Andamos
procurando atenuantes para esses tempos difíceis. Acho consolo nas flores e nas
palavras. Rubem Alves disse sabiamente:
“Uma das
missões da poesia é colocar palavras no lugar da dor. Não para que a dor
termine, mas para que ela seja transfigurada pela beleza.”.
Algumas catleas florescem em agosto |
Nos agostos secos e empoeirados como costumam ser esses meses por aqui, somos reanimados pelas belezas das orquídeas, especialmente os dendróbios, que costumam ficar exuberantes nessa época do ano. Drummond outro mineiro mestre das palavra, certamente abalado pelas dores do seu tempo, declarou poeticamente: “Entre as desesperanças da hora, e à falta de melhores notícias, venho informar-lhes que nasceu uma orquídea” *.
Os dendróbios são muito comuns nesta época do ano |
É verdade que boas notícias andam escassas, mas parece que as orquídeas
nunca estiveram tão bonitas. Ainda bem que, apesar de tudo, há cheiro de celogine no ar.
Celogine linda e cheirosa |
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(Carlos Drummond de Andrade em Nasce uma orquídea, crônica publicada
originalmente no Jornal do Brasil em 1970).
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