sexta-feira, 11 de abril de 2014

Organizações e Qualidade de vida.

O que pretendo tratar aqui, vai além desses programas, quase todos ridículos, que algumas empresas instituem com o propósito de melhorar a qualidade de vida(sic) de seus funcionários. Primeiro sugam até a última gota de suor e sangue do empregado, levam-no ao limite cobrando níveis de produtividade e desempenho cada vez mais elevados. Depois vêm com um “pacote” de bobagens, como ginástica laboral, sala de re-energização, encontro do café da manhã, ou bom dia na empresa e outros mais, para tentar amenizar os impactos da crueldade. Não seria melhor explorar menos as pessoas e propiciar um ambiente de trabalho mais harmonioso, respeitando os limites e singularidades de cada um?
Como disse, não me refiro a isso, ou pelo menos não somente a isso, quando me proponho a falar sobre Organizações e qualidade de vida de todos nós. Mesmo se não mantemos vínculo de emprego com organização alguma, ainda assim, a nossa qualidade de vida e nosso bem-estar estão, hoje em dia, estreitamente ligados às organizações, na medida em que praticamente tudo que fazemos está relacionado ao desempenho de algumas delas.
Se não, vejamos: desde cedo quando acordamos, em nossas primeiras ações do dia, organizações estão presentes a promover serviços que são indispensáveis para nós. Ao abrir a torneira para escovar os dentes pela manhã, está lá a companhia de saneamento que nos fornece água tratada de boa ou má qualidade, a um preço justo ou não. Se o sistema de coleta de lixo da nossa cidade não funciona adequadamente, estaremos sujeitos a um conjunto de mazelas decorrentes dessa inadequação. Da mesma forma o transporte público, do qual dependemos para o nosso deslocamento, a escola dos nossos filhos, o hospital onde buscamos atendimento para os problemas de saúde, a companhia que fornece energia elétrica. Poderíamos mencionar muitas, muitas outras. Por isso dizemos que a nossa qualidade de vida depende do desempenho das organizações. É claro, não somos independentes, nem vivemos isolados.

Ando cansada de receber mensagens, nas redes sociais principalmente, que afirmam que “a nossa felicidade depende de nós”. Ledo engano, nada mais falso. Circunstancias e fatos atrelados à nossa vida, quer queiramos ou não, tolhem a nossa independência delimitando escolhas na maior parte dos aspectos que envolvem  nossa rotina. Quem pode escolher qual companhia de energia, de água, de esgoto, qual sistema de transporte público  vai utilizar? Alguém ai pensa que dá pra ser feliz, quando seu plano de saúde aumenta a mensalidade em 25%, enquanto seu salário não teve reajuste algum? 

Nenhum comentário:

Postar um comentário