terça-feira, 27 de novembro de 2012

MENINOS QUERIDOS


Muitos se perguntam como, sendo no Brasil a atividade de ensinar tão pouco valorizada, ainda temos tantos professores dedicados, comprometidos e efetivamente capazes de inspirar. Por ventura, faço parte desse grupo de idealistas, que, mesmo tendo oportunidade de estar em outras atividades laborativas mais reconhecidas, insistem em permanecer como professores.
No meu caso que, por opção, dou reduzido número de aulas e me envolvo em poucas atividades acadêmicas, as alegrias e compensações pelas atividades de ensinar não são menores. Hoje estou especialmente feliz, pois os  três alunos que orientei no trabalho de conclusão de curso apresentaram-se às respectivas bancas de avaliação e foram aprovados com A. Todos escolheram temas relacionados à área de gestão de recursos humanos, minha grande paixão e meu inesgotável desejo de aprender cada vez mais.
Orientar  trabalhos de conclusão de curso dos alunos é, na maior parte das vezes, boa oportunidade de aprendizado e atualização, além de favorecer a possibilidade de conhecer a atuação de organizações com atividades variadas. Compartilho essa alegria com meus alunos, razão do meu esforço e empenho. Lembro a eles  que,  esse desafio de idealizar e escrever um trabalho acadêmico de qualidade, em tão pouco tempo, somente se torna possível, porque tenho a liberdade de ser rigorosa e exigente e eles respondem com comprometimento e dedicação.
Como fazemos isso num ambiente de diálogo franco e aberto, graças a Deus, posso ser enjoada e exigente, sem perder o carinho e a bem querença deles, que são quase filhos pra mim. Pelo menos é desse jeito que a minhas filhas os veem e deles morrem de ciúmes.

domingo, 18 de novembro de 2012

BOSQUE



Numa de suas memoráveis crônicas, Rubem Alves relata que ao lado da sua casa havia um terreno baldio. E que ele tinha um sonho de ter um jardim. Aí um dia... “O meu sonho fez amor com a terra e o jardim nasceu”.
Mini flamboyant enfeita o bosque
Quando comprei o lote, no qual construí a casa onde moro, um das razões que foram decisivas para a escolha do terreno foi que em frente havia uma área de preservação ambiental. Durante o período em que construí a casa não reparei muito, mas logo que me mudei ficava triste de, ao chegar à varanda do meu quarto, observar um terreno baldio cheio de mato.  Então, jardineira que sou, pus mãos à obra para mudar o lugar, o que faço até hoje. Confesso que não tem sido fácil, pois de cada dez mudas que planto, acabo perdendo umas seis para as formigas, para os gaiatos que as roubam ou simplesmente as arrancam ou mesmo por causa da seca.
Hoje quase sempre que chego à varanda me deparo que alguma espécie florida. Já temos lá ipês, fedegosos, quaresmeiras, mini flamboyants, durantas, murtas e outras mais. 
Algumas frutíferas já produzem como as amoreiras, as pitangueiras e um ingazeiro. Ainda aguardo a goiabeira, a mangueira e o pé de acerola que estão preguiçosos de produzir. Meu pé de abacate, infelizmente roubaram. Mas já estou com outra mudinha quase no jeito de replantar lá.
Nesta semana me enchi de orgulho porque os dois pés de amora e os três de pitanga estão bem carregados e vejo que pessoas param para colher e apreciar as frutinhas. Tem coisa melhor, além de abrir a janela e dar de frente com um bosque florido e frutado?
Amoreira carregada
Pitangas colhidas no bosque 



quinta-feira, 15 de novembro de 2012

CRÕNICAS DO DIA A DIA: REFORMAS EM CASA


Escrevo estas mal traçadas linhas, literalmente, em meio a entulhos. E penso que fazer uma obra em casa é como se apaixonar de novo. A gente já viveu o suficiente para saber que vai ser o caos, mas pensa que desta vez será diferente.
Temos necessidade de manter nossa vida bem organizadinha, pensando que é por pura questão de conforto. Desconfio, no entanto, que seja mais pela insegurança, que a desordem nos apavora. Embora se saiba que ela inspira: “É preciso ter o caos dentro de si, para dar à luz uma estrela cintilante”, disse Nietzsche.
Então, quando temos uma obra em casa é o nosso teste para vivenciar a desordem. Somente quem já passou por isso sabe do que estou falando. Por mais que tenha sido planejada, e que  não sejamos marinheiros de primeira viagem no quesito reforma e construção, algumas surpresas serão inevitáveis.
Mesmo com todos os cuidados, é pouco provável que o piso de sinteco não saia chamuscado ou que os canteiros do jardim não sofram consequências. E, por mais que a propaganda diga o contrário, as tintas novas (e que custam uma fortuna) têm cheiro sim.
Sem contar que, provavelmente o orçamento vai estourar. Defeitinhos novos vão aparecer e não vale a pena deixar para depois. Melhor corrigi-los de vez, afinal a casa já está toda bagunçada mesmo, por que não aproveitar e fazer logo tudo o que precisa?
Ao final é bom. Aproveitamos para descartar algumas coisas que andavam paradas nos armários e guarda-roupas. Saímos da zona de conforto e viver no caos por alguns dias ajuda a quebrar a rotina. E depois quando se olha a casa pintadinha, sacode-se a poeira e vê a última caçamba de entulho indo embora, esboça-se um sorriso de vitória.
Como ocorre com o final de uma paixão, por uns meses não vai ser possível deixar de pensar nela – pois é preciso terminar de pagar as contas. Até que o bichinho construtor comece a cutucar e a gente se pegue pensando na próxima reforma. 

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

O Encontro de Lampião Com Eike Batista


Há alguns dias estou encantada e, como diz a minha filha, aficcionada, com uma música que conheci por sugestão de meu sobrinho querido, o agora vereador, Sávio José.  Veja  que coisa bacana, a letra da música do grupo pernambucano El Efecto:
O Encontro de Lampião Com Eike Batista
Duas coisas bem distintas
Uma é o preço, outra é o valor
Quem não entende a diferença
Pouco saberá do amor
Da vida, da dor, da glória
E tampouco dessa história
Memória de cantador.
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"- tu pode comprar São Paulo
E o Rio de Janeiro
Foto em capa de revista
Por causa do teu dinheiro
Ter obra no mundo inteiro
Petróleo, mineração
Mas aqui nesse pedaço
Quem manda é o rei do cangaço:
Virgulino, lampião!"

Vale a pena conferir o som deste grupo: um rock com pegada nordestina, ou seria um forró com pegada rock pauleira? Não importa. Compensa aqui registrar a brasilidade desta canção e do grupo, que mal conheço, mas que já está me encantando. O vídeo está em: http://www.youtube.com/watch?v=2F-ZYs2NlYU
Depois me diga se não é preciosidade pura...