Às vezes conto histórias de pessoas que são chamadas de santas e o faço usando a linguagem do bordado. Na verdade, não sei se bordo, penso que remendo. Gosto de imaginar e reescrever a trajetória dessas figuras que se situam entre o humano e o divino.
Aqui apresento três peças de Santas que constituem a minha história. A primeira é aquela de quem tiraram meu nome; depois a que batizou minha família. A terceira também diz muito sobre as nossas origens.
Ultimamente tenho pensado em idealizar novas santidades, ou até celebrar algumas que já existiram e não foram devidamente reconhecidas como tais.
Bandeira para uma Nova Santa
Procuro com muito afinco
Procuro com muito afinco
Por
uma Santa protetora
Das
mulheres esquisitas
Que
dê consolo às insones
E alívio para as ansiosas.
Que
abençoe inconformadas
E
proteja as que pelejam
Com as dores de todos os meses
Com as dores de todos os meses
E com tantas outras mazelas
Quase
todas sem consolo.
Santa
rainha dos meus pecados
Não
me cobre fé incondicional
E
me deixa ser desconforme.
Não
me exija crença intransigente
Em
virtudes das quais duvido.
Prometo
lhe fazer um bordado
Com
todos os adornos e cores
Para
esconder sobre o tecido
Os muitos sustos que sofro
Carne viva em minhas mãos.
Carne viva em minhas mãos.
Para que essa dor vá embora
Lhe darei meu belo estandarte
Em
outros tempos impensado.
-
Seja feita de pura arte
Minha
bandeira redentora.
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