quarta-feira, 31 de maio de 2017

RUMO AO SUL

Viajar é sempre bom. O que não faltam são opções de bons roteiros. 
Dizer que valeu a pena, é pouco para sintetizar a façanha que empreendemos rumo ao Sul, por mais de 7.100 km, em uma viagem bem planejada, que durou vinte e dois dias e resultou  em muita diversão e aprendizado.
O roteiro prévio estabelecia Campos do Jordão-SP, como primeiro destino, seguindo por Foz do Iguaçu-Pr e Serra Gaúcha, com Gramado e Canela, antes de rumar para o Chuí e alcançar o Uruguai. Punta del Este, Montevidéu e Colônia do Sacramento, nesse país e Buenos Aires, na Argentina, constavam do trajeto. A volta seria feita pelo litoral, depois de passar pela Serra do Rio do Rastro em Santa Catarina. O plano incluía Balneário Camboriú-SC, ficando em aberto uma cidade do litoral de São Paulo, onde seria feita a última parada antes do retorno. Como todo bom planejamento, o nosso também possuía alguma flexibilidade, o que resultou em pequenas mudanças no percurso de retorno.
Como mencionei anteriormente, fizemos uma primeira parada, porém sem pernoite, em Aparecida-SP. Há tempos cogitava ir ao santuário e visita-lo foi a abertura com chave de ouro, para essa aventura entre amigos.
A Catedral e Santuário de Nossa Senhora Aparecida é o maior templo religioso católico do Brasil e atrai milhões de visitantes, especialmente nos meses de agosto, setembro e outubro, quando é comemorado o dia da padroeira do país.
Além de ampla e com um significado tão importante para a maior parte de nosso povo, a catedral é muito bonita. O altar principal com a imagem da Santa e os mosaicos retratando paisagens brasileiras, recebendo iluminação natural que passa pelos cobogós incrustados nas paredes altas, acendem no visitante um justificável deslumbramento.
Impressiona a estrutura do santuário que possui cerca de 72 mil metros quadrados, com praça de alimentação, lojas e mais de mil banheiros. Para manter o complexo são contratados cerca de 1.800  funcionários, além de mais de 800 voluntários.
Apesar de ter sido uma visita rápida, essa primeira parada em Aparecida representou o começo de uma trajetória abençoada e feliz que cumprimos num período de vinte e três dias e cerca de 7.200 km percorridos.
Santuário de Aparecida
De Aparecida seguimos para Campos do Jordão, onde hospedamos no bairro mais charmoso da cidade, a Vila Capivari.
Incrustada na Serra da Mantiqueira, a cidade é o mais elevado município brasileiro, ficando em uma altitude de 1.628 metros. Com sua arquitetura no estilo de cidades europeias e baixas temperaturas, a cidade é um dos destinos turísticos mais procurados do país.
Plátanos em Campos do Jordão
Com muitos restaurantes charmosos e parques com belas paisagens, Campos do Jordão possui uma rede hoteleira ampla e uma infraestrutura turística capaz de tornar muito agradável a permanência por lá. Mesmo ainda fora do inverno oficial, o frio na cidade é realmente intenso. Um tour pela cidade é capaz de encantar pela beleza da arquitetura e da vegetação, com predomínio de árvores de plátanos com sua folhagem variando do verde ao vermelho alaranjado.
Ao mesmo tempo, é capaz de chocar pelas enormes diferenças socioeconômicas e injusta distribuição de renda encontradas nesse nosso sofrido país. A truta servida nos restaurantes é digna de registro, assim como a cachaça com gengibre e os doces locais. O parque do Amantikir e o museu da Xilogravura são locais interessantes de serem visitados.
De Campos do Jordão seguimos com destino a Foz do Iguaçu até as proximidades de Londrina, no Paraná, onde paramos para pernoite na cidade de Cornélio Procópio. Atravessamos o estado passando por Maringá e Cascavel, entre outras cidades. As diferenças regionais de topografia, vegetação e cultura, especialmente a linguagem, começam a ficar acentuadas.
Duas coisas impressionaram bastante nessa travessia: a primeira é a quantidade exacerbada de pedágios com preços elevados, fazendo do Paraná o estado campeão nesse quesito; a segunda é a predominância da monocultura do milho, tomando a quase totalidade das terras visíveis pela estrada. Deixa-se a impressão que praticamente desapareceram as araucárias, árvores nativas do Paraná, podendo-se contar nos dedos o número das que são avistadas pelo caminho.
Cataratas do Iguaçu...
Foz do Iguaçu situa-se na fronteira do Brasil com a Argentina e o Paraguai.  É uma cidade de médio porte com mais de 250 mil habitantes e que possui uma boa infraestrutura turística. É um dos destinos mais procurados do país, por visitantes estrangeiros e nativos, provavelmente por abrigar o Parque Nacional do Iguaçu, com suas cachoeiras e quedas d´água espetaculares. Iguaçu é uma palavra de origem indígena que significa água grande. Sem dúvida é isso que vemos por lá. É impressionante, até para os que não visitam o local pela primeira vez, como é o meu caso. Visitando o parque compreendemos porque esse é avaliado como um dos lugares mais bonitos do Brasil e as cataratas do Iguaçu são consideradas uma das sete maravilhas da Natureza.
....Beleza extraordinária
Em Foz está situada    a  Hidrelétrica de Itaipu, a segunda maior do mundo em tamanho e a primeira em geração de energia. Visitas à usina também são atrações turísticas do local, assim como o passeio à Puerto Iguazú, na Argentina e a Ciudad del Este, no Paraguai, esses dois últimos especialmente para os que apreciam fazer compras ou arriscar a sorte nos cassinos, respectivamente.
A cidade de Foz do Iguaçu abriga a maior colônia árabe do país. Visitar a mesquita é programa recomendado, assim como apreciar a culinária árabe. Gostamos especialmente do doce de nome Chaibiet, uma massa folhada recheada com um delicioso creme.
Com um passeio ao belíssimo mosteiro budista da cidade, renovamos nossas energias para seguir viagem rumo à Serra Gaúcha.

No trajeto paramos para pernoite em uma cidadezinha chamada Ronda Alta. Nessa região, ouvimos, pela primeira vez a expressão “refeição a la minuta” e observamos o sotaque peculiar, perceptível até nas placas das estradas. Demoramos a entender que placas com a expressão “Tachões no Eixo” indicam tartarugas refletivas na linha central da pista.
Seguimos rumo à Serra Gaúcha, passando por Passo Fundo e Bento Gonçalves, chegando a Gramado.
Lago Negro em Gramado
Ao lado de Canela, a cidade de Gramado, que possui pouco mais de 30.000 habitantes, recebe milhões de visitantes durante o ano. E não é por menos.  Com a arquitetura, costumes e culinária com   forte influência alemã e italiana, a cidade sedia o maior festival de cinema do país e registra temperaturas bastante baixas, nessa época do ano. O comércio é muito bom, com grande concentração de lojas elegantes, além de restaurantes e chocolatarias que dão um charme extra ao local. Visitar o Lago Negro e o Museu do Cinema são bons programas, além de bater pernas pela cidade, comer bem e relaxar.
Hospedando-se em Gramado fica fácil visitar as cidades do entorno que também possuem atrações interessantes. Canela fica a apenas oito km de distância e igualmente possui um comércio interessante, com destaque para produtos feitos de couro e malharias. Visitar as vinícolas e fazendas que conservam tradições antigas especialmente na culinária, faz parte dos programas turísticos recomendados para a região.
Em próxima postagem continuarei relatando essa viagem que apenas começou. Até breve.
Amigos em frente à catedral de
Pedra em Canela-RS

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