Como tenho contado, ando compondo estandartes. O que começou como uma simples brincadeira, acabou se tornando algo importante para mim. Em junho de 2013, resolvi fazer panôs de Santo Antônio, São João e São Pedro, para decorar a festa junina de minha casa. Foi uma experiência interessante. Reencontrei com minha infância, em família de costureiras e bordadeiras, no meio de tecidos, retalhos, rendas e fitas.
Logo depois a UFV - Universidade Federal de Viçosa, lançou mais uma edição de Seu Salão Universitário de Expressão e Criatividade (SUEC). Inscrevi os meus santos juninos e eles acabaram sendo premiados. Isso animou-me a compor outros e agora, com um acervo de mais de 20 (vinte) peças, estou tendo a oportunidade de expô-los no Museu Casa dos Inconfidentes na cidade de Oouro Preto.
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O convite |
Não haveria lugar melhor para mostrar meus santinhos. Nossa querida Ouro Preto transpira arte e religiosidade por todos os cantos.
Minhas peças não são exatamente bordados. Classifico-as como "composições com retalhos", apesar de não serem feitas apenas com tecidos. Na sua elaboração, utilizo imagens dos santos impressas e os mais variados tipos de aviamentos. Trabalho também com pedras e bijuterias e ouso dar alguns pontos de bordados, embora a maior parte deles classifico como simples alinhavos.
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São Benedito, escravo liberto por seus talentos como cozinheiro, padroeiro dos que amam a cozin |
Em meus trabalhos não uso cola, pois essa resseca com o tempo deixando as peças com uma durabilidade muito pequena. Todos são costurados a mão e possuem acabamentos alinhados com a história do santo retratado na peça.
Costumo dizer que não sou bordadeira, mas sim uma contadora de histórias. É o que tento fazer em cada trabalho. Relatar a história de cada um dos santos, por intermédio do estandartes.
Abaixo, Santa Bárbara, Santa Luzia e Salve Rainha.
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