Não há nome mais singelo. Em nossa língua é um dos mais curtos. Sua simplicidade e pequenez, no entanto, não o fazem menor.
Em
minha terra de nascença, seguindo a inspiração da padroeira, somos muitas Anas,
por lá, um dos nomes mais comuns. Em
família, convivo com gerações de Anas: uma das bisavós paternas, tias dos
dois lados, cinco primas de primeiro grau, uma irmã e duas sobrinhas. As
mais velhas se diferenciam pelos apelidos de Donana e Sanita. As da minha
geração já começaram a ter nomes compostos, como Ana Eloiza e Ana Maria; as
mais jovens, seguindo a moda de cada época, já são Ana Luiza e Ana Laura.
Compor esse estandarte foi um mergulho em minha
ancestralidade. Criei uma representação das tradições, crenças e costumes que
povoam minha infância e, consequentemente marcam toda a minha história.
Foto: Luiz Henrique do Carmo |
Santa Ana foi a mãe de Maria, Nossa Senhora, portanto,
a avó de Jesus. Sua imagem aparece na arte sacra, quase sempre sendo representada
como uma mulher de feições e semblantes suaves, tendo uma menina ao colo, e
portando um livro. A tradição popular,
além de cultuá-la como a protetora das avós, atribui-lhe o poder de proteger os
professores e todos aqueles que ensinam. Santa Ana costuma ser mencionada como uma mulher à
frente do seu tempo, pois segundo a tradição, teria ensinado sua filha a ler, a
partir das Antigas Escrituras, em um tempo no qual, ter acesso ao conhecimento,
não era comum às mulheres.
Para a composição dessa peça, utilizei uma das imagens
mais comuns da Santa, impressa em tecido e acrescentei adornos em crochê e retalhos bordados à mão, com
referência ao alfabeto. Sendo parte de uma família de mulheres que tecem,
costuram, bordam e ensinam, e, como mencionado, repleta de Anas, a inspiração
veio fácil.
Que joia preciosa esse estandarte, texto e nome que carrego com tanto amor e orgulho! Ana Luiza significa ainda: combatente cheia de graça. Acho lindo! Assim, seguindo a tradição, quando meus filhos vierem, a menina vai se chamar Ana Teresa ❤️
ResponderExcluirQue texto lindo! Que arte caprichosa nesse estandarte! Viva Santana! Parabéns, Inês!
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