segunda-feira, 11 de julho de 2016

SÃO BENTO

O dia 11 de julho é consagrado a São Bento.
Segundo relatos da tradição cristã, São Bento teria vivido entre os anos 480 e 547, d. C., sendo originário da Itália e descendente de nobres.
Tendo sido enviado a Roma para estudar filosofia, logo se decepcionou com a superficialidade que predominava naquele ambiente e decidiu adotar um estilo de vida simples e monástico, optando por se dedicar ao estudo da bíblia e do cristianismo. Passou a habitar uma gruta, vivendo em oração e penitência.  Mais tarde juntou-se a monges em um convento, tendo sido eleito seu líder. Sua disciplina e rigor despertaram  inveja entre seus pares que tentaram envenená-lo.  Então, Bento se desligou dessa congregação e construiu seu próprio mosteiro, escolhendo como lema a frase “orar e trabalhar” e como símbolos, a cruz e o arado. Em oração e penitência, defendia a busca pelo equilíbrio do corpo, alma e espírito.
No ano de 1964, São Bento foi proclamado padroeiro da Europa, pelo papa Paulo VI, em face da grande contribuição dos monges beneditinos à preservação da cultura romana.
Nas tradições mineiras São Bento é visto como o protetor contra os animais peçonhentos e também em favor da segurança das casas e moradias no geral. Minha avó materna, que residiu a vida inteira no meio rural, mantinha uma imagem de São Bento em sua casa e creditava à fé que mantinha pelo santo o fato de que em sua família nenhum membro jamais havia sido “ofendido” por cobras, aranhas, escorpiões e outros bichos venenosos. Na roça, onde fui criada, era bastante comum que as pessoas ao adentrarem no mato, fizessem uma cruz no chão com os pés e invocassem: São Bento, livre-me dos animais peçonhentos.
São Bento, protege contra
animais peçonhentos

Assim sendo, ao compor o estandarte de São Bento, criei uma base com muito verde e  elementos que pudessem representar essa tradição. Apliquei cobras de metal dourado, bordei uma aranha e compus, na lateral esquerda da peça, uma aplicação,  que, embora possa lembrar o rabo de um bicho grande, como uma onça, um tigre ou um leão, por exemplo, não se enquadra como tal, por ter olhos vermelhos. Trata-se de algo construído pelo meu  imaginário, cujo significado atribuí ao “medo da gente”, pois cada um de nós por mais valente que seja, provavelmente jamais será totalmente destemido. Cuidei também de inserir uma cruz feita de ráfia e utilizei esse mesmo material para bordar a auréola do santo e dar destaques ao seu cajado. Para o acabamento, utilizei franjas feitas com cordas naturais, contas  e sementes coloridas. O estandarte foi totalmente composto em tecido de estampa camuflada, para fazer referência aos matos e florestas e seus perigos presentes no imaginário popular. No entanto esse tecido é visível apenas no verso da peça.

Ao final obtive uma composição harmoniosa que tem sido objeto de elogios daqueles que a  veem.

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