segunda-feira, 20 de abril de 2015

Parque Nacional da Serra do Cipó

Em post anterior, disse que voltaria a falar do passeio à Serra do Cipó e mostraria a minha percepção sobre  que  vi de melhor e de pior. Embora já tenha dito, não custa lembrar, que minha apreciação se restringe à área que visitei, que envolve o município de Santana do Riacho. Além desse, o Parque abrange os municípios de Jaboticatubas, Morro do Pilar e Conceição do Mato Dentro.
Prefiro começar pelo que achei mais bacana, pois isso pode ser útil para quem está pensando em fazer uma visita ao local.
O que tem de melhor:
Floração azul, raridade
Flores alaranjadas
- Sem dúvida alguma e, em primeiríssimo lugar, menciono a exuberância da natureza, a vegetação maravilhosa e uma topografia também interessante. Conta-se que em visita à Serra do Cipó, o paisagista Burle Marx teria conferido à região o título de “Jardim do Brasil”. Além da flora magnífica, seu maior destaque, o local possui grandes atrativos como a quantidade de nascentes e cachoeiras, cânions e cavernas, além de picos com altitude de até 1.670 m.

Brancas
Amarelas...


Imbaúba dourada: "Jardim do Brasil"
  

Artesanato bacana - Foto Luis Henrique
do Carmo

Boa infraestrutura hoteleira
- Outra grande vantagem é a proximidade de Belo Horizonte e a facilidade de acesso,  pouca distância e  boas estradas, apesar de bastante cheias, principalmente na saída da capital.
- Merece realce também a boa infraestrutura de hospedagem e de alimentação; uma rede de hotéis e pousadas para atender diversos gostos e bolsos. O mesmo se pode dizer de restaurantes. Nesse aspecto, destaco uma deliciosa surpresa. Chegamos à noite, cansadas de uma “maratona” em BH, o tempo friozinho de serra, pedimos no hotel que nos indicassem um restaurante onde servissem caldos. O “Ainda Sem Nome” foi um achado, com a proprietária Lila servindo pessoalmente os clientes, com um magnífico angu à baiana. Diferente e mineiríssimo, feito com suã de porco, um maná delicioso. Voltamos ao local, na última noite e a canjiquinha com costelinha também estava sensacional.
- Há um “centrinho”, que, na verdade, é um pedaço da Br, mas que possui pista para bicicletas e para pedestres,  sendo possível transitar  com alguma segurança. Esse local fica bem animado à noite, com vários restaurantes com música ao vivo, lojinhas de artesanato com produtos interessantes e preços razoáveis.
O que não é tão bom:
- O pior, em minha opinião, o mais decepcionante ao visitar o parque foi perceber que, na parte em que estivemos, a área delimitada é justamente a menos rica em termos de beleza e diversidade da vegetação. O alto da Serra, que é um verdadeiro jardim a céu aberto, não pertence ao parque, estando mais sujeito a depredações e queimadas, como aconteceu recentemente; da mesma forma, a trilha dos escravos que dá acesso à parte alta da cachoeira Véu de Noiva, não faz parte da região delimitada pelo parque, sendo considerada apenas como APA (Área de preservação ambiental).
- Como consequência, nascentes e cachoeiras são cercadas pelos proprietários das terras, que passam a cobrar pelo acesso. No caso da cachoeira antes mencionada, tal exploração é feita por um clube que utiliza-se de denominação cristã, por mais absurdo que isso possa parecer.
- Outra grande decepção foi a precária infraestrutura do parque; apenas uma funcionária na portaria  que dá acesso à Cachoeira da Farofa, uma das mais lindas e  visitadas do local. Não havia um mapa sequer do Parque, muito menos maquete, ou outros recursos para identificar e posicionar trilhas, nascentes, picos, cachoeiras, ou áreas de ocorrências de espécies da fauna e da flora, e indicar atrativos da região. Durante a trilha de mais de oito quilômetros, não encontramos um funcionário sequer. De todos os parques que já visitei, o da Serra do Cipó era, de longe, o que possuía a estrutura mais rudimentar.



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