quarta-feira, 19 de setembro de 2012

CONVERSA DE JARDINEIROS


O QUE NÃO PODE FALTAR NUM JARDIM TROPICAL

Como já disse, um jardim bonito começa por um belo gramado. Para isso, antes é preciso acertar o terreno e livrá-lo de todas as possíveis pragas ali existentes, especialmente a tiririca, um verdadeiro inferno capaz de danificar qualquer plantação. Se o seu terreno tem essa ou outras pragas, como trevo, carrapicho etc, é melhor pedir ajuda a um agrônomo ou técnico agrícola. Esse profissional vai orientar como fazer um combate definitivo delas. Vai dar trabalho? Custar dinheiro? Certamente. Mas é melhor do que ir logo plantando a grama, fazendo os canteiros e, pouco tempo depois,  vê-los infestados de pragas.
Além de um bom gramado, o que mais não pode faltar num jardim tropical para que ele esteja sempre exuberante, colorido e cheio de vida?
Composição de Palmeiras de  pequeno porte com bromélias, para um jardim com a cara do Brasil.
É claro que isso vai depender do gosto de cada um e também do tamanho do espaço. Mas se a sua opção é por ter um jardim com a cara do Brasil, espelhando toda a diversidade de nossa flora, existem algumas espécies que não podem ficar de fora.

Orquídeas - Em minha opinião, jardim tropical sem orquídeas é algo impensável, portanto ela é a primeira opção. Muitas espécies, tantos terrestres quanto epífitas (que sobrevivem agarradas aos troncos de árvores, ou em placas), são nativas, ou adaptam-se muito bem ao nosso clima tropical e sobrevivem com poucos cuidados. É inumerável a quantidade de opções em termos de cores,  tamanhos e época de  floração. Somente com as orquídeas já é possível ter um jardim florido  praticamente o ano todo.

 Bromélias e orquídeas juntas fazem uma composição insubstituível em jardins tropicais

Bromélias -  Orquídeas e bromélias aparecem na natureza muitas vezes juntas. E como belos jardins têm aparência de arranjos naturais, elejo a bromélia como a companheira inseparável da orquídea, que não pode faltar no jardim tropical. Também essa família de plantas abrange tanto espécies epífitas, quanto terrestres.  Embora quando plantadas no chão costumem oferecer composições magníficas, quando se juntam algumas espécies de cores e formatos diferentes, não tenho receio de confessar minha preferência pelas epífitas. É um espetáculo sem comparação quando elas florescem nos altos dos troncos.  Mesmo sem estar floridas, podem formar belos arranjos.

Palmeiras - Assim como as orquídeas e as bromélias, as palmeiras são a cara do Brasil e, em meu jardim tropical escolho-as, mesmo que não possuam floradas significativas. Suas belas folhagens por si só já oferecem grande beleza, embora algumas tenham os troncos como grandes atrações. No meu caso, que possuo pouco espaço disponível, escolho as palmeiras de  porte reduzido, como a raphis , a palmeira Petrópolis e a Chamedórea, pequenas, porém lindas.

Todas as três espécies indicadas são de fácil manutenção, exigindo poucos cuidados. Além da beleza, esse é um motivo muito interessante para justificar as minhas escolhas, pois bons jardineiros são cada vez mais raros.  

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Êeepa!

Alguma coisa saiu errada na minha tentativa de criar uma aba nova no Blog, ou melhor de substituir uma antiga aba por uma nova. Como estou ansiosa para começar as nossas conversas de jardineiros, tentei,  de novo, hospedá-las na aba Um olhar sobre. MAIS UMA VEZ NÃO DEU CERTO. PEÇO DESCULPAS. Depois com a ajuda do Eliab (meu ajudante de blog oficial), vamos criar uma aba específica para esse tema, pois penso que ele pode render muito papo. Por enquanto, então, vai aqui mesmo na página inicial  o papo inicial para as nossas conversas de jardineiros.

CONVERSAS DE JARDINEIROS

Por que você quer ter um jardim? Para sua simples contemplação? Porque gosta de pássaros ou borboletas? Para valorizar sua casa? Ou porque pensa que é muito mais charmoso receber os amigos na churrasqueira, com vista para os canteiros?
Antes de contratar um paisagista, arquiteto, um agrônomo, ou mesmo um jardineiro para lhe ajudar a construir seu jardim, sugiro que pense em por que quer ter um.  Manter um jardim é algo trabalhoso e até dispendioso, mas o prazer que nos proporciona é altamente compensador.
Depois que já decidiu por ter um, minha primeira sugestão é que avalie cuidadosamente o espaço que possui. Pode ser uma área grande como uma chácara ou um sítio,  um espaço  de um lote que tem a metade ocupada pela casa, um terreirinho de nada ou uma simples varanda. Em qualquer caso, dá pra ter um jardim bacana. Certamente seus gastos e seu trabalho serão maiores quanto maior for o terreno.
Nos primeiros posts, vou me ater  aos jardins tropicais que são os que melhor se adaptam ao nosso clima, por isso são mais fáceis de serem cuidados e ficam quase sempre mais bonitos, além de combinarem bastante  com a nossa arquitetura. Depois poderemos falar de outros estilos de jardim.

Se você resolveu fazer seu jardim, as dicas a seguir podem ser úteis.
Dica n º 1 – Planejar com antecedência - Lembrando sempre  que  ter um jardim  representa algum trabalho, mesmo que seja apenas o de orientar seu jardineiro, e também que você terá algum custo, mesmo que mínimo.
Dica nº 2 - Com exceção é lógico do caso da varanda, para todos os outros casos,  um jardim bonito começa pela preparação do terreno e   por um bom gramado.
Dica nº 3 – Respeite a natureza das plantas. Se ela gosta de meia sombra, não a plante ao sol pleno, pois ela vai viver queimada, por mais que você cuide ela. Ao contrário se ela for de sol pleno, não a coloque na sombra, pois, ela pode até sobreviver, mas não vai ficar bonita.
Dica nº 4 – Plantas, como outros itens de decoração, entram e saem da moda como as roupas. Lembram-se da época das samambaias choronas? Todas as casas elegantes possuíam um vaso com elas. Hoje estão esquecidas. Todavia, existem os clássicos. Assim como um pretinho básico, um vaso de orquídea não sai de moda, da mesma forma que uma  palmeira sempre valorizará o seu jardim.   
Dica nº 5 – Não queira ter de tudo em seu jardim. Jardins muito poluídos não ficam bonitos e a atenção do apreciador se perde no meio de tantas espécies. Pense em  3 a 4 espécies para cada 50 m². Assim se o seu jardim tiver por exemplo, cerca de 200 m², você  poderá escolher cerca de 12 a 15 espécies.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Conversa de Jardineiro

O bacana em um blog é que ele nunca está pronto. Podemos ir construindo-o, aos poucos enquanto tateamos até que ele encontre sua perfil, ou, como anda na moda dizer, sua identidade. É claro que um blog tem a cara de seu mentor e existe um aspecto importante em mim, que tem aparecido pouco aqui. Desde o início do blog, declarei  minha paixão por jardins.  Agora decidi compartilhar um pouquinho do que tenho aprendido sobre como montar e cuidar de um jardim, para tê-lo sempre florido. Então estou  substituindo uma das abas do blog, intitulada Nada a Ver, por essa que chama Conversa de Jardineiro, onde pretendo dar dicas e sugestões sobre jardinagem. Espero que visitem em http://mariaidasaudade.blogspot.com.br/p/nada-ver.html  e que gostem. 

sábado, 1 de setembro de 2012

A Onça e o Gato em Tempos de Aprendizagem Organizacional



Por Maria Inês do Carmo

Antigamente os animais falavam. Conta uma velha fábula que a caça estava rara e a onça andava com fome. Então, querendo comer o seu compadre gato, pediu-lhe que a ensinasse a pular. Prestativo, o gato não se fez de rogado, marcou dia e hora para as aulas.
Nas primeiras lições o gato ensinou os pulos básicos: para saltar para frente comadre onça, mantenha as patas traseiras firmes no chão e concentre o peso do corpo sobre elas. Com as patas dianteiras levemente flexionadas, marque uma distância de um metro, fixe o olhar nesse ponto, dê um impulso jogando-se para frente e pouse o corpo com leveza no ponto. Caia o mais vagarosamente possível, pousando primeiro as patas dianteiras com o corpo bastante relaxado e depois, coloque as patas traseiras no chão com delicadeza e flexibilidade.
Assim dizendo deu um gracioso pulo para frente, mostrando com um exemplo prático, o que acabara de ensinar. E assim fez com diversas outras modalidades de pulo, sempre descrevendo em detalhes precisos os passos a serem seguidos para se empreender o pulo e depois realizandos-os, para mostrar bem  teoria e   prática.
No entanto, quando o gato ia mostrar o último pulo planejado, encerrando com chave de ouro suas aulas, a onça jogou-se sobre ele com intenção explícita de comê-lo. No mesmo instante o gato, pulador experiente e grande conhecedor de tudo que já havia sido ensinado sobre pulos de felinos, empreendeu seu mais genial e criativo salto. A onça desapontada e boquiaberta ainda foi cara de pau o suficiente para dizer:
-- Mas compadre gato, esse pulo você não me ensinou!
E o gato altivo respondeu:
-- Nem tudo os mestres ensinam a seus alunos.

Isso foi nos tempos de antigamente, quando os animais apenas falavam.
Hoje os animais não só falam, como usam o laptop, o note book, o ipod, o telefone celular com mil funções e muito mais.
Então as aulas que o gato dava para a onça, contavam com os recursos mais modernos da tecnologia da informação e o curso era oferecido à distância. Todos os pulos foram esquematizados em ricas apresentações em power point, que eram repassadas, juntamente com as instruções em detalhes, à onça, que morava do outro lado da mata e recebia as aulas pelo sistema de vídeo conferência. 
Mas todo curso à distância que se preze, tem pelo menos um encontro presencial e foi nesse que a onça pediu ao gato que lhe mostrasse na prática pelo menos um dos pulos mostrados no datashow. Também nos tempos modernos, o gato não se fez de rogado e empreendeu seu pulo da aula nº 5, mostrando na prática como a teoria funcionava. No entanto, ao acabar de saltar, a onça, que havia aprendido muito bem todos os pulos ensinados, saltou sobre ele, com a clara intenção de comê-lo. Também dessa vez, para escapar-se do ataque inesperado, o gato empreendeu um genial e criativo pulo, que não havia sido descrito nas apostilas, nem apresentado nos esquemas do power point. A onça, ainda mais descarada que a sua ancestral, então disse:
-- Mas compadre, esse pulo não foi ensinado no nosso curso!
E o gato teria respondido:
-- Esse pulo, comadre, eu acabo de inventar.