sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

ITA CORUMIM

Parque Estadual da Pedra Menino (Ita corumim, na linguagem dos índios), ou Itacolomi como os exploradores o batizaram,  é  uma área de proteção ambiental de propriedade do Estado de Minas Gerais, que tenta preservar parte do  ecossistemas natural da região de Ouro Preto e Mariana. Possui relevância ecológica e histórica, sendo aberto à visitação e à pesquisa científica.
Vegetação exuberante
Há muito tempo, Minas Gerais era uma enorme selva, repleta de árvores frondosas  de muitas espécies onde viviam onças pintadas, jaguatiricas, capivaras, tamanduás, tatus, lobos, macacos, cobras de  tamanhos variados,  preguiças e pássaros de várias cores e muitas vozes. A região era habitada por povos livres de diversas tribos e que deram sonoros nomes a lugares, montanhas e rios, como Cariri, Coropoxó,  Guainá, Maxacali, Sabarabuçú e muitos outros. A região era conhecida como Sertão dos Cataguases (XAVIER, 2009)¹. Então, o Parque tenta preservar um pedacinho de tudo isso.
Mina d´água na trilha
Como se sabe, as expedições de antigamente orientavam-se pelos astros e pelos acidentes geográficos. Quando os primeiros grupos encontraram metais e pedras preciosas, em um riacho chamado Tripui, na região que em que hoje estão as cidades de Ouro Preto e Mariana,  os exploradores guiavam-se pelo pico Ita Corumim (pedra menino).  
Lindos os samambaiaçus
É triste saber que resta tão pouco de nossas matas e bichos e que até mesmo os nomes dos locais e a topografia de boa parte do Estado tem sido tão modificados. Como nos disse  Drummond, referindo-se à sua cidade natal também devastada: “Itabira é apenas uma fotografia na parede. Mas como dói”
Divagações à parte, falemos sobre o Parque Estadual do Ita  Corumim, como o chamariam nossos ancestrais. É, como disse, uma tentativa de preservar parte da riqueza natural da região,  uma área bacana de ser conhecida. Aliás, toda reserva ecológica merece ser visitada, sendo uma oportunidade interessante de estar mais próximo à natureza. Pena que muitas delas não estejam cuidadas como deveriam.
No caso do parque do Ita Corumim, pudemos apreciar uma linda vegetação onde predominam quaresmeiras, samambaiaçus e candeias.
Orquídeas no caminho
Vimos também bromélias e até orquídeas, porém poucas, em nossa caminhada de cinco quilômetros parque acima. Quanto aos bichos, estão sumidos, aparecem apenas nos painéis explicativos do centro de visitantes. A trilha de acesso ao centro  está bem conservada e sinalizada, apesar de conter placas pretensamente educativas, que deseducam como uma que expressa: ”aqui homem e natureza vivem em harmonia”, como se o homem fosse uma entidade separada da natureza. Apesar desse e de outros probleminhas como informações precárias na portaria, vale a pena ir. No nosso caso, por desinformação, não nos aventuramos na trilha de seis km que dá acesso ao pico, porque fizemos o caminho ao centro de visitante a pé, num trajeto de cinco km, o que poderia ter sido feito de carro, preservando nossas energias para subir o pico. Esperamos fazer isso numa próxima visita. Como também já disse, voltar a Ouro Preto sempre vale a pena e ao parque também. Uma visita somente é pouco para apreciar tudo que se pode ver por ali.

Por fim, uma explicação: disse no post anterior que seria minha filha quem redigiria esse texto sobre a nossa visita ao Ita Corumim, mas estando ela assoberbada no período de provas, ainda não foi dessa vez que o blog contou com sua preciosa colaboração.

1 XAVIER, Angela L.. Tesouros, Fantasmas e Lendas de Ouro preto. 2009.

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