Desde
que a minha filha que é bióloga fez uma viagem de estudos ao Parque Nacional da
Serra dos Órgãos – PARNASO, em Teresópolis, vinha planejando dar umas andadas
por aqueles lados.
O
Parque abrange, além de Teresópolis, outros municípios como Petrópolis, Guapimirim e Magé. Trata-se de uma unidade
conservação e proteção ambiental administrada pelo ICMBio – Instituto Chico
Mendes de Conservação da Biodiversidade.
O
Parque é considerado um dos melhores do país para a prática de escaladas,
caminhadas, rapel e trilhas. Possui uma trilha suspensa acessível até para
cadeirantes. Infelizmente não pudemos desfrutar dessa, pois encontrava-se
literalmente suspensa para visitação. No PARNASO a vegetação é típica da Mata Atlântica. O Parque abriga, desde árvores de grande porte, até arbustos, trepadeiras, e plantas
menores, incluindo diversas espécies de grande beleza. Pegamos o final da florada
do manacá da serra e avistamos bromélias
em profusão e orquídeas.
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Vista da Serra dos Òrgãos a partir da trilha cartão postal |
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Plantas e musgos agarrados aos
troncos das árvores |
No PARNASO encontram-se facilmente lindos
riachos e cachoeiras; A topografia é muito
bonita, possibilitando vistas deslumbrantes. Para os que praticam escaladas, há
picos com elevada altura como o Dedo de Deus e a agulha do diabo. O Parque abriga, além deste, outros picos famosos como a Pedra do Elefante,
o Morro do Escalavrado e a célebre Pedra do Sino, ponto culminante da Serra,
que faz parte da travessia Petrópolis – Teresópolis. Capital nacional do
montanhismo, a Serra dos órgãos recebeu esse nome em referência ao conjunto de
montanhas de pedras, entre as quais se destaca o Dedo de Deus. Fazer a trilha
conhecida como Cartão Postal que possibilita uma vista deslumbrante de parte da
Serra dos órgãos, o pico Dedo de Deus em destaque, foi certamente o ponto
máximo de nosso passeio. O trecho é todo pontuado por vegetação maravilhosa, destacando-se
bromélias, orquídeas e troncos de árvores, repletos de musgos, trepadeiras,
parasitas e líquens, cada um mais bonito que o outro.
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Cúrcuma vermelha, raridade
da trilha da pedra do elefante |
No
quesito plantas, que, como já disse, é a minha paixão maior, tive uma surpresa
bacana no passeio. Deparei-me com um exemplar raro (pelo menos para mim) da Cúrcuma
vermelha.
Mesmo tendo sido frustrada nossa tentativa de subir a trilha da Pedra
do Elefante, por causa do mau tempo, somente por ter avistado essa espécie de
grande beleza, valeu a pena a curta passagem pelo início da trilha. Sem contar
que a vista da Serra dos Órgãos, a partir do mirante do soberbo, próximo à
entrada principal da cidade é também deslumbrante.
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Vista da Serra dos Órgãos a partir do Mirante Soberbo |
Diz-se
que a melhor temporada para visitar é entre março e setembro, período de poucas
chuvas e céu mais limpo. Agora em outubro pegamos um pouco de chuva, céu
nublado algumas vezes, o que impediu ou dificultou a apreciação de atrativos do
local. Ainda deparamos com várias atrações fechadas à visitação.
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Vila austríaca |
Além dos atrativos naturais, a cidade de Teresópolis guarda algum acervo
arquitetônico interessante, como o edifício do antigo cassino e o palácio da
imperatriz que abriga atualmente a sede da prefeitura. Interessante também é o
conjunto que contém réplica de uma vila
austríaca, constituindo-se em um pequeno complexo com restaurante, pub,
cervejaria, capela e lojinhas.
A cidade, por ser sede de várias confecções, especialmente em malhas,
oferece a possibilidade de fazer comprinhas interessantes. Além das lojas
tradicionais, há uma Feira de Artesanato famosa a Feirinha do Alto, onde é
possível encontrar tapeçarias em tear, bordados, doces, compotas e roupas de
malha de confecções locais. Também há peças de vestuário em viscose, algodão e
renda, dizendo-se, de passagem, que muitas delas são “made in China” e que tais.
Um
passeio bastante recomendado na região é
o chamado circuito Terê-Fri, que é a estrada que liga Teresópolis a Nova
Friburgo, distante pouco mais de 60 km. O trajeto tem uma paisagem natural
bonita e possui alguns atrativos, porém pouco sinalizados, dificultando o
acesso, principalmente em dias chuvosos, como foi o nosso caso. Dentre esses,
destacamos O Memorial da Colonização Suíça e a Queijaria Escola, que abriga
também uma chocolateria.
Em
Nova Friburgo, encontramos o Parque Estadual dos Três Picos fechado à
visitação. Tentamos acessar o Pico da Caledônia, um mirante bem recomendado,
que possibilita visualizar a cidade e até a região dos Lagos. No entanto nossa
tentativa não foi bem sucedida. A estrade de acesso é muito inclinada, está
totalmente desprovida de sinalização e com uma cratera aberta ao final, o que
impediu nosso acesso ao mirante.
A
região serrana do estado do Rio abrigou colonização europeia variada, destacando-se
alemães, suíços e austríacos, que se instalaram no local a partir do século XIX.
A culinária da região é diversificada. Em Nova Friburgo experimentamos a
cozinha alemã e foi uma boa escolha.
O
balanço geral é que o passeio valeu a pena, apesar do tempo chuvoso e de
algumas tentativas não terem sido bem sucedidas. Para quem não conhece,
recomendo.