Em
post anterior, disse que voltaria a falar do passeio à Serra do Cipó e mostraria
a minha percepção sobre que vi de melhor e de pior. Embora
já tenha dito, não custa lembrar, que minha apreciação se restringe à área que visitei,
que envolve o município de Santana do Riacho. Além desse, o Parque abrange os
municípios de Jaboticatubas, Morro do Pilar e Conceição do Mato Dentro.
Prefiro
começar pelo que achei mais bacana, pois isso pode ser útil para quem está pensando em fazer uma visita ao
local.
O que tem de melhor:
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Floração azul, raridade |
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Flores alaranjadas |
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Sem dúvida alguma e, em primeiríssimo lugar, menciono a exuberância da natureza, a
vegetação maravilhosa e uma topografia também interessante. Conta-se que em
visita à Serra do Cipó, o paisagista Burle Marx teria conferido à região o
título de “Jardim do Brasil”. Além da flora magnífica, seu maior destaque, o local possui grandes
atrativos como a quantidade de nascentes e cachoeiras, cânions e cavernas, além
de picos com altitude de até 1.670 m.
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Brancas |
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Amarelas... |
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Imbaúba dourada: "Jardim do Brasil" |
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Artesanato bacana - Foto Luis Henrique
do Carmo
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Boa infraestrutura hoteleira |
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Outra grande vantagem é a proximidade de Belo Horizonte e a facilidade de
acesso, pouca distância e boas estradas, apesar de bastante cheias,
principalmente na saída da capital.
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Merece realce também a boa infraestrutura de hospedagem e de alimentação; uma
rede de hotéis e pousadas para atender diversos gostos e bolsos. O mesmo se
pode dizer de restaurantes. Nesse aspecto, destaco uma deliciosa surpresa.
Chegamos à noite, cansadas de uma “maratona” em BH, o tempo friozinho de serra,
pedimos no hotel que nos indicassem um restaurante onde servissem caldos. O
“Ainda Sem Nome” foi um achado, com a proprietária Lila servindo pessoalmente
os clientes, com um magnífico angu à baiana. Diferente e mineiríssimo, feito
com suã de porco, um maná delicioso.
Voltamos ao local, na última noite e a canjiquinha com costelinha também estava
sensacional.
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Há um “centrinho”, que, na verdade, é um pedaço da Br, mas que possui pista
para bicicletas e para pedestres, sendo
possível transitar com alguma segurança.
Esse local fica bem animado à noite, com vários restaurantes com música ao
vivo, lojinhas de artesanato com produtos interessantes e preços razoáveis.
O que não é tão bom:
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O pior, em minha opinião, o mais decepcionante ao visitar o parque foi perceber
que, na parte em que estivemos, a área delimitada é justamente a menos rica em
termos de beleza e diversidade da vegetação. O alto da Serra, que é um
verdadeiro jardim a céu aberto, não pertence ao parque, estando mais sujeito a
depredações e queimadas, como aconteceu recentemente; da mesma forma, a trilha
dos escravos que dá acesso à parte alta da cachoeira Véu de Noiva, não faz
parte da região delimitada pelo parque, sendo considerada apenas como APA (Área de preservação ambiental).
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Como consequência, nascentes e cachoeiras são cercadas pelos proprietários das
terras, que passam a cobrar pelo acesso. No caso da cachoeira
antes mencionada, tal exploração é feita por um clube que utiliza-se de
denominação cristã, por mais absurdo que isso possa parecer.
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Outra grande decepção foi a precária infraestrutura do parque; apenas uma
funcionária na portaria que dá
acesso à Cachoeira da Farofa, uma das mais lindas e visitadas do local. Não
havia um mapa sequer do Parque, muito menos maquete, ou outros recursos para
identificar e posicionar trilhas, nascentes, picos, cachoeiras, ou áreas de
ocorrências de espécies da fauna e da flora, e indicar atrativos da região. Durante
a trilha de mais de oito quilômetros, não encontramos um funcionário sequer. De
todos os parques que já visitei, o da Serra
do Cipó era, de longe, o que possuía a estrutura mais rudimentar.