Quem é de Guaraciaba, (morada do sol, em tupi guarani), provavelmente
nesses dias deve está por lá. Se não
literalmente, pelo menos em pensamento. Neste momento em que escrevo, certamente está acontecendo na cidade, a bonita procissão de São Cristóvão, o padroeiro dos
motoristas, cuja lenda relata que teria transportado nos ombros o Menino Jesus,
em uma travessia de rio.
São Cristóvao, protetor dos motoristas |
Santana padroeira de Guaraciaba, protetora das avós |
Como se sabe, Santana era a avó de Jesus, mãe de Nossa Senhora. Amanhã é o auge da festa que dura uma semana
inteira e, para os guaraciabenses é motivo de muito orgulho por atrair pessoas
de muitos lugares e por ser essa a época escolhida pelos que moram fora, para
visitar a cidade. Tenho parentes que residem longe e que deixam de vir no Natal e
no Ano Novo, mas em julho, religiosamente estão na cidade.
É uma festa linda, não somente
por seu aspecto religioso, de resgate das tradições locais. Mas principalmente pelo encontro. Nesses dias as
famílias se reúnem e recebem os parentes de perto ou de longe, com toda a
alegria. O povo do lugar, como a maioria dos mineiros, é muito hospitaleiro e
oferece ao visitante o que há de melhor. Os fogões a lenha, ainda presentes em muitas casas, são
acesos bem cedinho. O frio, nessa época do ano, é de rachar, mas café quentinho
sai a toda hora; biscoitos de polvilho, brevidade, cabeça de macaco, broas e
bolos variados, e queijo Minas e leite quentinho, muitas vezes ainda vindo da
roça, complementam o lanche farto e saboroso, aquecendo o peito e a alma.
No almoço e no jantar, as
famílias aproveitam a presença dos parentes de longe e praticam sua melhor culinária.
“Suã com Arroz”, “Tutu de Feijão, lombo e couve”, “Frango ao molho pardo”, “Galinhada”,
“Feijão tropeiro”, “Pato com macarrão” e muitas outras delícias estão presentes
na maioria das mesas nesses dias.
Quanto às sobremesas, desculpem a
pouca modéstia, pois sou da terra: em nenhum outro lugar se fazem pudins como
em Guaraciaba. O rocambole de doce de leite feito em casa é de comer rezando, o
pão dourado, o biscoito embriagado - nunca ouvi falar desse biscoito em outros
lugares, acho que só os guaraciabenses conhecem e sabem fazer, são de comer rezando.
Os estandartes de Santana e São
Cristóvão que ilustram essa postagem foram feitos no ano passado e são dos
primeiros da minha coleção que está tomando corpo. Agora com o prêmio que
ganhei no SUEC (Salão Universitário de Expressão e Criatividade), estou
pensando na possibilidade de expô-lo. A resolver.
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