sábado, 13 de julho de 2013

ANARQUISMO E UTOPIA

Pode parecer contraditório. Pode parecer não, certamente é. E não seríamos mais pobres se andássemos sempre em linha reta? Nossas contradições não nos fazem mais interessantes? Para mim é assim e tenho perdido, cada vez mais, o pudor de confessar.
Como posso, sendo professora na área de administração, que prega  organização e normas, como formas de disciplinar e institucionalizar procedimentos, ter uma simpatia tão grande, uma tendência mesmo, ao anarquismo?
Confesso isso, assim, “cheia de dedos”. Nem é pra tanto, pois o anarquismo não é contrário à organização, nem às instituições, mas defende organizações libertárias. Sonha com a ausência de coerção, não de ordem.
Acredito que todos poderíamos viver melhor com menos governo, menos leis e maior liberdade. E se fôssemos  tão desenvolvidos e educados que não precisássemos de governo ou de instituições repressoras que nos ditassem as ordens? Ah, doces utopias que nos alimentam, por que não?
A ideia equivocada de que anarquismo é sinônimo de desordem popularizou-se, depois do século XIX, por intermédio de comunicação patrocinada por entidades patronais e religiosas. Isso aconteceu em uma época em que os trabalhadores começaram a se organizar e fortaleceram-se os sindicatos. Outro erro comum é  pensar o anarquismo como a ausência de laços de solidariedade entre os homens. Ao contrário: anarquistas defendem uma sociedade baseada na liberdade, solidariedade, coexistência harmoniosa, propriedade coletiva, autodisciplina, responsabilidade e instituições de autogestão.
Sendo um movimento político que defende uma organização social baseada em consensos e na cooperação de indivíduos, propõe que sejam abolidas  todas as formas de poder - uma sociedade sem dominação. A proposta de instituições autogestionárias prevê que os indivíduos se auto organizem, assegurando que todos tenham a mesma capacidade de decisão. Esta sociedade apresenta-se como uma "Utopia", um sonho, um estado idealizado. No geral, anarquistas defendem os seguintes ideais:
- Direitos Fundamentais dos Indivíduos -  primazia do indivíduo em relação à sociedade, reconhecimento que toda pessoa é única, sendo detentora de direitos naturais que não podem ser negados por nenhum tipo de sociedade.
- Ação Direta -  anarquistas defendem o valor da ação direta do indivíduo na realidade social, descredenciando o sistema de representação.
- Crítica de Preconceitos Ideológicos - Abominando veementemente os preconceitos sociais, os anarquistas propõem destruir todas os condicionantes mentais que impedem o indivíduo de ser livre e de se assumir como tal.
- Educação Libertária - A educação é vista pelos anarquistas como meio de emancipação dos indivíduos; pela educação podem-se construir as liberdades individuais, sem comprometer a vida em sociedade.  
- Auto-organização - Organizações são válidas, desde que sejam  resultado de ação consciente e voluntária de pessoas, com os membros mantendo igualdade entre si.
- Sociedade Global - Um dos  grandes ideais do anarquismo é a constituição de uma sociedade planetária com livre circulação de pessoas.
Assim, utopicamente, o anarquismo idealiza a ruptura com a autoridade, seja política ou religiosa, abomina a propriedade privada e outros tipos de instituições que diferenciam pessoas e cerceiam a liberdade individual.
Anarquistas são antes de tudo idealistas e, no mundo inteiro, tem estado ligados à criação de sociedades mutualistas, cooperativas, associações de trabalhadores  e experiências de empresas auto- gestionárias.
Você pode saber mais sobre anarquismo em:



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