terça-feira, 12 de março de 2013

PAÍS QUASE RICO, GENTE POUCO CIVILIZADA



Tem sido anunciado que estamos nos tornando um país rico.  Já que vamos acabando com a miséria, o que é muito bom, precisamos agora reivindicar um pouco de civilidade.
Fico perplexa e bastante indignada (meus alunos sabem disso), quando preciso mover a mesa ou carteiras, em sala de aula, e quase sempre pego em chicletes colados na parte de baixo dos móveis. Tem coisa mais escrota? Mais sem educação, e que represente tanto atraso? E pensar que isso acontece em uma escola... É triste, para não dizer coisa pior.
Assim também é o hábito de jogar lixo na rua.  É, no mínimo, desolador. Vejo como o entorno dos supermercados e lanchonetes, ruas e calçadas ficam entulhadas de embalagens de alimentos. Próximos aos bares e restaurantes, copos plásticos e latas de cerveja e refrigerantes são atirados, sem parcimônia. Na minha rua também jogam copos plásticos e latas de cerveja. Que vergonha! Depois não querem ter dengue, nem enfrentar problemas com enchentes. Óbvio que esses entulhos acumulam água e depois correm direto com as chuvas para entupir bueiros e poluir riachos e ribeirões.
Esses são exemplos de falta de civilidade e poderia citar muitos outros. Mas o motivo da minha indignação e que me motivou a escrever este post (após uma ausência considerável por aqui) é um fato que me ocorre pela segunda vez em um espaço curto de tempo. Moro em um bairro  sossegado, onde costumo fazer minhas caminhadas de fim de tarde. De repente vem um cachorro  correndo para o meu lado, livre de coleira ou qualquer outro meio de segurá-lo. Morro de medo de bichos, quaisquer que sejam. Nessas horas, entro em pânico e fico indignada com os donos que, na maior parte das vezes se limitam a dizer: - fique tranquila que ele não morde. Reconheço que perco um pouco as estribeiras, acabo interpelando os donos e sendo bastante afirmativa em meu direito de caminhar sossegada e em segurança.
Sei que ando meio  na contramão da onda que atualmente é pró-animais e  que corro risco de sofrer certa patrulha ideológica por estar me expondo quanto a este assunto.  Respeito os animais, não gosto de vê-los sendo maltratados, mas tenho o direito de andar na rua sem ser incomodada. Em alguns locais já existem leis proibindo que saiam sem  coleiras e, em certos casos, até focinheiras. Confesso que não sei se por aqui existe esse mecanismo. Mas vou me informar, porque, se for o caso,  havendo uma terceira vez, farei uma denúncia.
Não há falta de civilidade maior do que criar problemas com vizinhos. Nas cidades pequenas, como é o caso da onde moro, vizinhos se conhecem, se cumprimentam, alguns se tornam bons amigos, pessoas literalmente muito próximas.  Por aqui, pessoas ainda colocam cadeiras nas calçadas no fim da tarde, para conversarem, fazem novenas de fim de ano, oferecem carona umas às outras e, no geral usufruem de convívio harmonioso. Ficarei muito aborrecida  se tiver que tomar alguma providência  menos amigável para garantir o meu direito de andar pelas ruas em segurança, sem ser incomodada por animais e ainda ter que bater  boca com seus donos irresponsáveis. 

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