domingo, 30 de novembro de 2014

FRUTÍFERAS EM VASOS

CONVERSA DE   J A R  D I N E I R O S

Há muito não falamos de jardins por aqui,  o que é uma pena, porque esse é um tema que costuma dar boa conversa. Então, bora recuperar o tempo perdido papeando não exatamente sobre flores, mas sobre a possibilidade de  incorporar  frutas nos jardins. Quem disse que os jardins existem apenas para dar flores? Ao contrário, eles podem servir a uma série de outras "funções", como atrair pássaros e borboletas, refrescar e amenizar a área externa da casa, possibilitar que os moradores usufruam de um convívio mais próximo à natureza e muitos outros, entre eles o de ter frutas fresquinhas colhidas em casa.
Para se ter um jardim bonito é preciso harmonizar as espécies que o compõem e isso não fica mais difícil apenas porque resolvemos incluir frutíferas. Principalmente se o espaço disponível  for bem grande.
Esse não é o meu caso e, exceto por um pé de romã que pus no jardim, desde a sua concepção, não havia arriscado a incluir outras espécies.
Acabei plantando algumas  frutíferas nos fundos da casa que, pela pouca presença de sol no local, jamais produziram. Mesmo assim, cumprem outras “funções”, como aumentar a privacidade, criando barreiras visuais em relação aos vizinhos, servindo como suporte para a fixação de orquídeas e outras epífitas e, contribuindo para que o lugar fique mais bonito .
Diante dessa tentativa frustrada e, impelida pelo desejo de colher frutas em casa, resolvi  fazer um pomarzinho em vasos, posicionando-os  na parte lateral da casa, onde há bastante sol. Faz pouco tempo que tomei a decisão e já estou, literalmente colhendo os frutos. Já comi nectarinas e laranjinhas kinkan, produzidas neles. Recentemente,  meu pé de lichia que tem apenas dois anos, carregou-se flores. A maioria das frutinhas caiu, mas, ao final vingaram sete frutas contadinhas.

Lichias amadurecendo
Bananeiras em vaso, dá pra acreditar?


Jabuticabeira
O pé de acerola, que é um arbusto lindo, está repleto de flores, espero que as frutinhas vinguem, porque dão um suco delicioso. A jabuticabeira está uma maravilha, mas ainda não deu frutos. Plantei também pitanga, amoreira, cajá manga e até um par de bananeiras. Enfim, meu pomarzinho está um primor. Não comprometeu em nada a estética do jardim e tem atraído a atenção das visitas, me deixando toda boba como sempre. 

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Estandartes

Santa Luzia
São Jorge
Estava querendo ter umas fotos melhores dos meus estandartes e finalmente consegui. Agora com minhas duas últimas produções, São Jorge e Santa Luzia, completei uma dúzia de  peças. A maior parte ainda não foi vista por aqui.
Algumas pessoas mais chegadas, para quem  os mostrei, tem sugerido que eu faça uma exposição e não achei má ideia. Mas, para isso, preciso ter um acervo melhor.
Minhas próximas composições serão de Nossa Senhora do Rosário e São Francisco.  Já estou com as estampas, no entanto, são santos de simbologias muito fortes e preciso caprichar. A primeira é  uma soberana, pois as festas do Rosário são praticamente sinônimas de belos estandartes em praticamente todas as regiões onde ocorrem. Já São Francisco também possui um significado grande, sendo retratado como o santo da humildade, da natureza e do perdão.
São José
São Sebastião
Nossa Senhora Aparecida: cores do Brasil
Peixes na rede
Ocorre que, nesse período de fim de ano, as atividades acadêmicas dão uma apertada e a  decoração de Natal praticamente ocupa todo o meu tempo. Então meus dois novos santinhos vão esperar um pouco mais.
Enquanto isso, mostro  a vocês todo o acervo, que aparece mais ou menos na ordem inversa em que foram criados. No início,  os feitos por último e, ao final, os três santos juninos, minhas primeiras composições que,  como já contei, foram premiados no SUEC – Salão Universitário de Expressão e Criatividade da UFV.
Todos os créditos das fotos são para Luis Henrique do Carmo.
Santa Rita: Figos e rosas na composição
São Cristóvão - padroeiro dos motoristas
composto com as cores dos sinais de
trãnsito em base azul

Santana: avó. Muitas flores e cores femininas
Santo Antônio: corações e flores roxas
São Judas Tadeu - insconscientemente
coloquei referências à bandeira da Inglaterra,
para onde minha filha estava indo
São João e o carneirinho. Noites frias: lãs na composição

São Pedro, considerado o fundador da igreja católica


sexta-feira, 14 de novembro de 2014

PANÔZINHO DE NATAL

Já falei por aqui que fui criada no meio de panos e bordados. Bisbilhotava curiosa o salão de costura das tias, a mesa de passar, o saco de retalhos, os tecidos dobrados, esperando pelo corte.  Nunca aprendi a costurar, mas sempre tive muita curiosidade pelos bordados e cheguei a aprender alguns pontos na infância, com a minha saudosa tia Efigênia.
Toalhas de mesa, lençóis e fronhas, enxovais de bebês, toalhas de batizado, panôs de parede bordados, e muitas, muitas colchas, toalhas, forrinhos e acabamentos de guardanapos  em crochê, povoaram e ainda povoam meu universo familiar.
Recentemente tenho me aventurado nessa seara. Não propriamente a dos bordados, porque esses, como se sabe, exigem uma paciência e delicadeza que não tenho. Ando fazendo algumas composições com retalhos, rendas, fitas e outras miudezas e, por vezes, insiro alguns bordados que são mais tentativas de que propriamente realizações dignas do nome.
Olha ele aí.

Recentemente minha filha caçula que foi morar fora me disse que queria, lá nas lonjuras onde se encontra, colocar em sua porta neste Natal, uma peça feita por mim.  Como negar um pedido desses?
Sabendo que por lá, provavelmente haverá bastante neve nessa época, escolhi um risco de uma paisagem  típica de clima frio. Como retirei o esquema da Net, a impressão não ficou das melhores e, também pela minha pouca destreza, acabei cometendo alguns erros. 
Ontem coloquei a encomenda no correio. Será a primeira vez que passamos longe uma da outra,  essa data tão importante  para nós. Espero que tendo meu panôzinho por perto, ela possa comemorar o Natal de maneira mais familiar.
E como ando muito exibida, não poderia deixar de mostrar o bichinho por aqui, mesmo sabendo que o coitado tem lá suas imperfeições. 

(Obs.: O acento em panôzinho é proposital, embora não adequado. Mas alguém que não saiba o que é um panô, entenderia se eu escrevesse panozinho?)

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Gestão Japonesa de Produção - O que há por trás de mais esse modismo.

Olá!
Poucas vezes publico no blog textos de outros autores. Gosto de mostrar meus próprios escritos, mas às vezes a gente se depara com algo do qual se gosta tanto (e por que não dizer também, identifica-se tanto), que é o caso de deixar nossas próprias palavras de lado e divulgar essas preciosidades. O texto da vez é técnico, mas como é relacionado à gestão de recursos humanos, creio interessar a muita gente. Muito além de meus estudantes e colegas de profissão, penso que vários leitores vão gostar dessa postagem. Tenho uma forte tendência pelo humanismo e pelos modelos de gestão menos deletérios à saúde e à sanidade física dos empregados. Parece não ser o caso da tão propalada Gestão Japonesa de Produção.
O texto foi retirado de livro Práticas de Recursos Humanos, uma das bibliografias utilizadas na disciplina que ministro. A fonte está identificada ao final.

“KAROSHI
            Quando se pensa no Japão, logo se imagina um país de pessoas disciplinadas, trabalhando para manter no mercado produtos de alta qualidade e desenvolvidos com tecnologia de ponta. Seus modelos de produção enxutos, como o just in time, kaisen e Kanban, promovem a eficiência e a produtividade, e são admirados e copiados mundialmente. Porém, essa gestão japonesa de produção (GJP), que tenta reduzir ao máximo os “desperdícios” – de tempo, de insumos, de pessoal, de equipamentos, de espaço – esconde uma faceta obscura, pouco conhecida pelos estrangeiros. O fenômeno denominado Karoshi  ou, traduzido literalmente, “morte por excesso de trabalho”, demonstra a real dedicação necessária dos empregados para manter a GJP um modelo de eficiência: longas jornadas e cargas exaustivas de trabalho, horas extras, turnos dobrados e rotinas irregulares, tudo sem descanso apropriado, e muitas vezes sob grande pressão.
O primeiro caso de Karoshi  relatado data de 1969, quando um empregado de 29 anos da maior empresa jornalística do país morreu de derrame. Foram necessários cinco anos para a família receber indenização, e ainda hoje receber a compensação pela morte do trabalhador é um procedimento árduo. Segundo o Manual Confidencial do Ministério do Trabalho, é necessário provar que a vítima trabalhou continuamente por 24 horas anteriores à morte ou trabalhou no mínimo 16 horas por dia por sete dias consecutivos antes de morrer.
Parece que as empresas japonesas não se contentam em possuir as mais longas jornadas de trabalho do mundo desenvolvido. As estatísticas oficiais indicam que os japoneses cumprem 2.168 horas por ano, enquanto os americanos cumprem 1.949 horas e os alemães, 1.642 horas; mas o Conselho Nacional de Vítimas de Karoshi  estima que o trabalhador médio japonês cumpre 2.600 horas por ano (50 horas  semanais), com alguns ultrapassando 3.120 horas anuais (60 horas semanais). Essa discrepância entre o que é relatado e o que verdadeiramente ocorre na prática surge pelo fato de muitas empresas desobedecerem às leis de pagamento de horas extras, obrigando-as a mentirem sobre as cargas horárias.
São atribuídos à cultura os motivos para os japoneses “se matarem de trabalhar”, mas os pesquisadores Nichiyama e Johnson (1997) acreditam que o karoshi  é um elemento inerente à GJP; afinal, o descanso das pessoas e dos equipamentos são desperdícios de tempo, que o sistema despreza. A ameaça de demissão também é um fator importante: em 1991, foi julgado o caso de um empregado da Hitachi Company que, em 1967, foi ordenado a estender cinco horas além de sua jornada normal de trabalho, mas, por ter marcado compromissos previamente, recusou-se a ficar. Ele completou o trabalho no dia seguinte, fazendo horas extras, mas a sua decisão anterior fez com que fosse demitido por questões disciplinares.
Os funcionários são submetidos, dessa forma, a uma escolha: a demissão ou a morte por “lealdade à empresa”. A questão remanescente é: vale a pena os lucros da empresa se sobreporem à saúde e á vida dos funcionários? E tais lucros não irão se exaurir à medida do tempo? Sem dúvida, GJP é um modelo eficiente de produção, com muitos aspectos a serem admirados e adotados. Mas um novo sistema, que reconhece também a importância dos ativos humanos, base de sustentação de qualquer empresa, se torna um objeto de estudo necessário e urgente.”

MISONO, Leyla Naomi. Karoshi. In: FRANÇA, M. C. L. Práticas de Recursos Humanos. São Paulo: Atlas, 2007, p. 191.


segunda-feira, 3 de novembro de 2014


Maria da Saudade de Cara Nova


Tem um tempinho que estou querendo mudar o visual do blog. Gosto do meu filhotinho, como toda coruja de sua cria. Todavia, tenho achado ele meio sisudo, digamos "burocrático", contido demais e não é bem isso o que espero de uma atividade que inventei apenas para me divertir e (por que não também?), compartilhar com as pessoas parte daquilo que faço, gosto e sou.
Andava matutando onde buscaria ajuda para redesenhá-lo, cogitei procurar o trabalho da empresa júnior de informática da UFV,  concluindo que se assim o fizesse, correria o risco de, mais uma vez, dar uma cara profissional ou técnica a esse espaço, já que sou professora na área de administração, e é assim que a maior parte das pessoas me veem. 
Embora pretenda manter a coluna que trata de assuntos de administração e gestão de recursos humanos, quero ampliar e privilegiar os espaço onde mostro minhas outras faces.
Assim, escolhi para ajudar-me nesse novo design do blog o meu sobrinho Luiz Henrique, que além de fera em informática é artista plástico e fotógrafo. O mais decisivo na escolha não foram somente as suas qualificações, mas principalmente por ele me conhecer  e saber muito bem quem sou. 
Estou anunciando essa mudança, mas nem sei quando ficará pronta, pois, como se sabe,  artistas precisam de tempo e liberdade para trabalhar. No entanto, já me animo, somente porque ele já  começou. 
"Tá inventando moda", como dizemos os mineiros. É verdade, coisa de quem não sabe ficar sempre igual e vive se reinventando, como é o meu caso. Quero compartilhar com vocês minhas ideias, escritos, receitinhas, dicas de jardinagem, enfim, invencionices de uma "quase a toa", em um lugarzinho que, assim como a minha casa, seja um pouco mais parecido  comigo. 
Espero, em minha próxima postagem, já ter o "sítio" com  outro visual. Até breve!
Novo passo? Ou raiz? Foto de Luiz Henrique do Carmo