Na postagem anterior contei que apareceu um intruso no meu jardim e que, apesar de bonito, ele não estava acrescentando beleza ao espaço. E por que? A principal razão era a falta de harmonia e equilíbrio em relação às espécies que já existiam no canteiro. Alguns leitores disseram: espero que dê uma chance ao cipó de São João, essa planta linda que vai embelezar ainda mais o seu jardim. Ou ainda: não corte, não cometa essa heresia, não seja escrava das regras de paisagismo. Deixa a boniteza ficar. Acatei apenas em respeito ao momento da florada, agora não mais.
Jardins são espaços concebidos
para promover boas sensações. Não se busca somente a beleza, mas o equilíbrio; quando bem planejado e com uma
manutenção correta, um jardim pode também oferecer tranquilidade, relaxamento, harmonia e bem
estar.
Para atender tais requisitos não
basta ir colocando plantas atraentes. Engano bastante comum consiste em pensar
que mais flores juntas, com maior variedade e diversidade de cores e espécies podem resultar em um jardim exuberante. Diferentemente
disso, um jardim que exala beleza, no geral, contem também outros atributos como a
simplicidade, a ordem e a leveza.
Optar pelo singelo, escolhendo, poucas
espécies de plantas, que combinem entre si, em cores, alturas e texturas
costuma quase sempre dar bons resultados
na composição de canteiros.
Vejam um exemplo de um jardim confuso e desajeitado. Não se trata obviamente de rotular como errado, o que seria bastante pretensioso. Em um espaço circular de cerca de cinco metros de diâmetro, seis espécies diferentes de plantas foram dispostas, conflitando entre si, o que provocou uma desordem visual, causando um efeito de desiquilíbrio e confusão.
Lirios, moreias, vincas brancas e agapantos, nada harmonizados |
Além do mais, observando o
conjunto vê-se que todo o canteiro possui falhas nas plantas, matos e
irregularidades no solo, indicando que a manutenção não está boa, condição essencial para que um jardim esteja bonito, equilibrado e atraente.
Agave perdida no canteiro |
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