Visitar o MAOBH
é uma oportunidade para fazer um
magnífico passeio pela evolução do trabalho e das profissões. Trata-se de um espaço cultural inaugurado em 2006, muito bem organizado e que abriga,
com zelo, um acervo
representativo do mundo do trabalho e dos ofícios em sua fase pré-revolução
industrial. Como está expresso na fachada do prédio: “Um lugar de encontro do
trabalhador consigo mesmo, com sua história e seu tempo”.
Na entrada do Museu essa simpática vaquinha coberta de fuxicos. Cara de Minas |
Passear pelo Museu constitui uma experiência rica para
todos. Todavia, para os que se interessam pelo tema trabalho e seus
significados e, ou que militam na área
de administração e Recursos Humanos, é uma visita praticamente obrigatória.
Constituído por um vasto acervo,
com cerca de duas mil peças, o MAOBH mostra objetos, materiais, engenhos, mobiliário e um amplo repertório de
instrumentos e ferramentas utilizados para o trabalho nos séculos XVIII, XIX e XX. É o único museu da América latina, dedicado
integralmente ao trabalho e aos ofícios, permitindo um passeio pela
engenhosidade humana ao longo da história.
O Museu situa-se na região Central de BH, no conjunto
histórico da antiga Praça da Estação, local de fácil acesso, sendo inclusive anexo à
estação do metrô. O prédio é lindo e foi restaurado mantendo suas
características originais.
O atendimento é muito bom, com porteiros educados,
guias atenciosos e áreas de apoio como banheiros e bebedouros excelentes e em
impecável estado de limpeza. O acesso
nos dias de sábado é gratuito. O espaço é considerado por diversos guias de
viagens, como um dos museus mais bem estruturados do Brasil.
Cadeira de dentista |
A coleção mostra a produção popular na era
pré-industrial: os fazeres, ofícios e artes que deram origem às profissões
atuais, onde o visitante pode conhecer a história das relações sociais do
trabalho no Brasil em diversos períodos de seu desenvolvimento. O acervo é
organizado em seções, como Ofícios do Fogo (mostrando o trabalho de ferreiros,
fundidores e funileiros); Ofícios do Couro (com peças, mobiliários e
ferramentas utilizadas por chapeleiros, sapateiros, curtidores); Ofícios da
Madeira (onde se pode observar o trabalho de carpinteiros, marceneiros e
tanoeiros); Ofício do Comércio; Ofícios de Mineração: Ofício dos Fios e
Tecelagens, entre outros.
Ofícios do Couro: sapateiros, chapeleiros, curtidores e seleiros |
Além dessas seções, no hall interno entre os dois
prédios encontra-se o Jardim das Energias, um acervo muito interessante que
abrange a exibição de engrenagens e mecanismos destinados à geração de força e a
auxiliar nos diversos setores produtivos, principalmente nos engenhos de rapadura
e açúcar. Uma preciosidade. No paisagismo dos canteiros que ficam próximos, foram utilizadas touceiras de cana-de-açúcar e pés de café que, nessa época do ano, estão
carregados de frutos vermelhos. Achei sensacional, pois o museu é bastante visitado
pelas escolas e imagino que não deve ser pequeno o número de crianças que jamais viram um pé desses vegetais tão presentes na vida de todos.
Jardim das energias: niveladora de solo |
Enfim, uma visita ao MAOBH constitui a oportunidade
de fazer uma fascinante viagem no tempo, conhecendo as origens e a evolução do
trabalho e das profissões.
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