É preciso aprender desde cedo a reconhecer que para seguir a nossa particular jornada, há que se empreender as próprias buscas, fortalecendo as pernas e aguçando o olhar. E que ouvir o silêncio à procura de si mesma, perdendo-se e se reencontrando a fim de trilhar o seu inevitável caminho, seguindo seu coração, sua vontade mais genuína e sua intuição, constitui o único meio de seguir menos desfalcada.
Caminhantes e jardineiras encontram pedras e canteiros pelas trilhas. Na travessia há dor e também a inestimável presença da beleza, para aqueles que seguem com atenção e olhos abertos.
Parafraseando Nietzsche, Criar [e andar] são a grande emancipação da dor e alívio da vida, pois "a voz da beleza fala baixo e só se insinua nas almas mais despertas e em nossas horas mais silenciosas..." Costuma ocorrer que nesses instantes aconteçam os fatos mais importantes e que não são poucos os momentos em que é preciso "procurar o ar livre e sair de compartimentos empoeirados".
Percebe-se que, à semelhança da vida, a maioria das estradas é sinuosa e, ao atravessá-las somos levados a perceber que muito do que se pode fazer de graça, na maior parte das vezes possui mais valor do que aquilo que tem preço. E que "... o pouco é o característico da melhor felicidade".
Pelas trilhas sigo caminhando e ruminando, pois "... de que serviria o homem alcançar o mundo inteiro, se não aprendesse a ruminar?". Assim compreendo que pode ser que eu esteja, não mais do que uma louca, mas tanto quanto uma poeta, desviada de grandes verdades, porém coerente com as minhas emoções e sentimentos mais genuínos. E, que posso, nessas horinhas de fuga, abraçar árvores, bendizer os raios de sol e conversar com borboletas e passarinhos ficando nua das convenções que tentam impor-me em grande parte do dia.
Canteiros de cogumelos pelas trilhas |
Para se fortalecer as pernas é preciso que, a cada dia seja feita uma nova caminhada e que, seguir atenta, encantada e confiante no que há de sagrado na natureza, pode atenuar o peso dos ombros e as angústias das perdas inevitáveis.
E outros maiores porem tão bonitos quantos os miúdos |
Texto construído com buscas em Assim falou Zaratrustra, de Friedrich Nietzsche, filósofo e músico.
Belo texto, prima!
ResponderExcluirEvocar Nietzsche é pura sabedoria, quando se quer voltar-se para si mesma e encontrar sentidos, resignificados, em nossa caminhada. Parabéns! Abraços, com saudade!
Bendita seja a natureza! Amei o seu texto! Grande abraço!
ResponderExcluirQue texto maravilhoso, me identifiquei muito!
ResponderExcluirMuito Bom!
ResponderExcluirLindo texto! 🌿
ResponderExcluir