domingo, 26 de agosto de 2012


Laene Teixeria Mucci é poeta  de primeira grandeza e modéstia  do tamanho do seu talento. Ao publicar um de seus poemas, rendo homenagem a essa grande mineira de quem ando com muita saudade.

A CRIATURA E SUA LOUCURA

A loucura é velha como a criatura...
Nasceram do mesmo ventre, pintadas de verde,
na mesma hora da noite e do dia...
Banharam-se nas águas vermelhas do mesmo rio
E se nutriram juntas de fome e de frio no seio materno.
A criatura, morena, queimada de sol,
a loucura, cinzenta, molhada de chuva.
Se uma delas se pronuncia, a outra emudece...
se a primeira sorri, a segunda entristece
e batem sozinhas os pés sobre o chão...
Quando a loucura desperta,
a criatura vira para o canto e finge que adormece sem dar satisfação...
Vão vivendo e convivendo assim,
meditando as overdoses de gritos e silêncios,
persignando mil vozes para ganhar o céu.

(Laene Teixeira Mucci, em Versos Peregrinos).

3 comentários:

  1. Carmo, amiga, querida,
    Essa Laene é mesmo de enlouquecer!

    E só vc pra sintonizar tamanha sensibilidade
    celebrando a arte!

    No próximo domingo tem teatro na porta de casa lá em Ponte N, vamos almoçar lá?
    bj

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