terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Diário da Chapada Diamantina – 7. Andaraí, Lapidação de Diamantes, Marimbus e Jardins do Brasil


Construção em pedra em andaraí
É a nossa despedida da Chapada Diamantina, no dia seguinte pegaremos a estrada então decidimos não fazer  programas muito cansativos. Fomos conhecer Andaraí, que fica cerca de 40 km de Mucugê. Assim como essa última, Andaraí é uma pequena cidade histórica que surgiu a partir da exploração do garimpo.
Marimbus: o pantanal da Cahapada

A cidade é famosa por ser o ponto final do treking mais conhecido da região, a trilha do Vale do Paty que não fizemos, pois somente esse programa envolve cerca de quatro dias de caminhada.
Em Andaraí, ainda há garimpos artesanais em funcionamento e a lapidação ocorre em pequenas oficinas geralmente passadas de pai pra filho. Embora pequena, o trânsito é tumultuado e a cidade não tem o charme e a organização de Mucugê, parecendo possuir um comércio bem mais intenso. Além de tudo não é das mais limpas. Mas tem seu charme com o casario, igreja e calçamento muito bonitos.
 


Jardim do Brasil: Canela de ema
   

De Andaraí, seguimos para Marimbus que fica a 54 km de Mucugê. Como veem praticamente tudo na Chapada Damantina é longe. A Chapada é um mundão, como bem disse Guimarães Rosa.
Marimbus é considerado o pantanal da Chapada pela sua profusão de águas calmas que se juntam nos encontros dos rios, totalizando mais de uma dezena  de extensas lagoas, formadas a  partir do encontro do Rio Roncador com diversos afluentes. Aí o programa é fazer longos passeios de barco em companhia de guias que remam enquanto os visitantes apreciam a paisagem do local.
Cágado: fauna do Marimbus
Fizemos o passeio em dia de chuva e talvez por isso, sinceramente esperava mais dos Marimbus. O local encontra-se fora dos limites do Parque Nacional e pertence a uma fazenda particular, cujos proprietários estão tentando valorizar o atrativo. Em minha opinião, diante da enorme quantidade de belezas da Chapada, esse torna-se um programa menor. Consta que a fauna do local é bastante diversificada, podendo-se avistar jacarés, pacas e capivaras. Não vimos esses, mas, em nosso retorno, um cágado atravessou placidamente o caminho.
Pegando a estrada de volta para Mucugê, fomos surpreendidos com a profusão de canelas de ema em plena floração no alto da serra. Um espetáculo digno de registro. A canela de ema é uma planta nativa do cerrado e que não se adapta em outras regiões. Vê-la assim fartamente florida em seu habitat natural é um espetáculo e tanto. Dizem que Burle Marx em visita à Serra do Cipó em Minhas Gerais teria eleito aquele local como o jardim do Brasil . Permito-me discordar do mestre. Para mim, o jardim do Brasil é, sem sombra de dúvida, a Chapada Diamantina. Boniteza igual só deve existir no paraíso.

Para encerrar essa série de relatos, gostaria de registrar que a Chapada Diamantina é uma vastidão. Envolve 24 municípios, além de diversos distritos  e sua área é de cerca de 38.000 km quadrados. É uma região mundialmente conhecida por suas diversas belezas naturais. Para conhecê-la plenamente creio serem necessários pelos menos uns trinta dias de muita disposição para aventuras e andanças.

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