Quem costuma
vir por aqui já sabe: esse é um espaço que não pratica qualquer tipo de
atividade que sequer sugira comércio, negócio ou algo parecido. Somente por
isso, já considero que esse é um lugar de resistência.
Aqui tecemos
prosa sobre jardinagem, literatura, sobre arte, cultura, culinária; às vezes
falamos de cinema e fazemos crônicas do dia a dia.
Por aqui
também se fala de política.
Esse espaço não camufla sua posição alinhada fortemente à esquerda: defendo direitos
trabalhistas, inclusão social, melhor distribuição de renda, estado laico e uma
justiça imparcial e humanizada, entre outras bandeiras. Aqui somos nacionalistas,
professamos a ideia de que o estado deve cuidar de serviços essenciais como saúde, educação,
gestão das águas, segurança e previdência social. Da mesma forma, compartilha-se
a ideia de que atividades estratégicas como a mineração, a comunicação, a
proteção ao meio ambiente e até serviços bancários de alcance social, como o
financiamento de moradia popular, da agricultura e de pequenos negócios, entre
outros, devem estar, no mínimo, sob o controle majoritário do estado e sujeitos
à sua permanente vigilância e regulamentação.
Consideramos
que o que ocorreu com o Brasil, em 2016, foi sim um golpe, praticado contra um
governo democraticamente eleito, golpe esse financiado à custa da compra de votos de
deputados, a maior parte deles atolada até o pescoço em processos de corrupção e que vêm sendo julgados com benevolência por uma justiça com fortes indícios de parcialidade.
Não podemos esquecer
que esse governo se elegeu espalhando notícias falsas nas redes sociais e defendendo
a legitimação da homofobia, da violência e do machismo.
Não conseguimos
deixar passar despercebido o despreparo do presidente e fechar os olhos ao fato de que escolheu uma turma de ministros retrógrados e tão despreparados para o
cargo quanto ele.
Portanto, estamos tristes e preocupados
com o que vem pela frente. Dessa forma, não poderíamos deixar de resistir. E,
nem que seja para nós mesmos, vamos continuar repetindo:
- mulheres não vão voltar para o
tanque, negros não vão voltar para o tronco, gays não vão voltar pro armário;
- benefícios sociais e cotas são
necessários enquanto não houver oportunidade de educação e trabalho para todos;
- lugar de criança é na escola e dizemos não à redução da menoridade penal;
- lutamos contra a terceirização de atividades
essenciais no serviço público e contra a
precarização das condições trabalho e da
vida de todos.
Nos atrevemos a cultivar permanentemente
a esperança e almejar a busca de generosidade e justiça; somos resistência e não nos
cansamos de dizê-lo. E contamos com a
arte para nos amainar as dores. Como, por exemplo, essa maravilhosa música que
fez parte da trilha sonora do filme Ata-me, de Pedro Almodóvar e foi lindamente
gravada por Adriana Calcanhotto.
Cuando pierda todas las partidas
Cuando duerma con la soledad
Cuando se me cierren las salidas
Y la noche no me deje en paz
Cuando duerma con la soledad
Cuando se me cierren las salidas
Y la noche no me deje en paz
Cuando sienta miedo del silencio
Cuando cueste mantenerse en pie
Cuando se rebelen los recuerdos
Y me pongan contra la pared
Cuando cueste mantenerse en pie
Cuando se rebelen los recuerdos
Y me pongan contra la pared
Resistiré, erguido frente a todo
Me volveré de hierro para endurecer la piel
Y aunque los vientos de la vida soplen fuerte
Me volveré de hierro para endurecer la piel
Y aunque los vientos de la vida soplen fuerte
Soy como el junco que se dobla
Pero siempre sigue en pie.
Pero siempre sigue en pie.
Resistiré, para seguir viviendo
Soportaré los golpes y jamás me rendiré
Y aunque los sueños se me rompan en pedazos
Resistiré, resistiré
Cuando el mundo pierda toda magia
Cuando mi enemigo sea yo
Cuando me apuñale la nostalgia
Y no reconozca ni mi voz
Cuando mi enemigo sea yo
Cuando me apuñale la nostalgia
Y no reconozca ni mi voz
Cuando me aminace la locura
Cuando en mi moneda salga cruz
Cuando el diablo pase la factura
Se alguna vez me faltas tu
Resistiré
O si alguna vez me faltas tú
Cuando en mi moneda salga cruz
Cuando el diablo pase la factura
Se alguna vez me faltas tu
Resistiré
O si alguna vez me faltas tú
Resistiré...
Composição: Carlos Toro Montoro / Manuel Arcusa
Fonte da letra da música: https://www.letras.mus.br/duo-dinamico/139992/traducao.html
RESISTIREMOS com a alegria e o encantamento que reforçam nossa vontade de continuar lutando e nossa esperança de que TUDO PODE SER MELHOR! Abraço cheio de saudade da prima-amiga, Ana Maria.
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