segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

MEU TRAVESSEIRO

Travesseiro do enxoval de minha mãe

Somente a ti confesso todo o medo
Diante dessa ausência de respostas
Onde qualquer vida, dura apenas um instante.
E cada fato, mesmo que transborde em plenitude,
Segue peregrino para a inevitável indiferença
Rumo às sombras no desfecho previsível.

Tento acreditar que possuo o silêncio da noite,
Poço fundo onde lanço inúteis murmúrios
Invocando céus, que se existem, não consolam.
Passo  horas esperando por improvável socorro
Ansiando por um amor que seja capaz de erguer
Meu corpo, a partir de olhares e cumplicidades.

Estou sozinho a errar mais uma vez.
Supondo poder mudar, estando atado
Nesse curto instante de ilusória existência.
A enganar-me preso no espaço incontrolável
Sem voz nem vontade. Imerso nos ruídos
Que zumbem frenéticos em meus ouvidos.


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