Fez-se carne o verbo:
Corpo.
De palavras feito.
Imperfeito.
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Escrevo.
E me liberto do medo.
do velho segredo.
Andarei desnuda
Em praias povoadas.
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Nesse turbilhão de palavras,
Barulhos, notícias, pedidos,
Compromissos, zumbidos
Sigo à procura da poesia
Pepita que brilha
Entre o desejo e a lama
Ela permanece escondida.
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Se Picasso já pintava
Cinco telas num só dia
Mesmo com poucas palavras
Saio a fazer poesia.
Pegando pedaços e cacos
De uma louça quebrada
Tentando fazer com as letras
Um gaudiano mosaico.
Ou com bordados no pano
Encarnar Bispo do Rosário.
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Enquanto procuro na areia
Seixos rolados,
Lascas de malacacheta.
Encontro poesia e vida
em um ovo de lagartixa.
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Entre matos e pedras
Dias e dias
Noites de agonia
Pesadelos
Nem poemas, nem alegria
Um bloco de rocha prostrava
Irremovível.
O sol o beijava de dia.
À noite o sereno umedecia
Um ralo musgo se formava
Com folhas secas quebradas
Que o tempo enegrecia.
E no silêncio da madrugada
Pequena semente nascia
À espera do sol que viria
Para energizar sua vida.
Bendita inspiração desvendando mistérios com sutileza de alma 🥰…
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