uma visita à família do meu irmão que mora lá há cerca de dez anos. Lamento ter adiado a viagem por tanto tempo. A região, ao contrário do que se pensa, além de constituir-se em um polo de cultivo de grãos e frutas, possui atrativos turísticos muito interessantes.
Mas disso vou falar em outro post. Hoje a minha intenção é mostrar a beleza da viagem que  incluiu o norte de Minas, parte de Goiás e um bom pedaço da Bahia.
De Belo Horizonte até a divisa de Goiás, trafegamos primeiramente por Sete lagoas, Curvelo e Três Marias, região marcada por vegetação exuberante, com predomínio de árvores de médio porte, com alternância entre restos de Mata Atlântica e maior parte de cerrado.
Ponte sobre o Rio São Francisco
Depois de atravessar o Rio São Francisco, a seca fica mais evidente e surgem, em abundâncias, as veredas, pequenos riachos  e lagoas, rodeados pela palmeira buriti, uma lindeza.
Vereda e buritis
Inevitavelmente vem à lembrança o grande romance de Guimarães Rosa. À direita, na ida, o Parque Nacional Grande Sertão Veredas e várias chapadas imensas, uma topografia bem diferente da que estamos acostumados, com predomínio de montanhas. As estradas que passam por João Pinheiro, Paracatu e Unaí são quase sempre retas e planas e a viagem rende. Nesse trecho, além de faixas de cerrado, começam a surgir as grandes culturas irrigadas, especialmente as de milho.
Lindo o cultivo de algodão
Sorgo a perder de vista: dourado
contra o céu azul
O pequeno trecho de Goiás percorre a região de Formosa, tomada por plantações de soja e sorgo e quando adentramos a Bahia, o cultivo do algodão, nessa fase do ano, época de colheita,  é uma lindeza.
Além de palmeiras, como buriti, Jerivá e Guariroba, outras espécies tipicamente brasileiras como o pequizeiro, a cagaita,  os ipês e  os cedrinhos, além  de muitas outras, enfeitam a estrada  do princípio ao fim.
Pequizeiro na beira da estrada
E mais ainda. O céu da região é lindo. Talvez pela ausência de montanhas, contém uma luminosidade impressionante.  É um delírio para os olhos, coisa pra não esquecer jamais. Pena que a maioria das fotos que mostro aqui foram batidas com o carro em movimento. O ideal seria ir parando, sem dia nem hora para chegar e fotografar tudo com calma e delicadeza.
Mas porque não existe o céu na terra,  vemos coisas que aborrecem: carcaças de pneus e lixos jogados nos acostamentos e, tristeza maior, queimadas.  Difícil acreditar que alguém pode ter coragem de botar fogo em vegetação tão bonita. 
Queimada, uma tristeza




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